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Sexta-feira 8 de OutubroHospital infantil abandonado

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Sexta-feira 8 de Outubro
Hospital infantil abandonado.

Salem, Massachusetts.
1976.

O desespero tinha tomado conta da minha mente. Eu já não conseguia enxergar nada além do corpo daquela criança convulsionando revirada no chão da sala de brinquedos. Eu olhei minhas próprias mãos. Não estavam manchadas de sangue, mas tornando-se marcadas das pontas dos dedos até a palma com alguma sombra negra.

Tudo girava ao meu redor. As sirenes foram acionadas com seu barulho irritante, acompanhados da forte luz vermelha que oscilava vindo da parede do corredor que terminava naquela sala. A criança havia parado de se mexer e, naquele momento, eu sabia que eu tinha matado alguém.

Alguém inocente.

Minha única reação foi sair correndo.
Eu tinha certeza que quem tentasse me parar teria o mesmo destino daquele garoto na sala de recreação. Dito e feito. Dois guardas tentaram me parar no fim do corredor, cada um armado com um revólver de calibre 38. Olhei para minhas próprias mãos, dominadas por aquela aura desconhecida. Apontei-as para os guardas, que foram arremessados brutalmente cada um para um lado.

Meus passos se acalmaram assim que cheguei em frente a porta do laboratório que dava saída para a floresta. Daquela floresta imensa, ouvira diversas histórias assustadoras, das quais eu sabia que eram mentira.

Estendi minha mão até a porta, fazendo-a voar alguns metros de distância. A terra estava molhada por conta da forte chuva que continuava caindo. Olhei ao meu redor. Não havia ninguém que pudesse me impedir...

...Ou pelo menos era o que eu pensava.

- Alí está ela! - disse um dos três guardas armados na porta apontando para mim.

Tive que correr até o lixão de sucatas que escondia o laboratório clandestino. Eu não sabia mais o que fazer e arremessei um carro em direção aos três homems que tinham quase o dobro da minha altura.

Continuei correndo sem rumo certo. Em algum lugar eu tinha certeza que chegaria.

Corri até não ter mais forças para manter-me de pé. Cheguei numa singela casinha amarela, ainda um pouco afastada da cidade e desmaiei. Eu perdi todas as memórias que tinha de antes de chegar lá. Eu conseguia ouvir as risadas escandalosas de dentro da casa cessarem quando a porta se abriu.

O T H Ξ Я S I D ΞWhere stories live. Discover now