3. Você sabe Quem

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Harriet Potter e a Marca negra

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Quando acordei estava sozinha, sentada nas sombras das árvores, longe do nascer do sol alaranjado. Por um instante penso que foi só um pesadelo, mas o sangue embaixo das minhas unhas, e a dor que me persegue a cada pequeno passo dizem o contrário.

A luz reflete no anel que arranquei daquele comensal, prateado e verde. Agacho ignorando as câimbras de ter passado a noite no chão duro, recostada naquela árvore desconfortável.

Não entendo porque ele não me matou quando poderia muito bem fazer isso, eu era um alvo fácil.

Um feitiço e adeus a menina que sobreviveu.

— A quem você pertence? — Giro o anel entre os dedos, deve ser prata pura, tem pequenas pedrinhas verdes na cobra.

Deslizo o dedo sentindo a textura lisa, somente uma escrita elegante na parte de dentro. Viro o anel na direção do sol irritante, não consigo reconhecer o idioma. Talvez Hermione saiba, ela sabe tudo.

Marcho para o que sobrou do acampamento, escondo o objeto no bolso para não perder. Está estranhamente silencioso, nem mesmo os pássaros cantam, muito menos sobrevoam a fumaça já apagada.

Não penso muito, tento não sentir a exaustão e fome que me puxam em direção ao chão. Um passo de cada vez. Aquela voz venenosa cantarola em minha mente "Você tem seguido tudo que te dizem como uma marionete".

Marionete, não sou uma marionete... embora nunca faça muitas perguntas, porque eu confio no diretor. Mesmo que às vezes eu me pergunte como ele pode me mandar de volta para os trouxas todos os anos.

Deve haver uma razão importante, um motivo que apagará toda a suspeita em meu coração.

— Harriet! — Hermione grita saindo de trás de uma tenda caída, seus braços se abrem.

Eles não me abandonaram, eles nunca fazem.

— Estamos te procurando a horas — Rony respira fundo, sua mão apertando meu braço direito como se eu fosse desaparecer diante de seus olhos — Pensei que tínhamos te perdido — seus lábios tremem.

Abraço os dois como um bote salva-vidas, estou segura agora e eles também.

Posso ver as lágrimas que não caíram, meu coração aperta e seguro o meu próprio choro, é claro que eles não me abandonaram. Não tenho que dar ouvidos a um comensal da morte manipulador.

Levo a mão a testa sentindo a cicatriz doer, pisco para o céu, não acredito no que estou vendo.

— O que é aquilo? — Aponto pra cima a cobra saindo do cranio com dentes pontuados, seria um vampiro?

— É a marca negra, Harriet. — Hermione se encolhe — A marca de você sabe quem.

— Voldemort — sussurro.

Arrepios serpenteiam meu corpo, aquelas pessoas encapuzadas são seguidores dele, vislumbres dos meus pesadelos. Sibilos de seus planos, talvez eu esteja enlouquecendo, no entanto minha paranóia estava certa.

E se de alguma forma eu puder ver o futuro? Mas não foi o futuro que eu vi... Aperto a cabeça entre as mãos afastando meus amigos, preciso respirar.

— Harriet, está tudo bem? — Rony joga o braço por cima dos meus ombros, tropeço pro lado dele angustiada.

— Eu não sei. — Desvio meu olhar pra minha melhor amiga, sua testa está franzida, seus movimentos agitados.

Harriet Potter e o Enigma da Sonserina ( Harry x Draco)Where stories live. Discover now