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A semana passou rapidamente e estou me sentindo cansada. Vou aproveitar o final de semana para descansar, pois na segunda na parte da tarde a Sheikha marcou um chá com as mulheres da família.
Verifico minhas roupas na mala, separo uma camisola leve, e pegou o celular conferindo as horas: quase sete da noite. São oito horas em meu país essa hora minha mãe já está dormindo. Vou até a janela e olho a paisagem, um lindo pôr do sol se forma no horizonte me perco em pensamento. Apesar e conhecer todos os costumes dessa cultura não me sinto à vontade na presença da Sheikha, a maneira que ela me observa me deixou intrigada.
- Deve ser coisa da minha cabeça. - Reclamo sozinha. Saio da janela, pego minha pasta e me sento na cadeira próximo a janela. Sou uma das sócias dessa empresa de eventos e pelos meus conhecimentos da língua e cultura sou responsável por esse casamento. Minha mãe nunca me falou de qual país era o meu pai ou sua família. Talvez ela nunca soubesse. Posso estar em meio à sua família? Não! Seria muita coincidência.
- Que pensamento idiota! - Falo para mim e sorrio.
Teria que ser muito azarada para estar no meio daqueles que nem sabem que existo. Volto pra cama e ligo o laptop e acesso as pastas de contrato na rede de trabalho, temos muitos contratos com as empresas do Sheik Samir. Coquetéis e festas em suas empresas no ocidente.
Vejo meu e-mail pessoal e acesso o link de acesso as câmeras da clínica, quando a escolhi para cuidá-la, pedi esse tipo de serviço e pago bem para ter esse conforto. Minha mãe merece o melhor tratamento. Abro o vídeo para a câmera em seu quarto e a observo dormindo, lembro-me dos primeiros sintomas da doença, quando ela esquecia pequenas coisa. Quando a internamos e fui à primeira visita e ela não sabia que eu era sua filha, falou comigo como se eu fosse uma das médicas da clínica e estava ansiosa esperando por meu pai.
Fico com os olhos marejados, mesmo sabendo que era consequência da doença, doeu ter sua rejeição. Suspiro e fecho o programa voltando a ler os contratos, minhas pálpebras estão fechando pelo cansaço e decido descansar um pouco.
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A semana foi exaustiva, recebi os e-mails com a decoração solicitada, e sobre os testes de degustação. Quando não estou no escritório alugado pela empresa fico trabalhando do hotel. Não tive tempo de ver os pontos turísticos locais e acredito que nem o terei.
Olho pra o relógio e são três da tarde de domingo, a papelada espalhada pela mesa e uma xícara de café que acabei de beber está ao lado. Levanto e olho pela janela. Todos os dias falo com minha tia Jamilla; ela sempre visita minha mãe; como sempre ela não está lúcida, prefiro não fazer chamada de vídeo, pois sei que não vai me reconhecer.
Fico com os olhos marejados ao lembrar que sempre foi minha melhor amiga, e eesteve ao meu lado, conversávamos sobre tudo sem segredos. A voz de Edith Piaf se espalha pelo ambiente, meu toque de celular, uma de minhas músicas preferidas minha e de minha mãe, La vie em rose . Pego e vejo uma chamada de vídeo de minha tia. Fico desesperada, será que aconteceu algo ruim? Atendo rapidamente.
