De novo

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Kinn


— Ai doutor, dói tanto.

Apertei os olhos para o homem de meia-idade sentado em frente ao imprestável do meu irmão mais velho. Ele se chamava doutor Tong ou doutor Top? Algo assim. Quando perguntamos a Khun se ele queria ser levado ao hospital, ele se recusou e preferiu ser atendido aqui. Então chamamos um médico, e esse cabeça de vento pediu especificamente por esse velho. 

Eu estava colocando uma bolsa de gelo no quadril de Porsche enquanto espiava periodicamente as ações do meu irmão. Ele disse que estava machucado, mas seu rosto parecia diferente e isso me irritou seriamente. 

— Você está bem, Khun. É apenas um pequeno hematoma. Vou lhe dar alguns analgésicos e uma pomada tópica e você está pronto para ir. — O médico de rosto bonito disse friamente. Seu tom podia ser suave e carinhoso, mas suas expressões faciais eram rígidas e indiferentes. 

— Eu não preciso de um raio X? Ou quem sabe de alguns exames de sangue? Eu acho que ainda estou um pouco doente, doutor. — Thankhun levantou do sofá e aproximou o rosto do médico. 

— Não precisa. Você está bem. — Ele disse com uma voz calma, guardando o estetoscópio de volta na bolsa junto com suas outras coisas. 

— Mas eu ainda me sinto tonto, parece que vou desmaiar. E enjoado, ahh. — O idiota cobriu a boca e se curvou como se estivesse prestes a vomitar. 

Porsche e eu imediatamente nos entreolhamos, perplexos. O que ele estava fazendo?!

— Tudo bem. Então vamos ver se você está com febre. — O médico procurou por alguma coisa na bolsa e tirou um termômetro. 

— Ahh. Temperatura. Eu adoraria. — Thankhun disse e voltou para o sofá novamente. Um sorriso enorme apareceu em seu rosto, como uma criança que ganhou doce. Eu não sabia o que diabos meu irmão estava pensando, mas ele estava ficando mais louco a cada dia que passa, e isso está me assustando pra caralho. 

— Eu acho que o teu irmão precisa é de uma chave de fenda, não de um termômetro. Deve ter um parafuso solto em algum lugar do cabeção dele. — Porsche sussurrou baixinho para mim, e eu concordei com um acenar de cabeça.

O médico colocou o termômetro na testa de Thankhun e imediatamente leu os números na tela. 

— Já acabou? — O infeliz fez cara de desapontado enquanto se inclinava em direção à tela do termômetro. 

— Sim. Sua temperatura é trinta e cinco vírgula oito. Normal. — O médico disse enquanto colocava o termômetro de volta na bolsa. Meu irmão ficou descontente e imediatamente colocou a mão no lado esquerdo do peito. 

— Ai! Ai! Dói, doutor. 

Porsche e eu levantamos nossas sobrancelhas em uníssono em direção ao gesto de Khun, dando um olhar de julgamento para ele. 

— Eu sinto que meu coração está tremendo. Tremendo sempre que eu escuto o som da sua voz. Desde o primeiro dia que nos conhecemos, já pensei em você na minha vida, doutor. E quando fico perto de você assim, simplesmente não consigo evitar. 

Ah meu Deus! Eu ouvi isso direito? Ou tinha algo de errado com os meus ouvidos? Isso era para ser uma cantada!? Eu não sei se sinto pena do meu pai ou do coitado do médico. Isso não podia ser real. Não podia. 

— Acho que é o fim da família principal, hein? — Porsche murmurou enquanto cruzava os braços e olhava para o meu irmão com um sorriso malicioso. 

— E você? Gostaria que eu checasse seus machucados também? — O médico ignorou a praga do meu irmão e voltou sua atenção para Porsche que estava sentado no sofá. 

KinnPorsche (Novel tradução em Português)Onde histórias criam vida. Descubra agora