ＵＮＬＩＭＩＴＥＤ ― ᵗʰᵉ ʷⁱⁿᶜʰᵉˢᵗᵉʳ ✡

vinte e sete.

HAVIA pegado no sono na viagem de Last Creek até Jericó, uma viagem na qual foi extremamente longa e cansativa. Mas não demorou muito para eu me acordar e perceber que já estávamos na cidade.

A madrugada em Jericó era extremamente calma,ninguém na rua, tudo um completo silêncio, a rua de minha casa foi se aproximando, verifiquei o meu bolso para ver se ainda estava com a chave reserva e suspirei aliviada ao senti-la no bolso.

O carro estacionou em frente a casa e eu encarei os mais velhos que se viraram para mim ao mesmo tempo.

―― Sempre que quiser nos visitar, avise que vínhemos te buscar. ― Sam falou tranquilo. ― Só não fuja, sua mãe deve estar louca.

―― Ela é louca. ― Dean falou brincalhão me arrancando uma pequena risada. ― vamos passar a noite na cidade caso...

―― Vai ficar tudo bem. ― falei interrompendo o loiro enquanto pegava a mochila e a colocava sobre os ombros. ― até logo.

―― Tchau, Jo. ― os dois falaram juntos enquanto me observavam descer do carro.

Me coloquei em pé e fechei a porta do Impala, andei receosa até a casa enquanto o carro continuava estacionado alí, eu sentia o olhar dos dois sobre mim no momento.

Cheguei perto da porta e estranquei. Por um momento tive um déjà-vu quando parei no Hall de entrada, fechei a porta e dei leves passos até o centro me certificando que não havia ninguém alí.

Havia um ar estranho no local e senti todos os meus pelos se arrepiarem quando algo pingou sobre a minha bochecha, um medo me adentrou e senti pingar novamente.

Com a respiração falha e os olhos marejados, ergui o olhar lentamente me arrependendo, seria bizarro falar sobre um pesadelo ter se tornado realidade.

Lá estava ela, Eleanor com sua garganta cortada fora a fora enquanto jorrava sangue, seus olhos pareciam pedir socorro enquanto sua feição não transmitia muitas emoções. Aquilo fez meu estômago revirar.

Soltei um grito extremamente assustado mesmo já tendo visto aquilo, a diferença era que agora era real. O local começou a pegar fogo e senti meu corpo suar devido a brisa quente.

Senti algo segurar o meu braço e me arrastar até a saída enquanto eu gritava pela minha mãe. Pela mulher que nem me considerava sua filha, mas a dor foi enorme.

( ... )

M

e encontrava sentado em uma ambulância enrolada em um cobertor enquanto algumas lágrimas ainda escapavam, o local estava cheio de pessoas, viaturas e repórteres. E eu me via tão perdida naquela situação.

Era estranho estar daquele jeito pela morte de alguém que não dava a mínima para você, ela não me amava, mas no meu coração ainda restava esperança em que algum lugar haveria bondade na mulher.

―― Olá. ― uma voz feminina chamou a minha atenção. Era uma repórter, muito bonita e bem arrumada que agora estava sentada ao meu lado. ― Sou Lindsay Prescott, repórter.

―― Não quero ser entrevistada. ― sussurrei encarando o chão.

―― Tudo bem, não vão vou te forçar a nada, vim aqui te fazer uma companhia. ― ela disse simpática enquanto eu a olhava com curiosidade. ― eu imagino que o momento seja difícil, mas você ganhará idas ao psicólogo gratuitamente, depois desse incidente.

―― Não preciso de um psicólogo.

―― Você acabou de perder uma pessoa importante para você...

―― Ela não era importante, ela não ligava para mim e não fazia o papel de mãe decentemente, ela até melhorou quando conheceu o Finn mas mesmo assim, continuou sendo uma descarada! ― falei com raiva para a mulher.

―― Joan, ela era a sua mãe, não seja ingrata. ― ela falou calmamente me deixando mais nervosa.

―― Quem você pensa que é? ― perguntei me levantando e ficando de frente para a mulher. ― você não sabe sobre porra nenhuma da minha vida, e quer me chamar de ingrata.

Antes que pudesse continuar meus xingamentos para a mulher, sinto alguém me segurar enquanto me afastava um pouco da mulher que se colocava em pé.

―― Eu falei pra você não entrevistar a garota! ― Dean falou se colocando na frente, novamente me ajudando.

Afinal, foi ele quem me tirou da casa.