Recomendo, urgentemente, ouvirem essa música enquanto lêem: Shut Up And Listen.
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Marília.
Hoje é dia de fotos. As tão sonhadas fotos. Brevemente, estaremos estampadas na capa da Forbes. E isso é motivo de entusiasmo e comemoração.
Estamos no camarim, ajustando as roupas. De um lado, as meninas se maquiam. E eu, estou provando um dos looks que será usado. Um terno, isso mesmo, estarei usando um terno. Confesso que de início fiquei receosa, mas todos sabem o quanto eu amo causar, principalmente inovar.
Porém, o ponto da questão não é esse. Eu irei posar, ao lado de Maraisa, que estará em um vestido impecável. E eu estarei de terno. Isso é motivo suficiente para um alarde surgir entre os nossos fãs, principalmente aqueles que nos shippam. Anteriormente, eu surtaria pelas acusações e envolvimentos com os nossos nomes, porém, depois de uma longa sessão de risada e entretenimento, passamos a amá-los e, sempre que podemos, trazer conteúdos para alardear.
Estou posicionada ao lado de Maraisa, enquanto o fotógrafo captura cada ângulo com precisão. O brilho das luzes reflete em nossos olhos, enquanto nos esforçamos para manter sorrisos radiantes. No entanto, uma tensão sutil parece se materializar entre nós, como se estivéssemos dançando em torno de um segredo.
Nossos olhares se cruzam por breves segundos, revelando uma complexa mistura de emoções. Maraisa mantém sua postura irredutível, mas seus olhos expõem um leve indício de desafio. Enquanto isso, faço o meu melhor para parecer à vontade, apesar da consciência aguda da presença dela ao meu lado.
Em um passado recente, ficávamos. Ouvimos, durante um longo período de tempo, que combinávamos. E, diante dessas especulações, involuntariamente começamos a sentir algo a mais. Nossos dias eram milimetricamente calculados para nos encontrarmos, queríamos nos ver há todo momento. Até que aconteceu. Ficamos, não somente uma, mas várias vezes. E eu me apaixonei, e isso pareceu pesar seus ombros. Talvez para ela, ter uma mulher ao seu lado não seria o ideal, não para o seu futuro. Porém, o que ela nunca soube era que ela era a minha mulher ideal.
Passado, mas um passado presente. O sentimento ainda permanece aqui, comigo. Hoje, sou Marília Mendonça, ou Mãe do Léo. Mas, ainda sou, em partes, Marília Pereira.
Nossos movimentos são sincronizados, mas há uma distância sutil entre nós, como se evitemos qualquer contato físico desnecessário. As câmeras continuam a disparar, capturando nossa beleza exterior, enquanto a energia tensa entre nós permanece oculta para todos, exceto para nós.
Sinto meu estômago se contrair quando percebo que Maraisa está evitando olhar diretamente para mim. Uma sensação de rejeição velada se instala dentro de mim, envolta por uma fina camada de tristeza. Tento não deixar que a emoção transpareça, mantendo um sorriso profissional nos lábios enquanto lido com a onda de conflito interno.
