Destiny • Yoongi (02) [+18]

Amigos?

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Minha noite tinha sido muito tranquila, mas  despertei com a batida ininterrupta na porta. Dessa vez eu não desci as escadas correndo, certifiquei que eu estava de pijamas e coloquei Holly no chão da sala, ele ainda dormia e ia cambaleando atrás de mim, pela força da batida eu sabia exatamente quem era. Jung Kook praticamente se jogou quando eu abri a porta, a mão ensanguentada, o cabelo crescido, as tatuagens quase todas coloridas, ele tinha mudado e eu também.

— Por que? Por que dói tanto?

— Jey... - eu engoli todas as lágrimas porquê a alegria de ver ele de novo era muito maior, mas ele não estava bem. — O que aconteceu?

Ele não me respondeu, e os olhos grandes de jabuticaba desabaram a chorar, em menos de um ano tudo tinha se invertido, ao invés dele me consolar agora eu era seu apoio. Talvez se eu não tivesse passado por tudo com Yoongi até ali, jamais ficasse tão forte emocionalmente para o maknae agora.

— Eu perdi... a Yun-Hee. - falou soluçante.  — Ela mentiu pra mim... ela.. me traiu.

Eu não tinha ideia do que ele se referia, mas eu sabia o que era aquele sentimento, aquele sofrimento não era por uma simples amizade, por uma mentira qualquer, talvez nem fosse pela tal traição.

— Vem... eu preciso dar um jeito nisso... - foquei primeiro no seu ferimento, como sempre um de nós dois estava sangrando.  — Agora me conta, Jey... o que aconteceu? - um mês separados e eu quase entrei depressão como ia ser nos próximos dois anos?

— A Yun-Hee..  Ela saiu com o Eun-woo ontem mas não me contou. Ainda por cima... me ligou embriagada depois pedindo ajuda. Por quê, Angel, por quê dói tanto?

Eu sorri. O destino era mesmo um velho sábio que andava em círculos para ver se nós, fracos seres humanos, aprendiámos com a vida. Primeiro eu, agora ele, com certeza Taehyung seria o próximo.

— Por que você tá rindo? - o semblante raivoso voltou em segundos.

— Você vê, agora? -  perguntei, dominante da minha própria sabedoria.

Yoongi tinha razão, cada dia mais parecidos.

— O quê? Angel, o quê? - eu continuava sorrindo e ele ainda mais confuso.

— Jey, você não vê ainda? - insisti. — Vem cá...

— Ah não, essa merda de acalmar a mente de novo... - reclamou. —  Ai! - dei um tapa na sua nuca, igual o seu hyung fazia.

— Fica quieto, olha aqui. - o levei de frente ao  espelho da sala. — Você vê?

Ele se encarou mas não mudou a expressão. Se uma coisa eu tinha aprendido até ali com todos eles, era que autoconhecimento era a solução de metade dos nossos problemas.

— Fecha os olhos, você vê? - insisti.

Não precisou mais do quê alguns minutos para ele finalmente entender o que sentia. E agora era nítido para mim a troca de olhares entre os dois, a proximidade natural, ela ir ao seu encontro em seu momento de desespero, e ele sofrer na mínima possibilidade dela ter outro.

— Apaixonado. - ele deduziu.

— De verdade! Eu sei, porquê é o que eu sinto pelo seu hyung.

Jung Kook me envolveu no abraço que eu tanto supliquei a Deus que voltasse, era paz, era verdadeira amizade. 

— Me perdoa, nae sarang. - ele pediu.