marco zero

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Giovanna iria perder seu réu primário naquela madrugada! Marina estava lá, na porta do seu namorado! O que aquela menina tinha na cabeça que a fez achar ser de bom tom aparecer na porta de um homem comprometido àquela hora?

— Abre, por favor, Nero. Eu sei que você tá aí. — Disse com voz de choro.

Era só o que faltava. A roteirista pensou nas maneiras que usaria para a estrangular e nenhuma parecia boa o suficiente. Sem ter o que fazer e querendo voltar logo pra cama, Giovanna abriu a porta.

— Nós estamos ocupados, Marina. Não sei o que você poderia ter para falar com meu namorado uma hora dessas, mas pode falar comigo. — Giovanna se escorou na porta, fechando o espaço para impedi-la de entrar.

— Eu estava passando aqui perto e resolvi subir pra dizer "oi" ao Nero, não sabia que você estava aqui. — Respondeu com uma cara de inocente fajuta.

— Pois bem, já subiu, viu a mulher dele e agora já pode ir. Como te falei, nós estamos ocupados. — Sorriu debochada.

Alexandre assistia à cena da porta do quarto só de cueca, queria poder se escangalhar numa gargalhada, mas tinha amor à vida, sabia que Giovanna poderia matá-lo só com o olhar. Ele amava quando a via tão intensa na hora de defender seu território, não que os ciúmes fossem o motor do relacionamento deles, mas de vez em quando dava uma apimentada.

— Diz que eu deixei um beijo. — Falou simplesmente e saiu.

Garota sonsa da porra! É doida ou o quê? Aparece, fala qualquer merda e sai sem mais nem menos?

— Escuta aqui, Alexandre — ela começou a andar em direção a ele com um olhar fulminante — como que essa fedelha sabe teu endereço? Como que ela subiu sem ser anunciada?

— Eu posso explicar tudo isso, okay? — Ergueu as mãos como quem se rende.

— Estou esperando, Alexandre Nero. — Cruzou os braços ficando na frente dele.

— Tivemos uma externa aqui em Copa durante as gravações, eu fui a pé, era pertinho, daí ela me deu uma carona quando acabamos. Quis ser educado, convidei pra subir e comer alguma coisa, passamos o dia gravando e ela devia estar com fome. Enfim, foi só isso. — Explicou com calma.

— Alexandre, isso foi há meses atrás, porque eu não soube antes?

— Nós nem namorávamos, Giovanna. Por que eu te contaria isso? Você sempre teve implicância com ela, só ia piorar a convivência. — Tentou a abraçar e foi impedido.

— Tudo bem, explicou a primeira parte. Cadê o resto? Por que teu porteiro não interfonou?— Segurou o rosto dele para que permanecesse longe do seu.

— Ah, Giovanna... você quer mesmo saber? — Suspirou.

— Pareço não querer? — Bufou.

— Ele tava acostumado com isso, quer dizer, sempre chegava alguém por aqui de madrugada. — Coçou a cabeça, sabia que aquela conversa ia acabar em discussão.

— Enquanto tu tava com alguma namorada?

— Caralho, vou ter que falar com todas as letras mesmo? — Alexandre bateu as mãos nas coxas em frustração e ela não se moveu — Tá bom, se é tão importante pra você ouvir, então tá... eu nunca namorei assim, Giovanna. Nunca fui homem de uma mulher só e todas elas sabiam, eu gostava de uma sacanagem e aí? Uma ou duas, que diferença fazia? Era só gandaia.

Giovanna estava se divertindo com aquilo, queria levá-lo ao máximo de sua capacidade de constrangimento. Nunca imaginou que Alexandre teria dificuldades em assumir aquele tipo de coisa pra ela.

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