Propósito Inesperado

Amei dançar com você...

Andava pelos corredores sentindo minha respiração acelerar, minhas bochechas queimarem, acelerava meus passos cada vez que eu via alguém se aproximando, entro rapidamente em uma sala que estava com a porta entreaberta.

- Meu Deus o que eu fiz! - falo com os olhos fechados, encostando meu rosto na porta.

"Não posso considerar que aquilo foi um beijo... Ou posso? Apenas encostamos nossos lábios... Eu não devia ter feito isso... Hoje era como se eu falasse através do que permite acontecer 'eu também quero você'.

- Mas eu o quero... - falei comigo mesma paralisada.

- Ella? - ouço a voz dele me chamar nos corredores.

- Preciso me esconder... - falo baixinho olhando para os lados sentindo desespero. Então rapidamente me escondo atrás de um dos armários fechando meus olhos e apertando minhas mãos.

"Você vai se esconder Ariella? Amadureça!" - era como se Deus falasse essas palavras dentro de mim. Naquele mesmo instante eu me questionei:

- Até quando eu vou agir como uma garota? Eu preciso agir diferente e parar de me esconder!

Respirei fundo e caminhei até porta abrindo-a, e respondendo:

- Estou aqui... - olho em seus olhos, que logo se  encontram com os meus mais brilhantes do que nunca.

- Ella... - ele sorri, vindo em minha direção. - Achei que estava fugindo de mim... - ele diz parecendo aliviado.

- Pra que fugir, não é? - respiro fundo sorrindo.

- Eu amei dançar com você, se quiser podemos fazer isso de novo! - ele curva lentamente a cabeça.

"Eu não esperava essa reação dele, eu realmente pensei que ele iria entrar no assunto, do quase "beijo". Será mesmo que ele está falando apenas da dança ou não?"

- Eu amei dançar com você também... - solto um riso tímido, enquanto nossos olhos se cruzam novamente.

Meu coração acelerava. Acredito que estava a cada dia mais sendo conquistada por aquele idol que parecia amar tirar minha paciência.

- Ariella? - Dal mi aparece no corredor nos interrompendo. - Pediram para você descer ao saguão da empresa agora!

- Ok! Obrigada Dal mi - falo assentindo. - Jungkook, mais tarde conversamos...

- Tudo bem, mas... - ele segura meu braço. - Deixa eu arrumar seu cabelo...- ele passa mão em meus cabelos com cuidado. - Pronto! - sorri, curvando minha cabeça agradecida.

...

Ao chegar no saguão, sou informada que uma senhora gostaria muito de falar comigo, fiquei me perguntando quem seria essa pessoa. Observei de longe, até me aproximar de uma senhora de cabelos pretos e blusa amarela, sentada com suas mãos cobrindo seu rosto.

- Está tudo bem senhora? Sou Ariella Song - me curvo, com um sorriso em meus lábios.

- Ariella? - ela levanta seu rosto com os olhos vermelhos, parecendo estar a dias sem dormir.

- Senhora Chang... - a olho incrédula.

- Me desculpa, vim até aqui nesse estado... - ela diz com sua voz de rouca.

Nesse momento fico sem palavras, e vejo que ela percebe minha surpresa ao vê-la.

- Fique tranquila Sra Chang. - falo quebrando a tensão - Aconteceu alguma coisa?- me aproximo pondo minha mão em seu ombro. - A senhora está...

- Eu vim lhe trazer isso Ariella... - ela diz, me entrega um envelope. - Chang-ho pediu que eu entregasse antes dele partir...

- Partir? - olho em seus olhos sem entender - Como assim senhora Chang? - ela abaixa a cabeça com tristeza no olhar, colocando a mão em seu peito, ali eu entendi exatamente o que havia acontecido.

- Faz uma semana e estava tentando achar forças para vim até aqui, eu prometi que lhe entregaria essa carta.

Ela estava agustiada e seu olhar distante, ela realmente usou todas as forças para estar ali, então me aproximei lhe dando um abraço forte.

- Sinto muito senhora Chang... - falo sentindo uma tristeza em meu peito.

...

Ela não revelou o motivo, mas me lembro quando disseram que ele estava internado muito doente. Não soube como reagir diante daquela dor que ela colocou diante de mim, eu fiquei triste naquele momento, pois não podia imaginar que a vida dele terminaria assim. Falei para ela que O Senhor Jesus, poderia ajudá-la com essa dor que ela carregava em sua alma.

- Obrigada Ariella, e nos perdoe por tudo! Eu espero que agora você consiga ser feliz...

- A morte dele nunca será motivo de alegria para mim senhora Chang...

- Não foi isso que quis dizer. Mas sei o quanto Chang-ho lhe causou problemas...

- Tudo isso passou senhora Chang, saiba que eu não tenho raiva dele - seguro em suas mãos. - Todos nós erramos.

Assim que ela foi embora, caminhei pelo saguão, sentindo os olhares das pessoas em minha volta. Olhava para a carta em minhas mãos, tentando imaginar o que poderia estar escrito naquelas linhas.