CAPÍTULO CINCO

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Um misto de arrependimento, nojo e angústia me consumia enquanto me levantava pegando minhas roupas espalhadas por aquele quarto. Tudo que eu queria, era tomar banho e esfregar até a minha alma se fosse possível. Aparentemente, as pessoas podem pensar que o sentimento de repulsa parte apenas das mulheres quando isso ocorre, mas o que poucos sabem, é que os homens também podem se sentir da mesma forma.

Pensei que eu poderia sim ter evitado e recusado até o último instante, mas conhecendo Marie como eu conhecia, ela jamais facilitaria as coisas para mim, nunca facilitou na verdade. Ela poderia simplesmente inventar alguma coisa para os pais e até mesmo me acusar de assédio, já que ela me acusou de roubo inúmeras vezes. E seria a palavra dela, contra a minha. E sejamos sinceros, eu jamais conseguiria competir com ela. Marie era perigosa, ardilosa e não sentia o mínimo de empatia por ninguém, quem dirá por mim. Talvez, o que tenha me motivado a transar com ela, fosse sua ameaça, alegando que se eu não o fizesse eu teria consequências, e essas consequências seriam das mais variadas, inclusive o olho da rua.

Não vou negar, eu realmente tinha medo de ser expulso daquela casa. Nunca havia ido para nenhum outro lugar além dali, não conhecia nada e nem ninguém. Não conhecia o mundo como ele era.

— Já vai? — ouvi sua voz irritantemente aguda soar pelo quarto. Não respondi, é claro, apenas tratei de calçar meu sapato enquanto pegava as ferramentas deixadas no chão, logo em seguida. — Vai fazer o jogo do silêncio comigo Jake?

Suspirei fundo e ainda que relutante, me virei para encará-la, estava nua, deitada esparramada na cama enquanto me encarava com um sorrisinho um tanto quanto maldoso nos lábios.

— O que mais você quer? — questionei sem paciência enquanto suspirava fundo, cansado.

— Nada, só achei que fosse passar a noite aqui, comigo. — pude observar enquanto ela se levantava lentamente, caminhando em minha direção.

— Dormir, com você? — sorri sem humor. — Está louca, só pode. Já se esqueceu da posição que eu ocupo nessa casa, senhorita? Sou empregado.

Seu sorriso cresceu e suas mãos encontraram meu peito ainda desnudo, espalmando por toda parte.

— Fico feliz que você saiba o seu lugar, isso é importante. — comentou. — mas eu queria mais.

O olhei incrédulo, sem conseguir acreditar nas palavras que saíam de seus lábios. Nós havíamos acabado de cometer um erro, um grande erro. Aliás, eu praticamente fui forçado a transar com ela e ela queria repetir? Me sentia tonto.

— Receio que isso não seja possível, eu tenho...coisas a fazer. Então, espero ter ajudado com o que precisava. Se me der licença, eu já vou me retirando, passar bem, senhorita! — disse tudo muito rapidamente fugindo de seus toques enquanto deixava o quarto.

Felizmente ela não me impediu, e longe daquele ambiente, longe dela, pude respirar aliviado. E ao passar pela cozinha, Laras estava escorada na pia enquanto bebia água e quando me viu, ela rapidamente deixou o copo e veio ao meu encontro apreensiva.

— Eu sinto muito. — lamentou ao me estudar de cima a baixo. — Eu te avisei, sabia que ela iria fazer isso.

— Eu...não quero falar sobre isso Laras. — disse enojado.

— Eu imagino...— disse visivelmente chateada, me envolvendo em um abraço carinhoso. Ficamos assim por alguns minutos até nos afastarmos. — Como ela pode ser tão horrível a esse ponto ?

— Boa Noite Laras, eu vou descansar. — disse rapidamente fugindo do assunto enquanto saía pela porta da cozinha que dava aos fundos da casa, onde ficava o meu "quartinho".

ESCRAVIZADO [DARK ROMANCE] ✓ Where stories live. Discover now