capítulo vinte e sete

240 23 99
                                    

⋆⁺。˚⋆˙‧₊☽ ◯ ☾₊‧˙⋆˚。⁺⋆

agosto de 2018

"PORRA, SATORU, LIVROS? O DESGRAÇADO ARRISCOU a própria cabeça por conta de edições raras de livros do Dostoievski, do Tolstói e do Gorki! Caralho, Satoru, quem lê Gorki? A gente tá em 2018! 2018, porra! Tanto mangá bom saindo na Jump e aquela praga me vem com Dostoiévski? Dostoiévski!!"

Indignada era um eufemismo para descrever como Marie Angelle estava se sentindo. Marie havia retornado naquela tarde, junto com Ijichi, mas Gojo só pôde vê-la a noite. Gojo não sabia sobre o que, de fato, ela havia ido procurar em Okinawa. Para ele, era uma tentativa infrutífera - e Marie sabia disso também e mesmo assim disse que não custava nada tentar.

Justamente pela ignorância sobre a missão secreta de Marie, Gojo ficou surpreso ao saber quem ela tinha ido ver. É claro que para descobrir ele prendeu Ijichi em seu escritório durante alguns minutos, apenas para fazer perguntas normais.

A viagem foi boa, Ijichi?

Sim, tudo ocorreu bem.

Demoraram muito para achar o lugar, Ijichi?

Não, não demoraram. A Angelle já sabia quem eles teriam que encontrar.

É, Ijichi? Quem foi?

Ijichi não sabia muito bem. O nome era Malfatti.

Interessante.

Gojo também descobriu que Angelle havia pedido para Ijichi dar no pé e voltar alguns minutos mais tarde. Quando Ijichi voltou, ela não estava mais no local. Ela também não atendera as ligações até mais ou menos uma hora depois. Gojo perguntou sobre tudo. Em nenhum momento passou pela cabeça dele a ideia de que aquela conversa poderia ter soado como um interrogatório. Eram só questionamentos de alguém que se preocupava com uma aliada preciosa de seu clã - ele disse isso para Ijichi.

Tudo bem. Gojo poderia não ter ficado feliz ao saber que Michele Malfatti estava envolvido no caso. Ele só achou engraçado que o italiano tinha um dedo em todos os crimes que os gêmeos Rousselle cometiam, era realmente incrível. Aonde tinha Rousselle, tinha Malfatti.

Também era incrível o fato do usuário de maldições não ter uma sentença de morte nas costas.

O que para Gojo com certeza era apenas uma conversa, para Ijichi foi um interrogatório, que, pela expressão que o xamã mais forte do mundo fez, acabaria em assassinato.

Marie andava de um lado para o outro, gesticulando e amaldiçoando Raoul das piores formas possíveis. Cada xingamento proferido, era uma inovação. Gojo fez o melhor que pôde para não rir quando Angelle chamou Raoul de cadela com sarnas.

Nem ao menos cão.

Cadela.

Gojo observou em silêncio quando, ainda xingando como se não houvesse amanhã, Angelle desapareceu na cozinha. Ela usava uma camisa de Digimon que tinha surrupiado do armário dele há alguns anos. Quando ele perguntou, Marie retrucou falando que achado não era roubado. A camisa era grande demais para Marie, mais parecia um vestido em seu corpo, mas provavelmente a maioria das roupas que ela roubara ficavam assim. Gojo deu falta de algumas peças quando ela foi embora.

𝐅𝐋𝐎𝐑𝐈𝐂𝐈𝐃𝐄, gojo satoruOnde histórias criam vida. Descubra agora