1° Cadeado

162 27 0
                                    

1 cadeado aberto

Alguns anos atrás

Park Jimin

A escola nunca foi um bom lugar para mim, desde que eu sei quem sou, não demorei muito em descobrir, que os meninos eram muito mais atrativos para mim, do que as meninas. O óbvio, em não dizer a ninguém, veio depois que eu beijei um menino.

O dia estava de chuva, quando nos conhecemos, o nome dele era Jeon Jungkook, ele parecia assustado nesse dia, estava encolhido sobre a mesa, os olhos castanhos escuros arregalados, quando o trovão ecoou. Não demoramos em ter uma amizade, o olhar era recíproco, os toques das nossas mãos, e então, o clima foi propício para um primeiro beijo.

Foi apenas um selar, e depois, só ouvimos uma voz bradar com violência, e com violência ele foi tomado. Me lembro de me esconder atrás da lixeira, mas eu espiei, o homem era gigante, e ele deferia chutes e socos sem qualquer clemência, Jung Kook gritou, mas houve um momento que ele não gritou mais, eu via o sangue escorrer, e fiquei paralisado.

- Está tão calado. - Omma disse me olhando pelo retrovisor, eu a olho, minhas lágrimas caem. - Jimin?

- Omma, eu beijei um garoto. Um garoto, eu o beijei, eu gosto dele. Eu gosto de meninos.

O carro freou bruscamente, minhas mãos se unem, em dor e pavor.

- Omma!

- Está tudo bem. - Mamãe disse e saiu do carro, vindo par atrás, ela estava vendo o quão assustado eu estava. - Jimin, acalme-se!

- O pai dele chegou, e ele, acho que ele está morto, foi horrível! Eu, eu vou tentar gostar de meninas, eu juro! Prometo!

- Filho, fique calmo. - Mamãe me abraçou, e depois desse dia, foram longos anos de terapia.

Tive vários bloqueios mentais, e foram necessários três anos, para que enfim, eu aceitasse quem eu realmente sou, e que estava tudo bem.

Mamãe e eu nos mudamos para Seul, logo depois de papai falecer, eu estive realmente empenhado, em passar no vestibular de medicina, o meu alvo no início, era neurologia, mas a psiquiatria, me conquistou. A mente humana é capaz de formar coisas, inimagináveis, como muros, e escudos impenetráveis. Tive sucesso nessa área, o meu método, é deixar a pessoa encontrar a sua chave, e ela mesmo abrir os cadeados.

Vinte três anos, e eu já estava formado, e na residência, um ano depois, ganhei meu primeiro prêmio, com reconhecimento de ajudar soldados com traumas gravíssimos, diagnosticados com transtornos mentais, mas na verdade, só estavam presos, eu sou grato por isso. Agora, aos meus vinte e sete anos, eu me deparo com Jeon Jung kook, entrando na minha sala, e me apresentando um papel de agenda.

Ele estava diferente, mas assim que eu li o nome, e olhei em seus olhos, o meu coração saltou em uma falha batida, lancei um olhar ao Namjoom, quando Jeon se dirigiu a ele, eu sorrio, nem em seus maiores sonhos, ele me reconheceria. Acho, que ele nem se lembra.

- Sou eu. - Falei, e ele me olha, seus olhos ainda são os mesmos, e percorrem por mim inteiro.

Nam se despede, e agora, eu estou sentado, olhando para Jeon Jungkook, o meu primeiro beijo, na escola fundamental. Isso mexeu comigo, eu não tive notícias dele, e de fato, pensei que estivesse morto, há outros Jungkook? Mas ele tem os mesmos olhos daquele menino doce. Vestia calças largas, uma camiseta, um estilo bem bad boy, tatuagens, e os cabelos long hair, que estavam presos uma boa parte. Jeon bateu os pés no chão, claramente uma inquietude, e ansiedade. Não começamos bem.

Bastou as minhas perguntas, para que ele explodisse, a minha cadeira preferida foi ao chão, e ele saiu irritado. Respiro fundo, ele se encaixa no perfil dos meus mais graves pacientes.

Seet me free Where stories live. Discover now