10: Teste.

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Enzo

O verdadeiro teste da noite: Provar que não me importo com a Disney.

Entrei em pânico quando ela saiu correndo. Uma parte minha esperava por isso, mas outra torcia para dar tudo certo. Por que eu sabia que não poderia ir atrás dela.

— Ela corre rápido!

— O que vai fazer? — Vincenty questiona.

Os três têm uma expressão séria, diferente do normal, como se duvidassem da minha lealdade. Engoli em seco. Me voltei para frente, comecei a andar na direção que ela foi.

O Ruan volta com o tom de bom moço, parei no lugar:
— Traz ela de volta, vamos esperar no carro do Marcos. A garota pode acabar se metendo em problemas.

Andei a passos arrastados mantendo a calma. Quando entrei na multidão me apressei e olhei para todos os lugares. Comecei a ficar nervoso.

— Eu digo não sai do meu lado, e ela sai correndo! — Resmunguei.

Foi para o lugar menos movimentado para reduzir as opções. O terreno é muito grande, e lota rápido. Empurrei algumas pessoas quando achei ter visto ela, continue procurando. Olhe para a floresta, a possibilidade me dá um frio na espinha.

— É apenas um vazamento de óleo! — Essa é a sua voz, procurei por todo lado.

Foi na direção que achei ter ouvido apressado. Para a minha surpresa ela está agachada perto de uma moto, tentando consertar. Um flash de celular ilumina o lugar para ela.

— Ainda bem que você sabe mexer com essas coisas — é uma garota quem fala com a Aurora.

— Disney? — Chamei. Vou na sua direção um pouco mais aliviado por vê-la bem.

— Enzo… — Se levanta surpresa.

— Quem você esperava? — Toquei nos seus ombros soltando o ar que não percebi estar prendendo. — Nunca mais faça isso!

— Desculpe, eu não achei que poderia me perder. — Puxei seu corpo para um abraço. Não sou o maior fã de contato físico, mas não tem nada melhor do que isso.

— Vamos.

— Não, ainda não. Vou consertar o vazamento da Vitória, primeiro.

Lhe soltei. Mesmo que eu protestasse, não adiantaria. Aurora se volto para a maquinaria. Cruzei os braços observando. Ela mexe em várias coisas, mesmo com as mãos sujas, não tem frescura.

— Foi uma sorte encontrar a Aurora aqui. Meu irmão deu um susto nela quando tento chamá-la.

— Aquilo não foi nada.

Está escuro o bastante para não ver o short curto dela, e claro o bastante para ver que seu moletom está na mão da garota com cabelo cacheado que se chama Vitória. Respiro fundo analisando seus movimentos, impressionante quando ela está por perto não consigo desviar o olhar.

Tenho que manter a calma. Pensar direito. Aqui é um lugar movimentado (perigoso), um lugar calmo (caótico). Tem pessoas de todos os cantos me observando. A primeira vista não parece, mas a maioria abre caminho.

— Acabei! — Anuncia se levantando.

— Muito obrigada, você quebrou um ganho enorme. — Ela tira um lenço do bolso e entrega pra Disney. — Aqui, você se sujou bastante.

— Não foi nada, valeu, eu acho que é melhor eu ir andando…

Deixei ela andar na frente e indiquei o caminho. Limito as minhas mãos a ficarem no bolso.

— Posso segurar a sua mão? — Estende por reflexo sem responder, deixando ela entrelaçar os nossos dedos.

Chegamos até os outros de novo. Aurora não disse nada. Ela cruzou os braços ficando quieta do meu lado. Suspirei. Eu não podia fazer muita coisa. E eu sabia que ela queria ir embora.

— O que aconteceu com ela? — Marcos é curioso por natureza.

— Nada. A Disney quer ir embora. E para falar a verdade, eu também.

— Embora? Mas já? — O timbre alto fez todos na roda ficarem tensos.

Sem pensar, puxei ela para trás de mim. O nível do meu desconforto e nervosismo é igual. Minha mente está em branco.

Sua risada é curta.

— Sabe como é. Não vou correr e o tempo passa devagar.

— Sei. Querem um baseado pra passar o tempo? — Seu sorriso é como de um psicopata.

— A gente tá de boa, Miguel! — Ruan respondeu. Marcos desvia a cabeça, já que ele sempre aceita, era de se esperar.

— E a boneca, não quer?

Para surpresa de nós 4, a Disney mostrou o dedo do meio.

— Meu nome não é boneca, e eu tenho asma, idiota!

O choque foi tão grande. Que voltei à realidade com a risada escandalosa do Miguel.

— Fala sério, vocês são iguais. Um bando de idiotas. — Resmunga atrás de mim.

— Ela fala assim com vocês? — O Miguel está menos sério.

Marcos parece único de boa:
— Fala, é o jeitinho dela.

— Porque vocês deixam essa cadela falar assim?

Quando percebi minha mão estava fechada e contra o rosto do careca. Bate tão forte que o sangue espirro. Ninguém me seguro.

— Repete!

Ruan deu um soco também. Vincenty também e o Marcos foi no embalo.

— Minha vez! — A Disney saiu de trás de mim. Meus amigos seguram o cara de joelhos.

Ele cuspiu sangue antes de falar:
— Apanhar de mulher é melhor…

Seu soco foi sem aviso. Quebrando o nariz dele. Seus olhos são puro ressentimento. Ela se viro para mim fazendo uma careta e acariciando o próprio pulso.

( … )

Foi uma longa noite. A briga gerou mais briga, e quando percebi todas as pequenas organizações estavam brigando. Fugimos. Agora estamos na porta do seu dormitório. A Disney esqueceu o moletom com a Vitória. No meio da confusão não tinha como recuperar.

— Não podemos mais fazer isso… — Ela aponta para nós.

Peguei uma mecha do seu cabelo:
— Por que não?

— Porque não vamos dar certo. Você fuma e eu tenho asma!

— Posso parar de fumar. — Aproximei meu rosto, os olhos vidrados nos seus.

— Estou falando sério, Enzo!

— Eu também! — Andei na sua direção, ela ando até encostar na porta. Minhas mãos estão no seu quadril e minha respiração está desregulada. — Só, só me deixe começar de novo.

— Mas você não namora.

— Posso abrir uma exceção! — Afundei o rosto no vão do seu pescoço, cheirando o seu shampoo barato.

Ela me afasto:
— Então, volte amanhã com um anel, vou pensar no seu caso.

Garotos cruéis! - Livro 01Where stories live. Discover now