Voando Alto (kiaz/Robbiguel)

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(OBS: Flashback representado em itálico)

Miguel estava sentado no banco ao lado de Tory, ouvindo-a reclamar do capitão Lawrence sem prestar muita atenção, apenas assentindo nos momentos certos. Eram sempre as mesmas coisas, então ele já sabia o que viria.

— E você acredita que ele me pediu em casamento? E claro que eu aceitei, você vai ser o padrinho — Tory disse, espertamente.

— Jura? Nossa… — Miguel respondeu no mesmo tom distraído, brincando carinhosamente com a corrente dourada em seu pescoço, lembrando de quando a tinha ganhado.

— Você já foi melhor, sabia? Presta atenção em mim — Tory reclamou, cutucando o ombro do amigo.

— Foi mal, Nics. Eu tô um pouco distraído — constatou o óbvio, sorrindo e segurando o relicário dourado delicadamente.

— Mostra, anda — Tory pediu, segurando o pulso do moreno, que riu divertido e abriu o objeto em formato de livro, revelando uma foto dele e de Robby.

— Uau, que lindo. Não sabia que a coisa tava séria assim — ela falou em voz baixa.

— Eu não… eu não sei o que tudo isso significa. Ainda tô um pouco perdido, na verdade — Miguel confesssou.

Miguel e Robby andavam na feira à beira da praia, olhando os produtos expostos e conversando animadamente. Miguel parou em uma das bancas e pediu uma muda de lírios, entregando-a em seguida para Robby.

— Eles me lembram você. Pra você plantar no seu jardim — explicou com um sorriso caloroso, sentindo a felicidade o tomar ao ver o brilho nos olhos verdes.

— Obrigado, Miguel. São lindos como você — Robby respondeu perto de seu ouvido. Os dois evitavam demonstrações de afeto muito óbvias em público, já que não sabiam quem poderia vê-los em uma cidade tão pequena.

Apenas dois dias se passaram até que Miguel fosse surpreendido pelo presente, enquanto relaxavam juntos no sofá da sala do surfista. A corrente folheada era longa o suficiente para ser confortável, e o medalhão em formato de livro era de extremo bom gosto. Isso já seria algo marcante, mas quando Robby separou os dois lados e Miguel viu a foto dos dois juntos no barco, ficou sem palavras.

— Já que eu sempre vou ter algo pra lembrar de você… também quero que você lembre de mim — Robby disse timidamente, ainda se perguntando se teria exagerado.

— Robby… é maravilhoso. Tem certeza que — foi interrompido pelos dedos do mais baixo em seus lábios, pedindo silêncio.

Robby se levantou e se posicionou de forma a poder botar o cordão no pescoço do piloto, pedindo silenciosamente por permissão. Miguel acenou afirmativamente, emocionado, e então se pôs de pé também e abraçou o outro pela cintura, praticamente o arrastando para o quarto enquanto riam.

— A gente meio que já aceitou que vai terminar logo, sabe? Mas eu nunca senti isso. Eu não quero que ele me esqueça, isso é egoísmo? — Miguel perguntou, angustiado.

— Não. Eu te entendo. É uma pena que acabe, mas também é bom viver algo tão intenso, né? — a loira disse, compreensiva.

— É. Doi um pouco, mas é incrível. E você? Como tá o romance? — Miguel perguntou, mudando de assunto, e Tory generosamente permitiu.

— Vai bem. É só um caso de verão, Diaz. Não sou emocionada igual a você — ela brincou, fazendo o moreno rir.

— Anda, vamos treinar. Ainda não acabou — Tory bufou sem muita paciência.