The Perfect Family

Silêncio

Thea

Estou no mesmo endereço da cafeteria, Oliver tem um apartamento lá em cima que usamos das últimas vezes. Tento não parecer nervosa quando ele abre a porta das escadas para mim e seu braço toca levemente o meu.

Subo os degraus sabendo que ele está atrás de mim, respiro fundo deixando que isso me acalme e ele tem que ficar bem perto para abrir a porta do apartamento. A porta abre e me enfio lá dentro antes que ele possa falar alguma coisa.

Ainda é o mesmo apartamento. Acabamento de estúdio, grandes janelas de vidro e aço, as paredes de tijolo, tudo aberto com visão para tudo, a cozinha com vários suportes de metais para as panelas, uma TV enorme na frente de um sofá verde de veludo, a cama encostada na parede lá do fundo arrumada metodicamente.

-Não mudou nada.- digo caminhando.

-Estou quase sempre fora.- ele fecha a porta atrás de si e vejo a cidade pelas janelas com todas as luzes acesas.

-Onde esteve antes de eu chamar?- pergunto.

-Estava visitando alguns amigos na Tailândia.- ele explica e me viro- O sinal é péssimo lá, não sei como consegui responder você.

-Eu imagino.- o observo indo até a geladeira e tirando uma garrafa de vinho tinto- Fez alguma tatuagem?

Ele sempre fazia uma tatuagem quando viajava, era tipo uma tradição estranha. Não sabia mais o que perguntar, mas parece que perguntar isso tinha deixado Oliver levemente sorridente.

-Sim.- ele tira a rolha e me observa.

-Deve ter se divertido muito lá.- falo enquanto ele anda na minha direção.

-Não tanto.- chega na minha frente e estende a garrafa de vinho- Quer ir primeiro?

-Certo.- pego a garrafa e não penso duas vezes antes de virar.

Dou um...dois... três goles antes dele tomar da minha mão com um olhar divertido, então também dá dois goles antes de começar a se aproximar mais ainda. Pego a garrafa da mão dele e dou alguns goles antes de abaixar.

Sinto a mão de Oliver tocar minha nuca e não abro os olhos quando sinto a respiração dele na minha boca, o dedão dele acaricia a linha da minha mandíbula e Oliver dá um beijo suave nos meus lábios.

Aperto a garrafa na minha mão e ele dá outro beijo, agora no canto direito dos meus lábios, então outro no canto esquerdo. Abro a boca levemente e ele aproveita aquela deixa para me beijar de verdade, como sempre me beijou.

Sua língua entra reinvidicando espaço e a outra mão dele desliza pela minha cintura, não consigo pensar quando ele passa a língua pelos meus dentes e então sua mão começa a desce até minha bunda e dar um apertão firme.

Deixo a garrafa de vinho em cima de uma mesinha e passo meus braços por seus ombros, a outra mão de Oliver aperta minha nuca e seus dedos entram nos meus cabelos puxando minha cabeça para trás e me deixando tonta por causa do beijo.

-Vou bem devagar com você.- sussurra dando beijos pelo meu maxilar- Sei como você adora ir devagar.

-Cale a boca.- sussurro segurando seu queixo e o beijando.