44 - Friends.

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POV Ludmilla Oliveira

Aquela noite eu não tocaria na Bubu, mas tinha concordado em fazer uma aparição para fazer um dueto com Jennel, então eu estava ali. Vestido preto, bem coladinho, com um espartilho por baixo e meias-calças também pretas e sapato vermelho, assim como meu batom. A maquiagem que eu usava era leve, mas com muito lápis de olho e rímel, assim como um pouco de delineador, apenas para ressaltar o castanho dos meus olhos. Modéstia a parte, eu estava linda. E melhor, eu estava me sentindo linda.

Eu adorava ficar na área de música ao vivo, mas aquele dia em especial, eu não estava muito afim. Então, parti para a área de música eletrônica, esperando veementemente não encontrar com ninguém conhecido, porque não estava afim de papos que envolvessem Brunna ou Keaton.

Os olhares de cobiça em cima de mim começaram a partir do momento em que eu pisei na pista, e eu simplesmente adorava isso. Alguns homens olhavam para mim de cima à baixo, assim como muitas mulheres, algumas que eram até pegáveis. Dei uma olhada geral nas pessoas que estavam ali e andei até o bar. Uma das poucas vantagens de trabalhar na Bubu era que, quando era meu dia de folga, eu podia ir lá e beber o quanto quisesse, sem pagar nada. Isso já fez com que vários funcionários fossem expulsos. Beber é uma coisa, sair vomitando pelo banheiro inteiro da boate, é outra.

Cheguei ao bar e pedi por duas tequilas e uma caipirinha. Bill, o bartender, me olhou e sorriu. Ele era moreno, olhos castanhos bem escuros, usava os cabelos arrepiados e tinha um sorriso lindo.

— Aqui Lud — ele disse, me entregando os copos.

— Valeu Bill — agradeci e virei uma das tequilas, depois virei a outra. Ele sorriu novamente na minha direção, levantando as sobrancelhas e eu fiz uma careta ao sentir minha garganta queimar. Chupei o limão e peguei a caipirinha, acenando para ele e voltando para a pista.

Não sei quanto tempo fiquei ali naquela pista. Recebi várias investidas, mas não estava afim de ficar com ninguém dali, na verdade, eu estava querendo uma outra pessoa naquele momento.

Saí da pista de eletrônica e fui na direção da de música ao vivo.

Cheguei ao bar de lá e encarei aquela morena que eu tanto conhecia.

— É sério? — Nicole perguntou assim que me viu, deixando um sorriso escapar. — Seu dia de folga e você vêm aqui?

— Eu gosto daqui — eu disse, sorrindo de volta para ela. — Me faz um drink?

— Qual? — ela perguntou.

— Me surpreenda!

Ela me encarou e negou com a cabeça, mas depois abriu um sorriso e preparou o drink, me entregando em seguida. Bebi um gole e soltei um gemido de satisfação. Aquele negócio seja lá o que fosse estava mil vezes melhor que a caipirinha de Bill.

Virei-me de frente para o palco e encarei Jennel. Ela tinha acabado de cantar uma música e se preparava para iniciar outra. Quando me viu, sorriu de orelha à orelha. Ela adorava quando cantávamos juntas, e eu tenho que admitir que também gostava bastante. Ela distanciou a boca do microfone e gritou para mim que eu participaria em dez minutos.

— Dez? — perguntei de volta, tentando fazer os números com as mãos e quase derrubando o drink. Ela riu e acenou que sim. Concordei com a cabeça e me virei para Nicole, que olhava Jennel se preparar com os instrumentos.

— E aí — falei para ela, levantando uma das sobrancelhas de forma provocativa. Ela se virou e me encarou confusa. — Eu tenho dez minutos. — Ao que eu terminei de falar, Nicole sorriu, entendendo o que eu quis dizer.

Ela largou o pano preto que usava para limpar a bancada onde preparava os drinks e pediu para Pedro, o outro bartender, a cobrir enquanto ela ia ao banheiro. Logo, saiu de trás do balcão e me deu a mão, me puxando para a área com música eletrônica, onde o banheiro dos funcionários ficava. De longe, vi Jennel sorrir para nós e negar com a cabeça, já sabendo onde aquilo ia dar.

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