3. O CLUBE DA LUA CHEIA: OUTRA VEZ

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- Não acredito que você sempre me convence a fazer isso. - reclamei em tom sério antes de entrar no carro. - É melhor você pagar pela porra das bebidas desta vez. Tive uma semana de merda na loja.

- Prometo que pagarei. - Jieun respondeu antes de abrir a jaqueta e me mostrar uma blusa branca sem sutiã e uma saia de tule preta que chegava até o umbigo. - O que você acha?

- Parece que até na próxima semana você vai ficar nua diretamente.

- Eu farei isso se for preciso. - ela me garantiu antes de colocar o cigarro na boca e ligar o carro. - Eu ainda sou uma cadela. Entrei no cio.

Murmurei afirmativamente e olhei para frente. Aquele encontro com o lobo também me deixou um pouco emocionado. Eu tinha passado a semana me masturbando no mínimo três ou quatro vezes por dia, e não me tocava tanto desde que era adolescente e estava passando pela puberdade.

- Você acha que o contato com lobos pode criar dependência? - perguntei a ela muito sério.

- Espero que não, porque se não estamos ferrado, Hobi. - Jieun respondeu, a mesma coisa que eu pensava.

- Sua amiga do trabalho ainda vê lobos?

- Não, ela disse que um El Celo foi o suficiente para toda a sua vida. Tenho perguntado muito a ela sobre o assunto ultimamente. - ela me disse enquanto dirigia a toda velocidade por uma estrada mal iluminada, fumando e olhando para mim de vez em quando com o canto dos olhos. - Yerim foi ao Clube da Meia Noite, no centro da cidade, e achou que foi uma merda porque ela pagou duzentos dólares para entrar, como se isso tornasse elegantes os boquetes que fez neles no banheiro.

Sorri um pouco e balancei a cabeça.

- Quanto você paga pelos ingressos? - eu perguntei por curiosidade.

- Os ingressos para o Lua Cheia valem apenas cem.

Virei meu rosto e olhei para Jieun.

- E você paga por isso?

A mulher deu uma última tragada e jogou o cigarro apagado pela janela.

- Com esses peitos não preciso pagar nada, Hoseok. - ela respondeu. - Se nos pararem na entrada, deixe comigo.

Olhei para frente novamente e apertei um pouco os dedos em volta do assento enquanto passávamos por um curva rápido demais. Jieun e eu nos conhecíamos há muito tempo, euo poderia dizer que éramos bons amigos, embora não soubesse dizer por quê. Ir a festas era algo que fazíamos com frequência, ainda mais no passado, quando nos aproveitávamos de bêbados para roubar dinheiro deles e depois íamos comer algo quente no primeiro lugar que estava aberto.

- Acho que neste clube as pessoas vão ao beco para foder. - sugeri. - Eu os ouvi na semana passada enquanto fumava. Será como ter dezesseis anos novamente para você.

- Dezesseis? Aos vinte e um anos eu ainda transava nos becos. Você não se lembra do Merly?

- É verdade. - afirmei. - Eles escreveram seu número na parede. - e sorri ao lembrar disso.

- Eles ficam me ligando de vez em quando.

- E dizem que o romantismo morreu...

Chegamos à rua do Clube da Lua Cheia vivos, eu diria quase por milagre, embora isso fosse o que geralmente acontecia quando Jieun se sentava ao volante de um carro. Ela tirou o paletó, revisou sua imagem no retrovisor, tirou um batom do porta-luvas, quase batendo nas minhas pernas para dar espaço para ela, e se pintou. Saí do carro para deixá-la sozinha e procurei meu maço de cigarros para pegar um cigarro. Encostei meu quadril na porta e olhei para a entrada do local ao longe.

HUMANO (Sope)Where stories live. Discover now