CAPÍTULO 4 O DIAMANTE

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—Eu posso te salvar.

Algo me sacode, enviando novas ondas de dor através da minha consciência.

—Acorde, eu posso te salvar.

A voz penetra na névoa profunda que gira em meu cérebro. A escuridão me cerca, e parece que estou flutuando em uma galáxia sem estrelas, mas um calafrio serpenteia todo o meu corpo. Alertando-me sobre algo perigoso.

Uma mão está no meu braço, e ela me empurra mais uma vez.

—Não resta muito tempo. Eu preciso que você acorde. Vou te ajudar.

Uma fissura de luz atravessa a escuridão sem fim. Concentro-me na luz e, à medida que alguém continua a sacudir meu corpo, a rachadura se alarga até uma luz ofuscante perfurar meus olhos.

Eu gemo, clareza começando a despertar. O aperto firme no meu braço aumenta, e a voz que me desperta do sono se amplifica.

Sou sacudida mais uma vez, e o movimento brusco finalmente me acorda.

Meus olhos se abrem e, por razões que ainda não tenho certeza, meu coração está batendo fora do meu peito, batendo contra minha caixa torácica tão violentamente quanto a pessoa que me sacudia.

Um rosto velho e enrugado e olhos azul-claros entram em foco, a apenas alguns centímetros de distância dos meus. Recuo, piscando em pânico e confusão.

—O que está acontecendo? — Eu me engasgo com as palavras.

Em segundos, a realidade desaba sobre mim, e me lembro por que estou aqui. Com quem estou. 

Estive em um acidente de carro. Saí da estrada. E, então, fui sequestrada e levada a um médico cuja prática é claramente ilegal.

Dr. Garrison.

O homem que está atualmente cara a cara comigo, olhando para mim com urgência.

—Eu vou te ajudar. Por favor, levante-se.

O frio de gelar os ossos que penetrou o nevoeiro piora quando sua mão agarra a minha e me puxa para frente.

Grito em resposta, as dores no meu corpo piorando cada vez mais. Parece que um atiçador quente está esfaqueando cada uma das minhas terminações nervosas.

—Eu sei que dói, querida, mas temos que nos apressar antes que Rio volte.

Ele me puxa de novo gentilmente, e é então que percebo que o soro foi removido do meu braço.

Resisto e, em um esforço para parar, pergunto:

—Há q-quanto tempo estou apagada?

—Só por uma noite, querida. Agora, levante-se, por favor.

Deixando-me sem outra escolha, ele me ajuda a levantar, me empurrando para frente enquanto tenta me segurar com cuidado.

—Aonde vamos?

Estou quase frenética, e a confusão está atrapalhando meus pensamentos.

Sobretudo, não consigo descobrir por que diabos ele está me ajudando.

Também não está metido nisso?

É então que ele olha para mim, um sorriso louco no rosto.

—Eu vou te levar para algum lugar seguro. Ninguém nunca vai te encontrar, eu prometo.

Uma pedra se forma na minha garganta, e eu me esforço para engolir quando minha situação se torna mais aparente.

Ninguém nunca vai te encontrar.

2°  Livro| Caçando Jiwoo (G!P Chuuves)Where stories live. Discover now