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A placa na porta de "fechado" virou-se para "aberto" nos baixos da bela casa no início da floresta, em uma manhã chuvosa, a famosa doceria Komfort. Sem perder o ânimo com a falta do sol, Evelin, a doceira renomada da região, dirigiu-se com dificuldade para sua grande e orgulhosamente limpa cozinha, para preparar seus pratos especiais de Quinta-feira.
Cadu, seu noivo, estava atrasado para o trabalho, seus passos acelerados foram ouvidos no andar de cima fazendo a jovem mulher reprovar com um balançar de cabeça.
— Amo você, Eve! Tenha um bom dia! Me ligue se precisar de alguma coisa!— O atrasado descia as escadas, após isso, apenas ouviu-se o tilintar do sino e o bater exagerado da porta.
A moça sorriu para si mesma e apenas continuou seu trabalho, massageando a enorme barriga de oito meses, que lhe tirava o fôlego e a disposição.
— Vamos, meninos. Temos muito o que fazer. — Sussurrou como se pudessem ouvi-la e obedecer, mas não teve respostas. — Nenhum chutinho? Tudo bem. — Deu de ombros.
Talvez dez minutos tenham se passado até que o sininho da porta de entrada ecoou pelo estabelecimento. Era estranho, os clientes não costumavam aparecer tão cedo. Pensou melhor e disse:
— Cadu? Esqueceu alguma coisa?
Nem mesmo o som de uma respiração.
— Oi? — Evelin tentou mais uma vez.
Silêncio absoluto.
Móveis rangeram contra o piso de madeira como se alguém estivesse bagunçando algo lá fora e Evelin rapidamente sacou o rolo de macarrão em uma mão e uma faca grande na outra. A passos lentos foi aproximando-se da porta e brechou a doceria com decoração aconchegante e floral.
Olhando da estante de pães até as mesas no meio do lugar não havia nada a não ser a chuva tilintando nos vidros das enormes janelas.
Tudo na mais absoluta paz.
De repente, seus olhos capturaram uma silhueta esguia e maltrapilha, que tinha uma respiração terrível ao lançar-se sobre uma das cadeiras.
Evelin pulou para trás, segurando com mais firmeza suas armas improvisadas e quando olhou mais uma vez pela brecha, um olho azul claro a encarou de volta. Não pôde conter o grito, e do outro lado quem quer que fosse atingiu o chão com um estrondo.
Confusa, a gestante abriu com dificuldade a porta, e quase sem vida ali, estava uma mocinha pálida, com pedras brilhantes no cabelo loiro claro, vestido branco encardido, casaco de lã sujo e um par de tênis que não combinavam.
— Ei... — Evelin sentiu uma preocupação maternal, mas sua barriga junto com uma dor nas costas a impediu de abaixar-se até a pobre menina. — O que aconteceu com você? — Gemeu ao mesmo tempo que tentou ser simpática.
A menina abriu os olhos com dificuldade, como se fossem uma pequena chama quase apagando-se na chuva, e fitou os da mulher, deixando-a hipnotizada por sua aparência.
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Os Excêntricos Filhos da Doceira [Versão Concurso]
HorrorA maternidade nem sempre é doce, e pode exigir medidas sombrias. Releitura de "Hänsel e Gretel" ( João e Maria) NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 18 ANOS: Contém violência física e psicológica, conteúdo sexual, luto materno (pode ser desconfortável pa...