capítulo 1

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-Obrigado.

fecho a porta do taxi e me viro para minha casa, ela esta da mesma forma de quando estive aqui há 7 anos.Respiro fundo e o ar gélido de Mane entra em minhas narinas, é bom estar em casa.

-filho!Que saudade meu amor.

-Oi mãe-Cheiro seus cabelos que provavelmente recebem o mesmo shampoo de rosas, seu favorito.Olho meu pai que mesmo um homem alto e forte esta com lagrimas nos olhos

 - Oi pai,Estou em casa.

-Nosso bebe voltou Denny....... deixa a mamãe te olhar.-Ela me fita com aqueles olhos afiados de mãe e coloca a mão no meu rosto em forma de um carinho.

-O que aconteceu com você meu filho? Seu braço, seu rosto...

-Estou bem mãe.Não doi tanto assim.

-Vamos entrar amor? O menino esta cansado.-Meu pai nunca deixou de me tratar como o garotinho dele,é até engraçado.

Ele pega minha mala esportiva do meu braço bom, me dando tapinhas de consolo nele, minha mãe logo se enrola em mim colocando sua cabeça em meu ombro.Caminhamos lentamente até a entrada da casa.E lá estava ela a casa vinho com janelas pretas, as únicas coisas comum eram a grama e a cerca branca.

A porta de madeira macica rangel quando minha mãe mexeu na maçaneta, o lustre de mosaicos que ela adorava estava logo acima no rall de entrada, e um tapete amarelo enorme feito de crochê estava no chão.Provavelmente minha mãe deve ter encontrado ele em umas de suas lojas de como ela fala mesmo?Há, ''Coisas extraordinarias''.

Papai desse das escadas que ainda tinha o velho carpete vermelho, como se fosse a passarela da fama.Ele provavelmente colocou minha mala no meu quarto, me pergunto como ele deve estar? será que mudaram alguma coisa? com esses pensamentos me sento em uma banqueta com a ajuda da minha mãe.

-Então Owen, oque vai querer comer?

-Um sopa de curry cairia bem pai.

-Uma sopa de curry saindo então, amor pode me ajudar picando os legumes?-Papai estava em frente a pia branca, umas das poucas coisas sem ''cor'' que tem na cozinha , que é uma mistura de azul e verde.Mamãe ama cores.

-Claro querido.Filho porque você não sobe e toma um banho, hum?

-Estou precisando mesmo.-Beijo sua temporã e vou para a escada.

Subo os degraus olhando os os retratos de familia, rindo de algumas de minhas fotos constrangedoras.Minha mente vaga por lembranças da minha infância. Abro a porta do meu quarto e suspiro.Exatamente igual, meu pai não gosta de mudanças ele diz que tiram a essência das coisas.Bem eu não me incomodo com isso, me sinto em casa.

Observo a cama arrumada ao padrão do quartel, minha mãe provavelmente deve ter visto um tutorial no youtube, atenciosa até nos mínimos detalhes sempre dona Miranda.Resolvo arrumar minhas roupas primeiro, quase nada, não tenho roupas casuais, não que eu me importe mas provavelmente minha mãe vai se importar, é dificil arruma-las com um braço quebrado mas consigo me virar, suspiro me direcionando ao banheiro para meu merecido banho.

Me dispo e olho o pacote do protetor do gesso, coloco ele me contorcendo de dor, as costelas quebradas não me ajudam.Tomo banho em pé mesmo me sentar seria um pesadelo.

Estou tentando vestira camisa quando escuto um tok tok, olho e vejo meu pai segurando o riso.

-Uma ajudinha é bem vinda.-Ele se aproxima e me ajuda, agora rindo.

-Vamos filho.

Desso as escadas sentindo o melhor cheiro em tempos, realmente o curry do meu pai é o melhor. Mamãe está tentando pegar uma de suas excêntricas jarras de suco.

-Qual você quer amor?

-A da rena rockeira.- Ele assente e pega para ela, que começa a dar mini pulinhos, rio da cena.

-Só falta o suco meu bem.-Assinto e me sento na mesa.

-Prontinho, senta logo homem.

-Vamos orar?-Assentimos enquanto ele se sentava.

-Senhor Deus muito obrigado por essa refeição, por este dia maravilhoso, e por nosso filho ter voltado para casa. Obrigado por protege-lo e guia-lo, amém.

-Amém.

-Amém.

O jantar é divertido e ao mesmo tempo calmo.Terminamos e tento ajudar a arrumar a mesa mas com só um braço fica dificil.

-Vá para sala filho.

Me sento divagar e com cuidado, pego o controle e ligo a televisão está passando o jornal das nove, as reportagens são de acontecimentos de outros estados, furtos,abandonos, politica.Bem isso tudo é comum em qualquer pais.

-Temos notícias atualizadas sobre os bombeiros acidentados no incendio da rua 54, o capitão Owen Forbes recebeu alta após 2 cirurgias, o instrutor Park Hyun Min ainda se encontra em coma mas está estável não temos um posição do hospital em questão de quando ele irá acordar, o cadete Dave Johnson......

-Vamos ver oque que tem de bom pra assistir...

Olho minha mãe ofegante e com as mãos trêmulas, ela não quer que eu veja, ela não quer que eu saiba, mas eu sei que os dois estão em coma por minha culpa.

-Eu te amo mãe.......obrigado.

-Também te amo filho.

-Não tem espaço pra mim não é?

-Tem sim pai, senta aqui.

Mamãe escolhe um realite de competição de culinária.É até interessante, os cozinheiros são bem habilidosos.No final o participante que estava mais confortável foi eliminado, isso é triste ou engraçado?

Bem, pra mim os dois, é triste porque o cozinheiro estava tão confiante que não deu atenção ou não se preocupou com os detalhes, já os outros tinham a pressão de não serem tão habilidosos na área por isso se dedicaram mais.

É engraçado o jeito que nos acomodamos não é? Eu sempre tentei não me acomodar, treinava e treinava incansavelmente mas

-Vamos dormir filho?Sua mãe já capotou, olha.

Minha mãe ronca encostada no braço do sofá, sempre foi assim, nunca termina nada que assisti, sempre dorme.

-Vamos pai, quer ajuda?

-Não precisa, seu velho ainda é forte.

Assinto, e o observo pegar minha mãe no colo e leva-la para o quarto.Subo as escadas logo atrás deles.

-Boa noite filho.

-Boa noite pai.

Fecho a porta e me sento na cama, pegos os remédios que tenho que tomar e um copo de água, termino de bebe-los e me deito com cuidado.Fito o teto por um tempo, tanta coisa aconteceu, tanto tempo sem voltar aqui.É claro eu via meus pais, eles me visitavam no quartel pelo menos de três em três meses, mas um capitão não pode ficar muito tempo longe do posto.Minha profissão é linda mas me priva de muitas coisas.

Estou com 30 anos de idade, nunca namorei, muito menos me casei, não que eu não queira, mas eu não procurei por isso antes de virar bombeiro muito menos quando me juntei a tropa, a ideia de preocupar mais outra pessoa, e ainda ter que dar atenção a ela nunca foi viável.

Agora, eu não sei se eu vou voltar, voltar para a ativa.Isso me amedronta, não estar apito para salvar pessoas.Eu quero voltar, eu tenho que voltar.

Os remédios começam a fazer efeito e o sono vem me abraçar como uma nuvem.

-Estou em casa.

você pode me ver?Where stories live. Discover now