02 DE JUNHO DE 2012.

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Minha mãe está grávida do segundo filho, e será um menino. Muitas mudanças estão ocorrendo ultimamente, mas o dia dois de junho de 2012 ficou marcado de forma especial. Sentindo-me completamente sozinha e abandonada, inclusive pelo Deus em quem costumava confiar, chego a um ponto extremo: uso um estilete enferrujado para cortar meu pulso esquerdo, provocando uma ferida que acaba infeccionando e inchando.

Minha mãe acaba vendo o machucado, e como prometido anteriormente, ela me repreende, batendo em minhas pernas com uma chinela, enquanto me culpa dizendo:

— Se eu perder esse bebê, a culpa vai ser toda sua!

A culpa é avassaladora e penso em tomar uma medida drástica, chegando a cogitar jogar-me da escada. No entanto, um SMS de Yara chega a tempo, contendo uma simples mensagem: "Amg, talk to me".

A mensagem me faz perceber o que estou prestes a fazer, e começo a chorar desesperadamente. Enquanto me comunico com minha amiga de infância, acabo vomitando no quarto e arrancando alguns cabelos em um momento de angústia incontrolável.

Depois de me acalmar um pouco, sinto vergonha pelo que fiz e decido pedir a minha mãe que me leve à igreja. Preciso confessar meus pecados e buscar alívio para essa carga emocional. É uma tentativa de me redimir e encontrar algum tipo de paz espiritual. No entanto, essa experiência marca um ponto de virada: depois desse dia, não volto mais à casa de Deus.

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