capítulo 109

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Beatrice

—Oi família, eu voltei.

Fala Don entrando na sala onde estávamos almoçando, já era domingo, ele ficou uns dias em Nova York.

—Filho, meu amor, estávamos ansiosos pelo seu retorno.

Ele da um beijo no rosto da minha mãe e se senta.

—Nossa, eu estou faminto.

Ele se serve.

—Nos conte como foi, eu quero saber.

Fala Betina.

—O pai conta, ele sabe todos os detalhes.

—Mas o papai não foi.

—Ele mandou três homens me vigiar pra ver se eu não ia fazer merda, já está a par de tudo, né pai!?

—Giovanni, fez isso?

Pergunta minha mãe.

—Sim, e ele prendeu e ameaçou matar os homens.

—Eles estavam a ponto de interferirem e ferrarem com tudo, eu disse que tinha tudo sobre controle, mas não confiou em mim e quase estragou meu plano.

—Eu sabia que o papai ia tentar interferir, ele não consegue ficar na dele, se tivesse feito o trabalho direito, o Don não teria que ter feito isso.

Falo.

—Só estava tentando protegê-lo.

—O senhor quase me matou, os caras que mandou eram óbvios demais, e os homens do Elijah já estavam de olho neles, se eu não tivesse agido rápido e os impedido, aquilo ia virar um banho de sangue, eu disse que seria um trabalho limpo.

—E foi um trabalho limpo?

Pergunto.

—Claro que foi, nenhum inocente foi ferido no processo, não graças ao pai é claro, se dependesse dele, todo mundo da boate teria morrido.

—Você usou as garotas da boate para fazer seu trabalho.

Fala meu pai.

—Antes isso do que sair atirando e matando todo mundo, que era seu plano.

—Envolveu pessoas inocentes do mesmo jeito.

—Mas pelo menos ninguém mais foi morto, só quem tinha que ser, eu usei a minha inteligência, as garotas só serviram como uma cortina de fumaça.

—Mas não as ameaçou para fazer isso por você, acaba sendo a mesma coisa.

—Ameaçar, eu não preciso disso, nosso maior lema não é um favor por um favor?

—O que prometeu em troca da ajuda, querido?

Pergunta minha mãe.

—Matar o cafetão que estava traficando as meninas para a boate, fiz meu trabalho e de quebra derrubei uma rede de tráfico de mulheres.

—Em uma semana fez tudo isso?

Pergunta Betina.

—Eu já tinha todas as informações que precisava, o resto foi fácil.

—Espera, eu tô com uma teoria aqui na minha cabeça...

—Guarda só pra você.

Fala Don interrompendo Betina.

—A fama de mulherengo do Don, é só fachada!

—Aí, assim você ofende a minha masculinidade.

Rimos.

—O Ben descobriu que Elijah estava em Nova York, mas o Don que descobriu os lugares que ele costumava frequentar, os dias e a hora, ele soube quando Elijah iria estar na boate, usou as garotas para ajudá-lo, ou seja, também usou elas para descobrir quando ele estaria lá, Don conhece quase todas as boates e bordéis dos Estados Unidos, e consegue informações que ninguém mais tem, isso acontece aqui na Itália também, o que leva ele ter encontrado a rede de tráfico tão rápido, as vezes demora meses para alguém descobrir uma rede de tráficos, quem são os mandantes e tudo mais, e Don levou apenas uma semana para encontrá-los, minha teoria é que ele usa essa fama de mulherengo para esconder sua verdadeira motivação, obter informações, as mulheres dos bordéis e boates, são as que mais sabem o que rola nesse mundo de gangues, máfias e tudo mais, e Don paga para obter essas informações.

—Faz sentido.

Fala Ben.

—Pago pelo sexo também é claro, também não sou um monge.

—Mas também não é esse mulherengo que todos dizem que é.

—As pessoas tomam como verdade aquilo que lhes convém, mas pra mim também é muito conveniente, enquanto eles acham que eu só fico por aí atrás de mulheres, estou colhendo informações.

—Olha confesso que tô impressionada, eu sabia da sua capacidade, mas não sabia que elevava o nível da sua inteligência e a Betina fez uma leitura sobre você que é de tirar o chapéu.

Falo.

—O Don é o famoso "come quieto", ele se faz de bobo, finge que não tá nem aí pra nada, se finge de inocente que não sabe de nada, quando na verdade ele sabe de tudo, ele age na surdina e quando você perceber, será tarde demais, não é a toa que ele descobriu que o papai e a mamãe eram mafiosos quando ainda tinha 15 anos.

—Descobriu com 15 anos, isso você não me contou.

Falo.

—Sabia esse tempo todo, querido?

Pergunta minha mãe.

—Sabia, mas só fui começar a entender a dimensão de tudo mesmo aos 18.

—O Don se fazia de burro na frente do papai, porque achava divertido ver o papai se perguntando onde tinha errado.

Fala Betina rindo.

—Mas o papai sempre soube da capacidade absurda que o Don tem, ele só queria acreditar que o filho não servia pra nada, porque assim não teria que admitir que o Don sempre esteve certo, como foi o caso daquele coreano que tentou passar a perna no papai, o Don tentou avisar e ele não quis ouvi-lo.

Falo.

—Mas eu não o culpo, ninguém gosta de admitir que está errado.

—Mas seu pai é demais, além de não admitir, ele ainda encontra alguém pra levar a culpa por ele.

Fala minha mãe.

—E eu sou a pessoa perfeita, mas oportunidade não vai faltar de jogar na cara dele que eu sempre estive certo, uma hora a verdade tem que vir a tona.

—E você gosta disso né, de jogar na minha cara.

Fala meu pai.

—Pra mim é super satisfatório saber que eu sempre estive certo, um tem que ganhar e o outro tem que perder, não há meio termo, agora chegou minha vez de ganhar, eu já perdi demais.

—Quer tomar a máfia a força também?

—Ah, pelo amor de Deus pai, não começa, mas, se eu quisesse, posso pensar em várias pessoas que me apoiariam, mas eu jamais faria isso e não será preciso, o senhor vai me entregar ela mesmo, é só questão de tempo.

Beatrice - Herdeiros do Império Bianco-SalvattoreWhere stories live. Discover now