UM

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Que dia. Que belo dia para não dizer o contrário.

Eu nunca fui pra diretoria, em nenhum momento da vida estudantil e agora depois de velha, eu tive que vir.

- Por qual motivo vocês estavam discutindo no corredor?- eu gosto da diretora, mas chamar a gente aqui é demais.

- Ela colocou o pé pra eu cair- que mentiroso.

- Diretora, em minha defesa como sempre esse alecrim dourado estava atrasado e correndo, eu fui me desviar de uma multidão de alunos e professores e ele esbarrou em mim.

- Falsa!- ele rebate. Que audácia.

- Você! Se prestasse atenção por onde anda isso não aconteceria- eu odeio, odeio esse cara- Diretora eu já expliquei a situação e se a senhora me der licença eu tenho que voltar pra sala.

- Não senhorita, eu ainda não terminei- ele suspira. No ensino médio ele era atraente, mas agora... agora ele continua a mesma coisa, porque Deus tem seus privilegiados- Não quero ver vocês discutindo mais, vocês dão aula para adolescentes e estão piores que eles, tenham senso.

Levar sermão nessa altura da vida é o cumulo. E tudo por causa dele.

A diretora deixou a gente sair depois de um sermão de vinte minutos. VINTE MINUTOS.

- Já não bastava me infernizar na escola, agora vem me infernizar no trabalho.

- Você quase me jogou no chão, eu ia cair de cara no chão e provavelmente quebraria meu dente.

- Uma pena que não tenha caído- eu ofereço a ele um sorriso debochado- Com tanta escola nesse pais você vem logo pra essa, eu devo ter sido uma pessoa muito ruim na vida passada- eu estou bufando de ódio.

- Não exististe essa de vidas passadas- engraçadinho- Essa escola tem o melhor salário que eu poderia ganhar.

- Alberto, querido- eu me aproximo dele. Ele tem um cheiro fresco- Você poderia ser químico em qualquer farmacêutica e ganhar o quadruplo, quíntuplo do que você ganha numa escola.

- Talvez eu goste de te perseguir- ele ri- Eu gosto de dar aula... é calmo- ele da uma piscadela e sai.

Como eu disse, ele continua atraente. Ainda mais do que antes. Alberto tem os cabelos e barba pretos lisos, olhos castanhos escuro e a pele de cor parda e pra fechar o combo ele ainda é alto, bem alto comparado a mim. Ele usa uma roupas muito sociais, o máximo de pele dele que eu vi a mostra em toda a minha vida foram os braços e as canelas, nunca o vi sem roupa nenhuma e nem pretendo, mas ele era popular no ensino médio e mesmo assim nunca ouvi nada de bizarro sobre ele.

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A hora mais esperada, a hora do almoço. 

- Hoje eu trouxe suco de couve e laranja- essa é a Regina, minha amiga. Ela faz os melhores sucos que eu já tomei na minha vida- Vamos aumentar essa imunidade de qualquer forma.

A Regina vive reclamando que tosse e espirra muito. Mas fuma igual um dragão.

- Você não tá com a imunidade baixa, sua tosse é por causa do cigarro.

- Cala sua boquinha, cala- ela revira a comida. Ela ama fazer sucos com as folhas, mas odeia comer salada, não entendo.

- Porque você não me disse que o Alberto tá trabalhando aqui?- ela engasga- Não vem fingir não, tem quase um mês que ele tá trabalhando aqui.

- Não me leve a mal, mas eu queria que você voltasse para o trabalho e se soubesse que ele tá aqui, você não voltaria.

- Não adiantou nada, eu vou pedir conta.

- Não vai nada. Ele vai ficar só por três meses- como se fosse pouco.

- Regina, ele me odeia e eu não tenho paciência pra ficar perto dele.

- Ele nunca disse que te odeia, você que inventou isso. Alias, ele tá ainda mais gostoso, se me desse isso aqui- ele faz um gesto de medir com o polegar e o indicador- De bola, eu pegava.

- Oi garotas, posso me sentar aqui?- falando nele.

- Pode, nós já estamos de saída- eu ofereço a ele um sorriso e me levanto.

- Quer suco de couve?- cobra.

- Vamos Regina- eu chamo.

- Tá uma delicia, pode ficar.

Ele sentou e ainda deu um tchauzinho com um sorriso enorme na cara. Idiota

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now