57 - Getting better and better.

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UM ANO DEPOIS

POV Brunna Gonçalves

— É só trabalhar um pouquinho mais nos agudos, meu bem — eu dizia à Natalie, uma das alunas da Escola de Música. Ela tinha os cabelos negros, uns quinze anos de idade e olhos castanhos que me lembravam os de Ludmilla. Acho que era um dos motivos pelos quais eu gostava tanto de mantê-la por perto.

— Não dá pra treinar comigo mais um pouco, professora? — ela me perguntou.

— Não posso amor — respondi indo até o cabideiro ao lado da porta e pegando minha jaqueta. Coloquei-a devagar. — Prometi à Ludmilla que ia chegar a tempo para o jantar.

Peguei meu cachecol e estava terminando de colocá-lo, quando percebi o silêncio que a outra parte fazia. Virei-me para Natalie que mantinha um sorriso sugestivo no rosto.

— O que? — perguntei, terminando de ajeitar o cachecol.

— Noite especial? — ela perguntou pegando sua própria jaqueta de frio de dentro da mochila e a vestindo.

— Basicamente — respondi não conseguindo conter o sorriso que chegou. — Hoje faz um ano que estamos juntas, quer dizer, oficialmente juntas.

— Como assim, "oficialmente juntas"? — Natalie perguntou e eu me limitei a negar com a cabeça.

— História complicada — respondi à ela.

— Eu adoraria ouvir qualquer dia desses — Natalie disse sorrindo e colocando uma das alças da mochila no ombro direito. Eu sorri na direção dela. — Quando ela vem te trazer aqui às vezes, vocês duas parecem ser extremamente apaixonadas. Ela parece ser do tipo que não desistiria de você nunca. — Ela soltou um suspiro pesado.

— Algum problema com isso? — perguntei levantando uma das sobrancelhas.

Natalie deu de ombros.

— Eu me pergunto se eu vou encontrar alguém assim algum dia.

Eu sorri inevitavelmente e andei até ela e a segurei pelo nariz.

— Hey, você só tem quinze anos! Ainda é muito nova pra ficar deprimida dessa forma por amor — eu disse, apertando seu nariz. — Eu só consegui ficar definitivamente com Ludmilla com vinte anos e ela tinha vinte e quatro. Então, tenha calma. Seu amor ainda vai chegar.

Natalie sorriu pra mim e eu a envolvi pelos ombros, andando com ela até o lado de fora da sala de música.

— Então, até semana que vem? — ela perguntou, sorrindo pra mim, quando saímos para o lado de fora da Escola de Música.

— Até, querida.

Natalie foi para um lado da rua e eu fui até o metrô.

Sim, agora eu andava de metrô.

Apesar de Ludmilla sempre insistir que eu deveria pegar a moto dela e ir até a Escola de Música e ela ir de ônibus até o Hospital, eu preferia deixá-la ir com a moto. Aquela moto era praticamente filha dela e eu é que não queria me responsabilizar por riscá-la ou batê-la. Se eu sobrevivesse, eu tenho certeza que Ludmilla me mataria.

Peguei o metrô a caminho de casa e cheguei mais rápido do que eu estava esperando.

Eu ainda dividia o apartamento com Ashley, enquanto Ludmilla ainda dividia o dela com Nic, apesar de que, depois que Nic e Jennel começaram a namorar, Nicole passa mais tempo na casa de Jennel do que em casa e provavelmente esse era um desses dias.

Entrei no meu apartamento com pressa e já corri para o banheiro. Ashley não estava em casa, provavelmente estava nos ensaios para o Teatro, já que agora ela estava se preparando para apresentar uma peça americana, em São Paulo mesmo. Tomei um banho rápido e me troquei o mais decentemente que consegui. Coloquei uma meia-caça preta, uma saia de cintura-alta, também preta, uma regata branca e meu sobretudo vermelho. Saí correndo pelo meu quarto, tentando colocar o sapato de salto alto com pressa. Passei uma base no meu rosto, um pouco de blush e um lápis de olho. Simples e limpo, perfeito.

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