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Lia

"Odeio gente que não tem compromisso."

Quem ele pensa que é pra me da ordens? O filho da rainha?

Por birra fiquei alguns minutos a mais ouvindo música e quando bem quis fui me arrumar. Gabriel não iria ter um infarto se eu me atrasasse minutos a mais do que o previsto.

Posso ter demorado para escolher a roupa que no fim optei por uma calça cargo preta e uma blusa de alcinha branca. Fiz um delineado rapido e passei um hidratante labial, por fim calcei os tênis e me encontrei com meu irmaozinho no corredor.

—Atrasada dois segundos, Liana– deu ênfase no meu nome.

O olhei de cenho franzido por não lembrar de lhe ter tido meu nome completo sem abreviação.

Não dei importância e seguimos juntos pro hall, eu na frente e Gabriel logo atrás de mim mexendo no celular.

Aquela simples caminhada até a escada parecia uma eternidade. Gabriel parecia uma lesma andando.
Desci os últimos quatro degraus pulando tendo entre 10 a 100 chances de cair e torcer o tornozelo.

Por que não? Assim não precisaria sair com a cópia barata do Shawn.

—Vão sair?– perguntou minha mãe a nós ver travando uma guerra pra sair da escada.

Por fim descemos o último degrau.

Gabriel me abraçou pela cintura sorrindo falsamente.

Mania feia essa dele.

—Sim, Helena, vamos da uma volta sabe. Coisas de irmãos.

Minha mãe abriu um sorriso que até a Corea deve está vendo.

—Que bom. Vão fazer o que?– Gabriel ficou pensativo.

Cometi uma grande falta em não perguntar para aonde ele estava me levando. E se for um sequestro? Ai meu Deus!

—Vamos saltar de bang jump, wakeboard.

Arregalei os olhos com sua resposta.

Nem morta que eu pularia de um penhasco.

—Não aprovo mas espero que se divirtam– comentou–, sem hora pra voltar.– Completou sua frase nos deixando ali.

Tirei a mão dele da minha cintura recuando um pouco. Gabriel aderiu sua cara azeda de sempre.

—Pra onde você vai me levar?.

—Chega de perguntas e anda logo– disse seco me empurrando até a garagem.

Fomos implicando um com o outro, entramos no carro e o silêncio reinou entre nós.

Por um momento pensei que poderia morrer ali com Gabriel dirigindo a quase duzentos quilômetros mas acabei chegando inteira ao nosso destino.

Cerca de dez minutos– sim, dez minutos– chegamos ao tal lugar de onde Gabriel pretendia se jogar.

O local era longe pra caramba mas do jeito que ele dirigiu foi rapido.
Olhei pra estrutura ser mais alta que um prédio, encarei Gabriel que estava com uma expressão neutra.

Fomos até dois homens que estavam lá em cima, desses que colocam os equipamentos de segurança nas pessoas que praticam esse tipo de esporte. Gabriel foi o primeiro a se equipar e logo depois veio colocando aquilo em mim.

—Escuta aqui querido– mexi na fivela do negócio–, às vezes quando me da uns ataques de depressão me da vontade de pular de um penhasco mas hoje eu estou de bem com a vida e não quero perder ela assim tão facil– falei ironica.

O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora