[História concluída]
O que você faria de diferente se a vida te desse uma segunda chance?
Wednesday, uma policial determinada de vinte e cinco anos, carrega consigo um fardo do passado: o sequestro e desaparecimento de sua amiga Enid há dezoito anos...
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Willian estava em um estado de desespero total. Após o disparo que atingiu seu pai, ele se viu diante de uma urgência ainda maior: salvar Enid, a garota que agora estava ferida no estômago. A adrenalina corria desenfreadamente por seu corpo enquanto ele se agachava ao lado do corpo ensanguentado, buscando freneticamente uma solução.
A primeira ideia que surgiu na mente do jovem foi desamarrar Enid da cadeira, mas a situação era complicada com seu corpo inerte caído sobre as cordas. Sem alternativas, ele resolveu arrancar as cordas com os dentes, fazendo um esforço hercúleo para não ceder ao enjoo diante da quantidade de sangue que a garota expelia.
-Enid, você precisa se levantar. Nós precisamos sair daqui! - Willian exclamou, tentando com cuidado erguer a garota do chão após conseguir rasgar as cordas que a aprisionavam.
-Eu não consigo, Willian...tá doendo muito! - disse ela, soltando gemidos de dor enquanto lutava para se manter consciente.
-Você precisa conseguir, loirinha. Não podemos ficar aqui. Precisamos ir para o hospital! Por favor… - Willian implorou, lágrimas enchendo seus olhos, enquanto olhava com aflição para Enid.
Ele secou suas próprias lágrimas com as costas da mão e, depois de um olhar sombrio para o cadáver de seu pai, Jonathan Gibson, Willian engoliu em seco. Com determinação, aproximou-se do corpo do pai, tapando o nariz devido ao odor desagradável. Com cuidado, agachou-se até a altura da cintura do pai e retirou a chave do carro que pendia ali.
Em um momento de reflexão, talvez Willian tenha percebido que poderia se arrepender mais tarde, talvez tenha se sentido tolo por salvar uma pessoa desconhecida. No entanto, a vontade desesperada de ser livre rugia em seu interior. Foi assim que ele encontrou a força para dar o tiro, para descarregar toda a raiva acumulada por anos de abusos e sofrimento.
Com esforço hercúleo, Willian conseguiu carregar o corpo ferido de Enid até o carro de seu pai. Seus frágeis braços, que mal se alimentavam, pediam piedade a meio caminho, e em várias ocasiões, o corpo de Enid quase caiu e teve que ser arrastado. No entanto, a determinação de sobreviver era mais forte, assim como sua vontade de não perder a última pessoa que tinha, a última faísca de esperança em sua vida.
Ele colocou Enid no banco de trás e amarrou um pano próximo ao local onde a bala estava, tentando estancar o sangramento. Willian entrou no carro, agradecendo por ser alto o suficiente para alcançar os pedais, e partiu em busca de ajuda desesperadamente.
Apesar de dirigir de forma desajeitada, Willian estava conseguindo se manter na rota em direção ao centro da cidade. Ele tentava manter a calma, mas sua mente era um turbilhão de pensamentos caóticos.
De tempos em tempos, o carro ficava silencioso, sem os resmungos de Enid, e esse silêncio era o que mais o apavorava.
-Enid, você ainda está consciente? - Willian perguntou, seu olhar se voltando para a garota no banco de trás.
