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Capítulo trinta e sete

          Xiao Zhan

Eu tinha fechado as janelas porque o vento estava empurrando água para dentro da minha pequena casa. Parei de me concentrar em costurar uma roupinha para o meu bebê quando a força da tempestade começou a chacoalhar tudo e imaginei que fosse arrancar as minhas paredes.
Viveria momentos de aflição até que a chuva passasse.
A porta da frente foi forçada e imaginei que o vento estivesse ainda mais intenso. Só que quando ela abriu, eu vi um raio e uma silhueta masculina. O brilho da tempestade me revelou o seu rosto, mas ainda assim eu não consegui acreditar.
— Yibo...
— Xiao Zhan ...

Ele caminhou para dentro da casa e caiu de joelhos na minha pequena sala. Parecia estar exausto e a luz do lampião revelava o quanto ele estava abatido. A eletricidade vivia falhando, principalmente em momentos como aquele, mas desejei que a luz tivesse acesa para que eu pudesse vê-lo melhor.
Larguei o que quer que estivesse nas mãos e fui correndo até ele e me ajoelhei na sua altura.
— Você está terrível.
— Estou melhor agora do que quando você foi embora.
Fiquei sem palavras e o silêncio só era cortado pelo barulho da tempestade até que Yibo se atreveu a dizer algo.

— Eu amo você. — Ficou de pé e me puxou, trazendo o meu corpo para o dele.
Sua boca dominou a minha em um beijo desesperado, esfomeado, demonstrando que aqueles quinze dias separados deixaram a sensação de que houvessem sido quinze anos. Eu não queria ser o amante, mas a minha racionalidade foi posta à prova quando ele apertou a minha bunda e me pressionou ainda mais contra o seu corpo molhado e com cheiro de água do mar.

Não briguei para ser racional, só me entreguei ao que o meu coração queria. Ele escorregou a boca da minha e mordeu o meu pescoço. Meu gemido só não foi mais alto do que o som dos trovões lá fora.
Eu estava com uma camisa de tecido fino que cedeu feito papel diante do peso das mãos dele. O desespero era tanto que ele rasgou a minha roupa.
Livrei-me do que sobrou do tecido e tirei a calça e a cueca enquanto ele tirava a camisa molhada e a parte debaixo.

Nu, Yibo me pegou pela cintura e me deitou na pequena mesa de jantar. A madeira rangeu quando ele me puxou até a beirada e entrou em mim num tranco firme. Dei um gritinho com a leve ardência porque eu não estava pronto o suficiente, mas abracei os ombros dele e rebolei me entregando ao ato enquanto Yibo segurava a minha cintura com as duas mãos e me puxava para ele com firmeza.
Tombei a cabeça e voltei a beijá-lo, desfrutando das mordidas que ele dava nos meus lábios enquanto colidia o seu corpo no meu, enfiando mais fundo e mais rápido que conseguia. Havia um desespero e uma necessidade tão intensa que só nós dois compreendíamos.
Soltei os ombros dele e tombei o corpo para trás, apoiando as minhas mãos na mesa e levantando um pouco os meus quadris para que ele alcançasse ainda mais fundo. Aquele vai e vem frenético e afoito, me fazia gemer cada vez mais alto.
Eu estava delirando e meu corpo inteiro pulsando até que o orgasmo veio de uma forma deliciosa que me deixou completamente sem fôlego e me fez desmoronar na mesa. Yibo investiu mais umas três vezes até que eu sentisse a pressão e o calor do sêmen dele enquanto tombava em cima de mim.
Ficamos um tempo assim, nos recuperando do ato quase selvagem, até que ele me deu um beijo com mais carinho e afagou o meu rosto, como se tivesse me recompensado pelo que havia feito e a forma como se comportara.
— Veio me pedir para que seja o seu  amante? — deixei a pergunta escapar ainda que fosse a coisa mais tola que pudesse questioná-lo.

Eu não queria aquele título. Não desejava ser uma segunda opção, ao mesmo tempo que ficar sem ele era a pior coisa do mundo.

— Não. — Ele saiu de mim, deixando-me desmoronado sobre a mesa.
Logo me arrependi do que havia falado.

Yibo tinha vindo até mim, me devorado como um animal faminto e voltaria para o esposo. Provavelmente aquele sexo e toda a aflição dele fosse só uma despedida, por mais que ele houvesse dito que me amava e aquelas palavras ainda pulsassem na minha mente.
Vi suas costas largas e a sua bunda perfeita se movimentarem enquanto ele se curvava para pegar algo no bolso da calça. Só notei que era uma caixa de veludo quando ele a abriu revelando um anel.
— Eu vim pedir para você ser o meu esposo.
— Mas... — fiquei completamente confuso, por mais que fosse tudo que eu quisesse ouvir.
— Você já é casado.
— Não — chiou num tom ríspido. — Sou viúvo.
— E JiLi?
— Uma farsa. — Cerrou os dentes. Se fosse possível ele estaria cuspindo fogo de raiva.
— Langjiao encontrou um sósia e tentou usá-lo para me manipular.
— Eu sinto muito.
— Queria matá-los, mas agora só estou aliviado por não ter nada mais que me impeça de ficar com você.

— Então...
— Xiao Zhan  — ele voltou a se ajoelhar na minha frente e levantou o anel.
— Aceita se casar comigo?

— Sim! — gritei para ter certeza de que ele havia ouvido bem.

Yibo se levantou e envolveu a minha cintura, beijando-me e depois se afastando para colocar o anel na minha mão.
— Escuta... — Subi com as mãos pelos seus ombros, fazendo com que ele olhasse para mim.
— O que foi? — percebi os seus músculos se enrijecerem quando ele ficou tenso.
— Tem algo que eu preciso contar para você.
— Xiao Zhan ...
— Espera! É uma boa notícia. Ao menos eu espero que seja.
— Então fala logo.
— Estou grávido.

Yibo ficou congelado me encarando até que se ajoelhou novamente e beijou a minha barriga.
Afaguei o cabelo dele enquanto enterrava a cabeça no meu ventre e ficava ali por um momento.
— Quando descobriu? — Questionou ao finalmente se levantar de novo.
— No dia que o falso JiLi voltou.

Ele cerrou os dentes e percebi que estava contendo alguns palavrões.
— Então por que foi embora?
— Ele era seu  esposo.
— Você! — Segurou meu rosto com as duas mãos. — Você é o ômega que eu amo.

— Também amo você, Yibo.

Voltamos a nos beijar e logo nos entregamos ao amor que nos conectava novamente.

(....)

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