Capítulo 7 - 𝕷𝖆ç𝖔𝖘 𝖉𝖊 𝕱𝖆𝖒í𝖑𝖎𝖆

6 2 0
                                    

Você não conhece as pessoas por acidente

К сожалению, это изображение не соответствует нашим правилам. Чтобы продолжить публикацию, пожалуйста, удалите изображение или загрузите другое.

Você não conhece as pessoas por acidente.


— Pode deixar que eu dirijo! — Felipe falou automaticamente assim que desceram do elevador no estacionamento. — Aluguei um carro assim que cheguei a esta cidade! — Explicou, sem dar chance para que Paola sugerisse que fossem em seu carro ou mesmo no carro da atêlie.

Não lhe agradava a ideia de acompanhar aquele homem para onde quer que fosse. A presença dele a deixava perturbada e insegura, por menos que quisesse admitir.

Na proximidade do interior do veículo, Paola podia sentir novamente o perfume que emanava daquele corpo bronzeado.

Felipe dirigia rápido demais. Sem prestar atenção a seu rosto assustado, ele arrancou rapidamente, subindo as rampas estreitas e cheias de curvas que levavam até a rua. Ao deixar o prédio, voltou-se para ela.

— Vou precisar de algumas indicações suas. Já faz muito tempo que não venho a está cidade, nem me lembro direito dela na verdade... E não me lembro muito bem das localizações. Geralmente é meu primo Allan quem trata dos negócios nesta área.

— Você tem que virar a primeira à esquerda e pelo amor de Deus diminua a velocidade, não estamos fugindo de ninguém. — Ela indicou, procurando não fitá-lo. — Depois, entre na rua New Red até chegar na confecção central. — Falou, procurando disfarçar uma certa irritação na voz pela proximidade entre os dois.

Talvez por causa daquele homem perdesse a chance de se sobressair no Atêlie agora. Se ele não quisesse, ela não seria a desenhista escolhida para o projeto Turner/Lorient.

No entanto, ao ver seus desenhos no ateliê, permaneceu em silêncio, como se os tivesse aprovado. Além disso, foi ele o primeiro a sugerir que fossem ao Centro de Modas. Mas o comentário que faria a seguir destruiria todas as suas esperanças.

— Srta. Mello, eu quero que compreenda que estou indo para o Centro de Modas apenas porque sei que há mais seis desenhistas lá. — Ele não conseguia descobrir por que o perturbava tanto o fato de ter gostado dos projetos; não queria que ela soubesse disso.

— Não precisa se preocupar, já entendi que não gostou de meus projetos.

— Não é uma questão de gostar ou não gostar. O problema é que os seus desenhos não são exatamente o que procuro e, para ser honesto, duvido que qualquer coisa que me mostre possa modificar minha opinião de que o Atêlie Madame Thérèse não é um negócio adequado para a Turner.

— Então por que não desfaz o acordo de uma vez por todas? Não precisa ir ao showroom se não quiser. Nós dois estamos aqui apenas perdendo o nosso tempo.

— Eu devo isso ao Bardier, ele e a irmã estão fazendo de tudo para trazer de volta o glamour que a casa de moda teve quando a mãe deles ainda estava viva. Vivian era uma mulher excepcional e merece ter a sua memória reerguida. Ele foi muito insistente em usar o mesmo nome da mãe como um pseudo para a coleção das lojas. Tanto que meu avô, depois de saber da relação dele com Allan, me enviou em seu lugar para averiguar se o que estava movendo as decisões do meu primo era o lado profissional ou o pessoal.

— Ele não aprovou o relacionamento?

— Ora, você acha que um avô de oitenta anos aprovaria um comportamento desses por parte do neto? Meu avô é um homem antiquado e que não sabe perdoar, mas tem o toque de Midas. Defeitos não lhe faltam, mas ninguém é perfeito realmente.

Paola negou com um sinal de cabeça.

— Allan é um ótimo homem de negócios. Confio muito em sua habilidade mas meu avô foi categórico. Ele não quer o nome da família envolvido em escândalos.

— Então é por isso que está aqui. — Ela concluiu.

— Sim, mas não para discordar da capacidade de Allan e sim para assegurar que o aniversário da Corporação Turner será adequadamente comemorado. Meu avô sempre cuidou para que nossas lojas fossem sinônimo de qualidade e moda, e estou quase certo de que este é o último projeto do qual ele estará habilitado a participar. Vai ser o marco final que ele deixará no nome da família. Foi por isso que concordei em investigar o Atêlie.

Quando o tráfego se acalmou um pouco, Felipe levou um cigarro aos lábios, e o acendeu. Aos poucos a fumaça foi invadindo o carro, e os olhos de Paola começaram a lacrimejar. Os vidros estavam abertos, mas não o suficiente para que toda a fumaça saísse. Ela começou a tossir sem parar e seu rosto adquiriu um tom avermelhado.

Enquanto tentava controlar-se, tirou os óculos para enxugar os olhos que estavam vermelhos e cheios da água e assoou o nariz sonoramente.

— O que está acontecendo? Não está passando bem? — Felipe perguntou, impaciente.

— É a minha alergia... a fumaça do cigarro... — Ela tentou explicar em meio a novo acesso de tosse. — Vai me matar sufoca, e acabar com os seus pulmões!

Imediatamente, Felipe apagou o cigarro no cinzeiro a seu lado. Por que ela não avisou antes que ele acendesse aquela droga? Abriu mais o vidro, fazendo com que uma forte corrente de ar invadisse o veículo.

"Que cavalheiro!" Paola pensou, ao sentir o vento que soltava os fios de seu cabelo preso num coque no alto da cabeça. Ele mal parecia notar sua presença, não se dando ao trabalho de pensar que talvez ela não gostasse de cigarros. É, devia ser só no cinema que os homens perguntavam às suas acompanhantes se iriam se importar se fumassem. Além de tudo, ele estava com um ar mais irritado ainda do que notara logo que se encontraram.

— Está melhor agora? — Felipe perguntou, fechando o vidro a seu lado.

— Sim, obrigada... — Ela respondeu, num suspiro. Alguns fios de cabelo dourado esvoaçavam livremente ao vento, conferindo-lhe uma expressão muito mais suave e jovial. Felipe preferiria que ela o olhasse enquanto falavam; gostava de olhar nos olhos da pessoa com quem conversava, no entanto ela parecia preferir apreciar a paisagem pela janela. Quando Paola ergueu as mãos para recolocar os óculos, ele quase chegou a impedi-la: ficava muito mais atraente sem eles.

O que afinal estava acontecendo com ele?

Sua mente estava uma bagunça... Tudo por causa do encontro com essa mulher. O segundo encontro que o deixou cismado, irritado e com medo ao mesmo tempo.

O cigarro sempre lhe ajudou a ficar mais calmo, mas dessa vez o deixou mais culpado ainda. Mas, por que se sentir culpado?

Ele nunca fez nada contra essa mulher antes. Na verdade, nunca a virá em toda a sua vida. Ele desviou o olhar dos cabelos dourados dela e acelerou mais um pouco. A sensação era que ele devia e muito a essa mulher. Suas mãos estavam suando e tremendo ao segurar o volante.

Ele não deveria ter parado de tomar os malditos calmantes, mas agora era tarde. Voltar ao hotel e tomá-los significaria mais de 12 horas dormindo.

1165 Palavras

Laços de Família - Livro II - Série "A Força do Amor"Место, где живут истории. Откройте их для себя