Three • The Modern

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Dedicado a @criaturita-marvada

The Modern,Ground floor of the Museum of Modern Art, September 9th

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The Modern,
Ground floor of the Museum of Modern Art, September 9th

Pensamentos intrusivos.

Harry costumava lidar com muitos deles, uma coleção inédita de indecisões que perambulavam por sua mente sete dias por semana, durante cada minuciosa hora de seu dia.

Para um humilde garoto nascido em meio ao caos da vida nova-iorquina, um bom desafio deveria soar até revigorante. No entanto, desde o dia anterior, encontrava-se sorrateiramente pensando no acordo proposto por Louis.

Ter dinheiro era um desejo de qualquer ser humano em perfeito juízo, mas o preço oferecido em troca do conforto econômico lhe parecia alto demais. Ser noivo de um homem endinheirado, nascido em uma família importante era uma promessa selada de instabilidade psicológica.

Frequentar a alta sociedade e ser parte de um grupo de pessoas nascidas em berço de ouro lhe parecia um desafio arriscado demais para um garoto cuja vida inteira fora traçada em ruas sujas e vizinhanças pouco nobres.

No entanto, o dinheiro oferecido a ele e a ajuda para sua ONG eram pontos válidos e pareciam ter um peso maior do que suas próprias vontades.

Louis havia conseguido o número de Harry por meio de chantagens em face de Spencer, resultando no envio de um par de obrigações a serem cumpridas surgindo no celular do garoto por meio de algumas mensagens logo cedo, naquela manhã.

O texto precisamente dizia: "Me passe seu endereço" e "Esteja pronto às sete".

Não eram tarefas difíceis de se cumprir e Harry as acatou sem muito pesar. No entanto, por volta das cinco horas, um contratempo fútil, ou nem tanto, bateu a porta de sua mente:

Harry não tinha o que usar em um encontro em um lugar como aquele e com uma pessoa como aquela.

Sua primeira opção fora pedir a Spencer algo emprestado. No entanto, seu amigo lhe faria uma série de perguntas das quais não gostaria de precisar responder naquele momento. Havia sido complicado pôr em entendimento todo ocorrido e ainda mais quando seu melhor amigo o encarava como louco por ter aceito se relacionar com Louis.

Não que Harry realmente ligasse, afinal de contas o dinheiro era uma falta ao seu mundo e não ao de Spencer.

A conversa com Louis a respeito do assunto fora menos produtiva ainda. Ao mencionar o problema, a resposta fora um: "Vista o que achar melhor" e nada além.

Deste modo, às seis e cinquenta estava a porta de seu prédio, parado em meio a calçada. Usava camisa de botões com estampa de bolinhas, calça jeans preta e as botas mais novas que havia em seu closet. Itens baratos, se comparado às vestimentas de luxo que tal classe esbanjava.

Sua condição jamais havia lhe envergonhado, mas a vida inteira esteve cercado de pessoas com igual dificuldade financeira, o que era imensamente diferente de expor-se para um mundo onde até a sua alma parecia ter sido adquirida em uma liquidação nas prateleiras de uma loja de departamento.

fake fiancéWhere stories live. Discover now