Capítulo 24 - bully.

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P.o.v: Noa.
Estava no vestiário após o treino de lacrosse, vi o Travor entrar então o cerquei.

–Travor! – parei em sua frente

–O que você quer, Noa? – ele me perguntou

–Você vai deixar o Atlas em paz. Até agora você estava implicando comigo e eu relevei, mas se você só pensar no nome dele eu vou te arrebentar na porrada. – o alertei

–Eu não tenho medo de você, mauricinho. Sem os seus amigos você não é ninguém. – ele se aproximou

–Paga pra ver então! – o empurrei e entrei na cabine pra tomar um banho

Me troquei eu fui até o auditório, me sentei perto do Seth, o ensaio geral estava rolando.

–Não é meio estranho? – o garoto sussurrou

–Um pouco, você tá bem com isso? – perguntei a ele

–Depois do que o Parker fez... eu quero achar outro menino. – Seth sorriu

–Não tem nada de errado em ser solteiro. – falei

–E eu não quero um namorado, eu quero um ficante. – o loiro disse

–Vocês dois, vão se preparar. Vocês estão na próxima música. – a professora flora chamou nossa atenção

Fui me trocar vesti a jaqueta de couro e penteei meus cabelos para trás com um gel fixador que o Jensen me emprestou.

–Você tá um gatinho assim. – Atlas veio até mim

–Você também. – não contive meu sorriso.

Parker passou por nós dois com um sorriso infame.

–Não sei porquê a professora Flora colocou ele como Danny. – Atlas comentou

–Não gosto de ver você de casalzinho com aquele cara. – revirei os olhos

–Eu sempre preferi o Kenickie do que o Danny. – Atlas me deu um selinho.

–Eu preciso te dizer, eu briguei com o Travor. Disse pra ele não implicar com você. – contei ao ruivo que me repreendeu com o olhar

–Não precisa fazer isso, eu sei revidar. – o garoto disse

–O seu plano é ser o saco de pancadas dele? – respondi

–Nossa, Noa! Eu vou treinar um pouco com o Jake. – o ruivo disse e saiu de perto de mim

–Problemas no paraíso? – Megan me perguntou

–Não te interessa. – retruquei

–Comigo era mais fácil, não? – ela me questionou, eu cerrei os punhos

–Sai daqui, minha filha! – Seth a repreendeu

–Pessoal, vamos ensaiar Summer Nights, espero que tenham decorado a letra que mandei pra vocês. — Flora nos chamou

Fomos paras as marcações, a professora se deu ao trabalho de adaptar as letras.

–Então professora, eu pensei em colocar Good as Hell , como uma música da Marty. Faz sentido. – Marc disse para a professora

–Você tá certa, então vamos fazer assim, vamos adicionar algumas músicas e quem sabe fazer um mashup com as músicas. – Flora disse animado

–Colocar alguma música de homem pro Atlas cantar. – Travor implicou

–Se não tiverem nada de interessante pra dizer é melhor ficarem quietos ou melhor podem sair da peça se não estão satisfeitos. – Flora disse olhando direto para o garoto, que murchou

–Então, eu acho que o Sonny podia ter um solo no meio de Greased Lightning. – Seth ergueu as mãos

Continuarmos os ensaios, o diretor chamou o Travor até sua sala. Confesso que fique com medo de ser chamado em seguida.

P.o.v: Travor.
Estava na sala do diretor, minha mãe estava sentada na cadeira ao lado.

–Seu filho está tendo comportamentos que vão contra o código de ética da escola. – o diretor disse

–Que tipo de comportamento? – minha mãe o questionou, ele na encrava séria

–De cunho homofóbico, vários alunos vieram reportar o comportamento do senhor O'Brian. – ele respondeu

–Comportamento homofóbico? – minha mãe me olhou incrédula –O que aconteceu com você?

–Nada. – desviei o olhar

–Olha só Frankie, não sei o que está acontecendo com o Travor, mas vou conversar com ele. – minha mãe se levantou e me puxou com ela

–Mãe o que cê tá fazendo? – reclamei

–O que você está fazendo, Travor? – ela retrucou.

–Eu não tive intenção. – falei olhando para baixo

–Não teve a intenção? – ela me olhava incrédula. –Puxou a raça ruim do seu pai.

–Mãe, me desculpa! – falei

–Não é pra mim que você deve desculpas. – minha mãe disse

Entrei no carro dela, íamos passando pelo estacionamento e vi o Atlas e o Noa, eles pareciam tão felizes de bem consigo mesmos. Fiquei imaginando em como seria me sentir livre dessa pressão de ter que manter a pose de machão o tempo todo.

–Que tal se fôssemos no P-Flag? – perguntei a minha mãe

–Acho ótimo. – ela respondeu seca

Eu não a julguei, minha mãe estava chateado com as minhas ações.

A noite minha mãe estava mais "de boa" comigo, fomos para o clube. Chegamos la e haviam em sua maioria adultos, vi um ou dois adolescentes, o Atlas chegou logo depois com sua mãe, pude perceber seu olhar surpreso sobre mim, acenei pra ele.

Ouvir todas aquelas histories de pais que demoraram pra aceitar seus filhos me comprou de uma forma inexplicável, mas me mantive quieto toda a reunião. Vi que o Atlas estava conversando com os sogro dele na sacada, quando eu fui pegar um pouco de água.

–Oi Travor, é bom ver mais alguém da idade do Atlas aqui. Queria trazer mais jovens. – Katherine me abordou

–Obrigado senhoria Hope, foi esclarecedor pra mim ter vindo aqui hoje. – respondi com um sorriso

–Que bom que gostou, pode vir mais vezes e talvez, até convencer alguns amigos. – a mulher disse

–Eu vou fazer o que eu puder pra trazer mais gente. – falei

Seu semblante mudou quando viu o filho com o Sr. Addison.

–O que foi? – perguntei a ela

–Só um minuto querido. – ela foi até eles.

Minha mãe me chamou para ir embora, no carro eu ainda estava quieto.

–E aí filho? – ela chamou minha atenção

–Eu só tô pensando em como é difícil ... a vida de algum LGBTQIAP+. – respondi

–Então você absorveu alguma coisa. – minha mãe afirmou com um sorriso.

–Sim, mãe. Sabe eu só... fique com inveja do Noa, então usei o ponto mais fraco dele. – confessei

–Inveja? Você tem tudo, Travor. – minha mãe disse

–Ele tem amigos de verdade, tem alguém que gosta dele. – falei, minha mãe me abraçou

–Tenta de redimir, esse sentimento de inveja não vai te trazer nada de bom. – ela me aconselhou

–Obrigado, mãe...

Meu Namorado De Mentira | Romance GayWhere stories live. Discover now