𝑴𝒊𝒏𝒉𝒂 𝑫𝒐𝒄𝒆 𝑴𝒆𝒍 [ 𝙿𝚜𝚢𝚌𝚑𝚘 x 𝙰𝚗𝚐𝚎𝚕 ]

𝑪𝒂𝒑.21

“𝐎 𝐦𝐚𝐥 𝐝𝐞𝐧𝐭𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐦𝐢𝐦.”

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No pequeno espaço de tranquilidade que a cabana me proporcionava, eu finalmente pude me permitir um momento de descanso.

A noite estava escura, as estrelas pontilhavam o céu como diamantes brilhantes, e uma lua minguante lançava sua luz fraca sobre a paisagem.

Eu estava do lado de fora da cabana, apoiada em uma das paredes de madeira. O cheiro da floresta noturna me envolvia, trazendo consigo uma sensação de calma que eu raramente experimentava.

Com a mão trêmula, tirei um maço de cigarros do bolso e acendi um deles. O primeiro arranjo de fumaça me fez relaxar ainda mais.

Observando as espirais de fumaça se dissipando no ar frio, meus pensamentos vagaram por lugares distantes.

Lembrei-me de como tudo começou, de como eu escolhi esse estilo de vida. A escuridão que sempre esteve dentro de mim, agora encontrava uma maneira de se manifestar através da minha arte.

A fumaça do cigarro se misturava com o ar noturno, como meu próprio sopro de vida, uma manifestação de minha existência peculiar.

Nesse momento, a cabana estava tranquila. Dentro dela, minha obra de arte tomava forma, uma representação da beleza obscura que eu via no mundo.

Às vezes, eu me perguntava se algum dia encontraria alguém que entendesse meu mundo, alguém que pudesse compartilhar minha visão única da vida. Mas por enquanto, eu continuaria aqui, na solidão da noite, criando minhas próprias realidades.

As árvores murmuravam segredos antigos, e o vento sussurrava canções de mistério. Eu me senti em paz, mesmo que apenas por um breve momento, enquanto saboreava o sabor amargo do cigarro e mergulhava mais uma vez em meus pensamentos sombrios.

Os minutos se arrastavam lentamente enquanto eu permanecia ali, fumando e contemplando as estrelas. Era um daqueles raros momentos em que a ansiedade que geralmente me atormentava parecia se dissipar, deixando-me sentir quase humana.

No entanto, como todas as coisas boas na vida, esse momento de paz não poderia durar para sempre.

A realidade cruel que logo bateria à minha porta, exigindo que eu retornasse ao meu papel de caçadora nas sombras.