A Fugitiva

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   Corro livremente no meio da floresta extensa. Pulo de galho em galho e me balanço por entre os cipós. Alguns animais que estavam presentes me acompanharam nessa aventura, até que algo os assustou. Escuto passos pesados e barulhos conhecidos vindo em minha direção. Os meus inimigos que me perseguem a tempos me acharam. Subo o quanto antes no tronco de uma árvore que encontro em minha frente e sem vacilar, faço com que as folhas e os galhos dela sirvam de camuflagem para a minha presença. Logo abaixo, alguns demônios perseguidores tentavam encontrar algum vestígio de minha presença, mas eu não era nenhuma amadora e nem idiota para não saber encobrir bem os meus rastros. Eles continuaram a sua procura inútil por fugitivos adentrando mais a fundo a floresta.

   — Não vai ser hoje, meninos.

   Depois de me certificar que a área estava limpa, pulei do galho que eu estava com uma cambalhota e aterrissando suavemente no chão. Se eu fosse me julgar, receberia uma nota dez pela performance.

   Com cautela, andei na direção oposta que os meus perseguidores seguiram. Saindo da floresta, recebo o chão fervente sob os meus pés descalços, quase queimando-os. Entre todos os territórios, o Sol do território dos Demiumanos era o mais quente. Não sei como eles não derretiam com o calor que faz aqui. Eu poderia assar um pão sem precisar de um forno, somente utilizando o clima para isso. Fisicamente, o calor não me afetava em nada, mas o cansaço, me fez acreditar que sim.

   Eu poderia voar, seria até mais rápido para sair dali, porém, não sei se as minhas asas aguentariam por muito tempo tal temperatura e também, é provável que eu me cansasse mais rápido e fosse localizada com facilidade  pelos meus inimigos.

   Continuei a caminhar por aquela terra seca e quente. Um vilarejo é o que me espera mais a frente. Espero muito encontrar água e alguma coisa que seja comestível. Estou viajando a  tempos em busca de um refúgio para me esconder da tirania do rei. Se ele souber da minha existência, eu serei morta com certeza.

   Depois de um tempo caminhar, finalmente cheguei no vilarejo, mas ao contrário do que esperava, cheguei tarde demais, os demônios já haviam devastado aquela área. O lugar estava todo destruído, as casas de madeiras estavam reviradas e nenhum sinal dos Demiumanos que residiam ali.

   Resolvi vasculhar mais o lugar em busca de alimentos e água que pudesse me refrescar. Adentrando a primeira casa, tirei a sorte grande,  pois a dispensa estava cheia. Comi tudo o que conseguia sem fazer cerimônia, afinal, não saberia dizer quando seria a minha próxima refeição. Com um pedaço de tecido que encontrei na casa, enrolei um pouco da comida para levar na viagem e o prendi na minha cintura.

   De barriga cheia, decidi continuar a minha jornada. Não poderia ficar no mesmo lugar por muito tempo, se não, seria descoberta facilmente. Mas assim que saí da casa, uma sombra no chão me levou a olhar para o céu.

   — Merda!

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   — Merda!

   Um demônio sobrevoava a casa. Tentei me esconder, mas já era tarde, ele já tinha me visto. Ele avançou feito uma águia no ataque de sua presa, tentando me levar com os seus pés cheios de garras afiadas, porém, consegui desviar do ataque aéreo pulando e dando uma cambalhota. Ele tentou novamente,  mas obteve o mesmo resultado.

Amélia- A herdeira do Caos Where stories live. Discover now