Capítulo 8 - Atlas.

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Estava deitado, ouvido uma música no meu celular quando me perdi nos meus pensamentos, em como o Noa era quente comparado a qualquer outra pessoa, no toque suave e suas mãos suadas, entregando seu nervosismo em me tocar. Me lembrar daquele corpo tão próximo ao meu me deixou excitado, fechei meus olhos pensando no que poderia rolar entre nós dois.

Vi alguém na porta do meu quarto, era o Noa, ele usava apenas seu samba-canção. O garoto me puxou pra baixo na cama e se deitou em cima de mim, puxando minha perna pra cima encaixando sua pelves na minha, roçando nossos paus enquanto beijava meu pescoço. Ele pressionava seu pau contra o meu enquanto eu afagava seus cabelos, ele me olhou de baixo pra cima com um sorriso malicioso...

Acordei ofegante e com sede, me sentei na cama e fiquei olhando para o escuro por alguns segundos, me levantei pra pegar água e vi o meu irmão sentado no sofá comendo alguma fatia de pizza que sobrou do jantar.

–Ei, Atlas. – ele me chamou

–Fala irmãozinho. – me aproximei dele

–Me assegura que não tem condição de rolar nada entre você e o Noa. – Jensen pediu

–Com toda certeza, ele é a última pessoa que eu pensaria em ficar. Foi só fingimento. – respondi

–E você não quer ficar com o Parker mesmo, não é por causa do Noa ou algo do tipo. – ele me perguntou

–É por mim, eu não quero um romance nem nada do tipo. – assegurei meu irmão

–Eu to aliviado. – ele sorriu

–Seria tão ruim? – o questionei

–É que o Noa é um "cara livre" – meu irmão faz aspas. –Não quero que ele te magoe, porque se ele fizer isso eu não vou perdoar. E o Noa é meu melhor amigo.

–Eu sinto o mesmo sobre a Marc, mas não vou impedir vocês de terem algo. – falai

–É diferente. – Jensen disse

–É diferente porque quem tá em posição de perder sou eu. Não seja egoísta, Jensen. – retruquei.

–Façam o que quiser ... – meu irmão se levantou e foi para o quarto, ele parou no corredor. –Então tem chance de acontecer algo?

Ele me perguntou mais uma vez.

–Não tem Jensen, pode ficar em paz. – revirei os olhos.

Me deitei incrédulo com o quão real aquele sonho me pareceu. Peguei meu celular e rolei minhas fotos até achar uma de quando éramos mais novos, Noa e eu quase sempre estávamos de mãos dadas nas fotos em que tínhamos uns dois, três anos.

–Tira isso da sua cabeça, o Noa nunca vai querer nada sério com você. – murmurei

Acordei com os raios de sol no meu rosto, me esqueci de fechar as cortinas na noite passada, me levantei, fechei elas e me deitei outra vez. Dormi de novo, passei a manhã toda no quarto.

Saí do meu quarto depois de um banho morno e relaxante, passei pelo Noa que estava deitado no sofá da sala assistindo alguma série, sem camisa.

–O que você tem contra camisetas? – o questionei

–O que você tem contra garotos gostosos sem camisa? – ele retrucou apontando pra si mesmo, e ele tinha razão.

–Não tenho nada contra, só que não estou vendo nenhum garoto gostoso sem camisa aqui. – sorri infame

–Ta bom, Megan chamou a gente pra ir em uma trilha, nesse feriado. – Noa me falou. –E eu aceitei.

–Quem mais vai, Marc e Jensen? – respondi. –Eu não vou em uma caminhada com a sua ex namorada e o namorado dela, isso tá igual a Wilderness.

–Eles vão também e fica tranquilo, não vai ter nenhum assassinato. – ele sorriu em resposta.

–Quando vamos? – não mantive contato visual com ele

–Na terça, vamos acampar perto de uma cachoeira e podemos nadar a noite. – o garoto parecia animado

–Não fica com aquela cara de quem comeu e não gostou quando a Megan estiver com o namorado dela. – joguei um sorriso sínico

–Eu não vou. – ele me assegurou

–Eu vou sair, então é melhor você ir pra sua casa. – falei

–O seus pais me deixaram ficar. – ele retrucou

–Então tá. – revirei os olhos e sai 

Estava andando pela orla da praia quando eu vi o Parker, ele estava com o Seth e os dois pareciam estar discutindo. Ele se virou rápido e esbarrou em mim.

–Ah, me desculpa. – o garoto disse desanimado

–O que aconteceu? Pareceu bem sério. – tirei meus óculos

–Ele tá com ciúmes, você fez bem em correr de mim. – Parker me contou.

–Não foi por causa dele, foi por mim. – falei. –Pra mim é novo esse negócio de ser gay.

–Mas você nunca soube? – ele me questionou

–Eu sempre soube, mas lidar com as pessoas sabendo disso que é novo. – respondi

–Quer tomar um café? — ele me perguntou. –Aí você me conta.

–Um chá gelado. – sorri.

Fomos até a cafeteira e nos sentamos do lado de fora.

–E você e o Noa? – Parker me perguntou

–É um rolo meio doido. – respondi. –E me desculpa pela outra noite, as coisas saíram do controle.

–A gente nunca tá no controle de verdade. Não é mesmo? – o garoto sorriu

–Pois é! – sorri e olhei para o chão e depois pra ele

–Falando em controle. – Parker apontou com a cabeça, Megan vinha em nossa direção

–Oi Parker, Atlas. – ela parou em frente a nossa mesa

–Fala aí, Megan! – o garoto sentando a minha frente acenou

–Oi Megan. – forcei um sorriso

–Tudo pronto pro nosso passeio? – ela me perguntou

–Tudo sim, quer se sentar com a gente? – respondi

–Claro. – a ruiva se sentou ao meu lado. –Do que estavam falando?

–Sobre sair do armário. – respondi

–E sobre o meu ex namorado possessivo. – Parker respondeu

–Não vou te convidar pra ir na trilha com a gente porque vai ser coisa de casal. Mas na sexta feira vai ter uma Pink Party, vamos aí você arruma um bumbum bem gostoso pra comer. – a ruiva jogou uma piscadela para o garoto

–Pode ser, minha última festa foi a corrida. – Parker concordou

–Vai ser legal. – Megan falou animada

Megan não era uma vaca ou megera, mas era desconfortável ter que manter essa mentira pra ela.

Meu Namorado De Mentira | Romance GayOnde as histórias ganham vida. Descobre agora