Normal

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Thea

Entro na minha casa e ela parece estranha para mim, estou quase chorando quando Cameron desce as escadas na velocidade da luz e me surpreende. Me agacho e rio quando ele me abraça tão forte que eu caio sentada no chão.

-Mamãe, mamãe, o vovô trouxe a gente.- ele explica e ouço os passos do Senador.

-Toda foram muito comportados.- o Senador fala gentil.

-Ele mostrou pra gente como a casa nova tá ficando.- fala.

-Você gostou, amor?- pergunto.

-Sim, gostei muito do meu quarto e dos brinquedos no quintal.- ele diz animado.

-Susan.- o Senador chama e ela aparece- Prepare um lanche para Cameron, eu e Thea vamos conversar.

-Claro.- ela segura a mão dele e dou um beijo em sua bochecha antes de ir.

-Vamos.- ele passa por mim e começa a subir as escadas.

O sigo e entramos na biblioteca da casa, estou muito cansada para ficar em pé, então sento em uma das poltronas e vejo que ele vai até a janela olhar um pouco a paisagem.

-Quanto tempo mesmo eu sempre dou?- ele pergunta distraído.

-Três semanas.- murmuro.

-Ah, ótimo, vai combinar perfeitamente com sua mudança e o Natal.- ele sorri- Vai ser um presente e tanto para Cristian.

-Sim, vai.- limpo uma lágrima.

-E vamos contar...- ele olha para cima- Ah, vai estar por volta dos três meses nas eleições.- ele sorri- Sua barriga fica muito bonita aos três meses.

Passo a mão pelo rosto e ele começa a andar na minha direção, fico completamente parada quando ele senta na poltrona da minha frente e se curva para tocar na minha barriga.

-Lembre de ir pra cama com Cristian quando ele voltar.- diz.

-Eu sei.- falo irritada.

-Não preciso dizer que um encontro seu e de Oliver vai acarretar em consequências enormes, não é?- pergunta.

-Eu sei.- repito.

-Que ótimo que estamos de acordo.- ele levanta e aperta meu ombro- Nos vemos em breve.

Ele bate a porta da biblioteca e fecho meus olhos tentando absorver tudo que aconteceu nesse final de semana. Pensei que nunca mais teria que fazer isso, mas agora estou passando por isso de novo e parece que meu coração vai explodir.

Meus dedos entram no couro da cadeira e lembro do Senador dizendo no quarto da maternidade, enquanto ninava Cameron, que se eu quisesse ficar com meu filho teria que fazer exatamente tudo que ele pedia.

Não duvidava que ele não fizesse o que prometia, sabia que ele me chamaria de louca e me colocaria em um hospital psiquiátrico assim que eu saísse da linha. Não queria arriscar nada, nem mesmo um fio de cabelo para ver se ele ia ser capaz.

Eu podia adorar Oliver, podia me arrepender do dia que fui até o pai dele para dizer que estava grávida, mas eu amava meus filhos e nada ia me separar deles, nem mesmo fazer o que eu queria fazer.

The Perfect Family Where stories live. Discover now