O pior dos fracassos

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"O maior erro que você pode cometer
É o de ficar o tempo todo com medo de cometer um."

                         - Elbert Hubbard


[Scoot]

Estava torcendo para aquilo acabar logo, estava sendo um porre.

Procurei por todo canto, uma hora aquela coisa tinha que aparecer, era só questão de tempo. E, mesmo se não parecesse e voltassemos de mãos vazias Ares não poderia nos matar, certo? Quer dizer, seriam problemas desnecessários em suas costas, teria que lidar.

Se algo acontessesse comigo... será que meu pai se importaria? Era o que passava pela minha cabeça, observando aqueles aviões velhos pendurados no teto. Ele me reclamou, então quer dizer que ele tinha me notado, não é? Tinha que valer de alguma coisa.

Passei os olhos pela vitrine iluminada, decorada com diversos prêmios de honra, troféus e placas de ouro com nomes e biografias de diversos pilotos e heróis da área. Não conseguia ler aquelas letras desenhadas mas tinha uma noção do que estava escrito, como um jovem com TDAH minha memória era péssima mas tinha uma memória de minha irmã lendo para mim, animada pois gostava do assunto.

E pensar que criei esperanças de voltar à aquele lugar com elas bem mais vezes. Que merda. Quase conseguia vê-las pelo reflexo da vitrine, sorrindo para mim, com sempre faziam.

Porra, aquilo ainda era difícil.

- Alguma coisa?

Tomei um susto, a Emma estava ao meu lado, olhando aquela exposição. De onde diabos aquela garota tinha saído?

- Vai dar susto em outro, assombração.

- Eu não achei nada - Ela ignorou minha reclamação - E você?

- Também não. Com o que aquela coisa parece, afinal?

- Eu é que vou saber?

- Com a sorte que nós temos, aquela coisa deve estar camuflada.

- Camuflada?

- Coisas mágicas como as nossas armas ou até mesmo o escudo de Ares se camuflam para se misturarem naturalmente ao ambiente mortal. Sua adaga pode ser, sei lá, um graveto. Minha espada um pedaço de plástico e esse tipo de coisa.

- No que será que o escudo do Deus da guerra de camuflaria no mundo mortal, hein? - Olhamos ao redor, percebendo um novo limite para a busca: Checar literalmente qualquer coisa, já que por de baixo da magia pode ser um escudo muito poderoso. Que trabalheira.

- Eu não faço a mínima ideia.

Senti seu olhar sobre mim por curtos segundos, mas nenhum de nós disse nada. Continuamos as buscas.

- Estou quase desistindo - Ela reclamava - Não está em nenhum lugar! Como deveríamos revelar a verdadeira aparência daquela coisa afinal? Ficaria bem mais fácil!

- Reclamando que não vai ser - Bocejei, estava começando a ficar com sono - Que tédio.

Seus cães infernais de estimação (ênfase no "de estimação", eram cães infernais. Que doideira) farejavam tudo mas tinham tanto sucesso quanto a gente, o que era bem desmotivador. Ia sugerir que comprassemos algum lanche quando de repente as três levantaram a cabeça e olharam para a mesma direção, completamente em alerta.

- O que foi? - Perguntei no impulso, sabia que elas não iriam me responder.

- Tem algo errado - Emma disse, procurando qualquer coisa naquela direção. Era quase como se compartilhassem a mesma mente, era sinistro.

Meio Sangue- Missão de resgateTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang