• p o i s o n •

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"Seu plano cruel, seu sangue como gelo
Um olhar poderia matar, minha dor, sua vibração
Eu quero te amar, mas é melhor não tocar (não toque)
Eu quero te abraçar, mas meus sentidos me mandam parar
Eu quero te beijar, mas eu quero muito isso
Eu quero te provar, mas seus lábios são venenosos
Você é um veneno correndo pelas minhas veias
Você é um veneno, eu não quero quebrar essa corrente"

• Poison — Tarja Turunen •

• • Acampamento Crystal Lake • •

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• Acampamento Crystal Lake •

• Hardwick, Nova Jersey •

Uma maldita tempestade imparável, tão violenta que meus nervos estão a flor da pele, agride as paredes grossas da cabana em que estou, uma cabana grande de apenas um andar, decorada de um jeito simples e quase aconchegante.

Quase, não fosse o toque amedrontador e até aterrorizante que alguns facões, facas táticas e machados suspendidos nas paredes de madeira, quase como troféus, dão a esse ambiente perfeitamente quente, que me impede de ter uma hipotermia. Mentalizo que são somente coisas de minha cabeça, mas um cheiro fraco de sangue continuamente me faz ter que coçar a ponta de meu nariz.

— Senhor, eu não tenho roupas extras... — Digo, baixo demais para meu próprio gosto. — Onde estão as minhas?

Meus pés estão ardendo, há marcas e arranhões sobre e sob eles, causados enquanto corria sem rumo pela floresta densa e sombria do lado de fora, sem sapatos pois os de salto que eu tinha iriam me fazer acabar com algum osso quebrado, perdida depois que meu carro alugado quebrou e a bateria de meu celular descartável acabou.

Encaro o chão, segurando a toalha úmida ao redor de meu corpo nu com mais força, meu cabelo está encharcado, mas não sinto frio porque há uma lareira com madeira sendo trucidada pelo fogo logo atrás de mim. Por um maravilhoso acaso do destino, consegui um lugar onde banhar, mas o problema agora é achar minhas roupas, pois não estão em lugar nenhum que entre em meu campo de visão.

Andei durante horas a fio, procurando algum caçador solitário que poderia me ajudar a consertar o carro, tremendo de medo pela fama que esse lugar carrega de ser quase um abatedouro, e por conta do anoitecer, sem conseguir voltar para a segurança daquele ovo minúsculo movido a bateria, me vi gritando por ajuda.

Um grito tão desesperado que fez com que o homem de quase dois metros que agora me encara de uma maneira desconfortável, me encontrasse. E quando isso aconteceu, apesar da chuva que o lavava, estava completamente sujo com aquela porcaria de líquido vermelho que me apavora, ainda que esteja acostumada a ver.

Seu braço coberto por algumas cicatrizes finas e com a parte do antebraço rajado de veias grossas, entra em meu campo de visão. Indica a blusa para que eu a coloque e com um pequeno susto, a pego, dando alguns passos para trás, olhando para os lados em uma tentativa de descobrir se há um lugar em que possa me vestir.

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