Bracinhos remando sem arte

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3. As cartas de ninguém


Que Harry já não enxergava bem era um fato, mas o castigo no escuro havia o deixado desnorteado. Na altura que pode sair do armário as férias de verão já haviam começado.

As aulas haviam acabado, mas escapar da turma de Duda não era uma opção já que o grupo frequentava sua casa todos os dias, um bando de burros comandados por um porco de peruca loira, tal constatação deixava Harry a beira de risos.

Sempre que podia, Harry procurava estar fora de casa, pensando no fim das férias, vez ou outra se escondendo do grupo de acéfalos que praticavam o esporte favorito de Duda Dursley, que, obviamente era perseguir Harry Potter.

Ao pensar no fim das férias, Potter se encha de uma breve esperança com a chegada de setembro, afinal iria para escola secundária onde não estaria na companhia de Duda, que havia conseguido sua vaga, por obra de Válter, na escola Smeltings, antiga escola onde seu pai estudara, onde o garoto estaria na companhia de Pedro. Já Harry se contentava em ir para a escola secundária local. Fato que Duda se aproveitava:

" eles afogam a cabeça dos garotos no vaso sanitário, principalmente os garotos esquisitos como você. Quer ir lá em cima experimentar? "

Harry sorriu desdenhoso antes de returucar: "Não, o coitado do vaso nunca recebeu nada tão horrível quanto sua cabeça, o coitado pode passar mal."

Potter precisou correr antes que Duda conseguisse entender o qhe queria dizer com aquilo.

Certa noite, quando Duda desfilava para os pais com o uniforme da Smeltings, Harry teve de se conter para não revirar os olhos, achava aquilo ridículo, aquele desfile todo, aquela adoração toda. Cerrou os dentes desgostoso enquanto encarava o uniforme.

A casaca marrom-avermelhada é os calções de cor laranja, juntamente do chapéu de palha era o motivo do divertimento interno de Harry, afinal achava aquela mistura de cores horrível.

Enquanto os Dursley colocavam Duda num pedestal e o elogiavam enquanto diziam que se sentiam orgulhoso o Potter se esforçava para não rir, sentindo suas costelas doerem pelo esforço.

E havia um cheiro terrível na cozinha ao amanhecer, com os lábios contraídos, Petúnia explicou ao Potter que ela estava fazendo ali: "O seu uniforme novo."

Harry franziu o cenho, as vezes não conseguia conter sua parte irônica controlada, não tardando em, acidentalmente, pensar alto: "Não sabia que o uniforme deveria ser molhado."

"Não seja idiota, estas são roupas velhas de Duda que estou tingindo, vão ficar iguaizinhas às dos outros quando acabar."

Potter a encarou com os olhos verdes faíscando em sérias dúvidas, o olhar de Harry sempre perturbava Petúnia e ele tinha conhecimento disto, as vezes o fazia para testar, mas naquele momento a troca de olhares gerou faíscas.

Petúnia quebrou o contato, voltando a encarar a roupa enquanto trabalhava na mesma. As vezes Harry se perguntava se ela, no fundo, se importava um pouco, por mais que soubesse que não.

Duda e Válter entraram na cozinha depois de um longo silêncio entre Petúnia e Harry. Tinham os narizes franzidos pelo cheiro do 'novo' uniforme de Harry. Valter abriu o jornal enquanto Duda bateu na mesa com a bengala de sua nova escola, objeto que sempre era carregado por ele desde que obtera.

Logo o famíliar barulho da portinhola do correio se fez presente, assim como o som suave da correspondência pousando no capacho da porta.

Válter, por detrás do jornal, deu a ordem a Duda: "Apanhe o correio."

The Dawn of Oblivion - Livro IWhere stories live. Discover now