CAPÍTULO TREZE

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[...]

Os dias se passavam cada vez mais lentos, o que me torturava de certa forma, já que Marie não havia me procurado mais depois de sua ameaça final. Era como se ela tivesse desistido de tentar me atingir, mas claro que era apenas o que "parecia" e não o que de fato era.

Marie Delacoir jamais se daria por vencida e o seu silêncio estava bem mais assustador do que todo seu barulho.

— O que te preocupa? — Ashley me tirou de meus pensamentos ao adentrar na cozinha.

— Não sei, Marie sumiu.— disse pensativo, enquanto voltava a vasculhar os armários. O jantar naquela noite era por minha conta.

— E não é um alívio? Ela pode finalmente ter aceitado que perdeu. — ela deu de ombros se colocando ao meu lado. — O que vai cozinhar?

— Não sei, ela não aceitaria tão fácil e não sei...acho que macarrão com molho de tomate? — pergunto incerto.

— Com salsicha? — pergunta esperançosa.

— Com salsicha.— sorrio bagunçando seu cabelo.— Você poderia me ajudar.

— Nah, hoje é o seu dia! — ela negou rindo e se afastou.— O Brad vai vir aqui em casa amanhã, temos um trabalho da faculdade para fazermos juntos.

— Brad? — questionei a olhando confuso pois eu nunca tinha ouvido falar dele antes. — Você nunca falou sobre ele.

— É que nunca tive nada para falar.— ela deu de ombros.— A gente só...faz algumas atividades juntas de vez em quando...

— Ah...— digo assentindo.

— Enfim, eu estou morrendo de fome, vou tomar um banho rápido pra gente comer, não coma sem mim! — exigiu antes de sair do local.

— Eu nunca como sem você.

Estávamos Ashley e eu jantando na cozinha, em mais uma noite das muitas outras desde que eu havia me mudado para seu apartamento. Ela comia fazendo uma certa sujeira em seu rosto, o que era engraçado, parecia uma garotinha de cinco anos.

— Ew, você está toda suja! — eu disse brincalhão e me inclinei para limpar os seus lábios com o guardanapo.

— Sabia que eu podia limpar com a língua? Fico constrangida quando você age como se eu fosse uma criança! — ela ri me dando um tapa leve na mão.

— É exatamente assim que eu me sinto quando você me trata assim também ! Como se eu fosse um garotinho. — protesto com uma falsa irritação.

— Mas você é! — ela disse agarrando minha mão com uma expressão fofa no rosto. — Agora você é meu garotinho.

— Você é ridícula! — eu ri e joguei um pano de prato em sua direção enquanto me levantava.

— Não fique tímido Jake !

Podia ouvir sua risada mas apenas ri junto enquanto ia em direção a pia. Ashley havia realmente se tornado meu ponto de paz.

A cozinha já estava toda arrumada e Ashley já se preparava para atacar a sobremesa na geladeira vasculhando com os olhos curiosos o que tinha para nós naquela noite.

— Eu vou colocar o lixo lá na rua, de uma vez. — avisei enquanto passava por ela.

O vento estava meio fraco, porém o suficiente para causar um certo friozinho e arrepiar meu corpo. Caminhei em direção a nossa lata de lixo e coloquei as sacolas enquanto me preparava para voltar para dentro e com certeza decorar um pote de sorvete de creme com Ashley.

No entanto, tudo que eu senti  foi uma mão indo de encontro ao meu rosto, enquanto eu tentava me debater em vão. Pois no segundo seguinte, a escuridão me tomou e eu não vi e nem senti mais nada.

[...]

A claridade que invadia o local me incomodava, mas não era tudo, minha cabeça dava fortes pontadas e sentia meu corpo pesado, por mais que estivesse deitado.

Quando finalmente consegui abrir os olhos e focá-los em algum lugar, levei meus olhos ao teto, que era todo branco aumentando ainda mais a náusea em meu estômago.
Minha cabeça doía como o inferno e fiz um esforço para me sentar e em seguida olhei ao redor, levando um completo choque quando me deparei com que havia ali, naquele local.

Eu estava deitado em uma cama de casal, bem confortável por sinal. E ao redor, havia um guarda roupa branco e uma cômoda, algumas fotos minhas e de Marie grudadas nas portas do móvel, outras em porta retratos. E aquilo tudo parecia um pesadelo pois eu mesmo me lembrava de quando havíamos tirado aquelas fotos, eu realmente não sabia da existência delas !!!

Me levantei, e caminhei até a cômoda, para olhar mais de perto e me toquei de que na maioria delas, eu estava deitado e dormindo. Algumas, ela com certeza havia tirado nas poucas vezes que dormimos juntos após transar. Outras eram minhas sozinho, distraído e havia uma enorme grudada na parede, que se tratava de mim dormindo, e ao que parecia era naquele local ali mesmo, enquanto ela estava deitada no meu peito, com um grande sorriso nos lábios e era ela quem tirava a foto.

Eu estava em choque. Eu estava literalmente tremendo, com medo e olhava desesperado para cada canto do quarto. Eu definitivamente estava tendo um pesadelo, tinha que ser um pesadelo!

Literalmente corri até a única janela daquele quarto e a abri e me surpreendi ao que dei de cara com o mar. Não literalmente com as águas batendo na janela mas, se tratava de uma espécie de casa de praia ou algo assim. Eu podia ver o mar não tão distante, a areia da praia, mas não havia ninguém.

Saí rapidamente da janela e corri até a porta tentando abrí-la, mas ela estava trancada obviamente. Comecei a entrar em pânico.

— Ashley!!? — comecei a bater na porta desesperadamente. — Alguém???? Por favor!!!

Mas ninguém ouvia, ninguém respondia de volta, absolutamente ninguém veio me ajudar.

— Marie!!!! Cadê você? Me tira daqui! — comecei a gritar e batia cada vez mais forte na porta, mas nem perto de quebrá-la.

Vencido pelo cansaço, me sentei no chão, de frente para a mesma e me permiti chorar. Eu não sabia onde estava e nem mesmo o que estava acontecendo. O que Marie havia feito daquela vez ?

Só de olhar para aquela parede e ver nossa foto nela, eu sentia um arrepio passar por todo o meu corpo e nem de longe era um arrepio bom.

Então a ficha começando a cair enquanto eu juntava as peças daquilo tudo: Marie Delacoir havia me sequestrado.

Oiiii, sentiram minha falta? ❤️🫰

ESCRAVIZADO [DARK ROMANCE] ✓ Where stories live. Discover now