LUCKY ONES - Azriel

cap 5.

Violet, blue, green, red to keep me out...

AZRIEL'S POV

Observo ela sair, e uma leve decepção me toma por ter deixado a oportunidade escapar. Quero ela, o desejo de tê-la em meus lábios novamente cresce à medida que a noite avança. Falho em agir conforme meus sentimentos e impulsos, sem ter certeza de como abordá-la. Fico sozinho na sala, lamentando como ignorei a chance que me foi apresentada. O desejo por ela é forte, mas não estou disposto a mostrar o quanto o sinto.

A confusão persiste enquanto reflito sobre como me permiti envolver em um jogo tolo e beijá-la, praticamente uma estranha. A sensação de perplexidade paira sobre mim, questionando as razões que me levaram a agir daquela forma e como as coisas chegaram a esse ponto. O sabor do beijo ainda ecoa em minha mente, misturando-se com a incerteza que agora permeia meus pensamentos.

Meu coração aperta ao observar Cassian descendo as escadas de mãos dadas com Nesta. A visão deles juntos, envolvidos pelo calor do amor, deixa uma sensação dolorosa em meu peito. É como se, de alguma forma, eu pudesse sentir a falta daquilo em minha própria vida. O desejo por esse tipo de conexão, por um amor verdadeiro, torna-se mais evidente diante da cena que se desenrola diante de mim.

— Az, está bem? - cassian me olha.

Apenas balanço a cabeça em resposta e desapareço na noite.

•

Na manhã seguinte, adentro a sala de estar, onde vejo ela sentada para o café da manhã. Amren que agora tinha percebido no local, estava quase forçando ela a tomar um líquido laranja, saí da sala bufando e sussurrando um "teimosa".

A luz da manhã traz cor de volta ao ambiente, mas destaca a ressaca que ela tem das festividades da noite anterior. Sento-me em frente a ela sem dizer uma palavra, consumindo silenciosamente minha comida. Não quero trazer à tona os eventos da noite passada, sabendo que falhei em tomar a iniciativa.

Mantenho os olhos baixos, evitando encará-la ou deixá-la desconfortável de alguma forma. Após vários momentos, finalmente falo.

— Bom dia.

— Bom dia. - ela demora um pouco. — Resolveu falar como gente normal?

Levanto os olhos surpreso com sua audácia, sem ter certeza de como reagir à sua pergunta. Solto um suspiro cansado, sem vontade de participar desses jogos com ela. Curto o jogo da noite anterior, mas, naquela manhã, preferiria estar de volta em meu quarto, desfrutando de um silêncio tranquilo.

— Sim... Bom dia para você também. - digo baixinho, sem querer dizer mais nada.

— Aí que dor!  - coloca a mão na cabeça.

A olho com preocupação quando ela coloca a mão na cabeça. Posso entender a sensação, já que também tive ressacas várias vezes no passado. Talvez ela esteja pensando o mesmo agora, sofrendo com a ressaca matinal. Observo ela por um momento, considerando minhas opções. Sei que ela é teimosa e orgulhosa, e duvido que aceitasse minha ajuda se oferecesse. Mas ao mesmo tempo, percebo que se ela estiver sofrendo, eu quero ajudar.

— Precisa de um remédio?

— Não, já tomei. Caramba, não me recordo de nada de ontem. Acho que até perdi meus saltos. Você os viu?

Ergo uma sobrancelha surpreso quando ela menciona não se lembrar de nada da noite anterior. Isso significa que ela bebeu mais do que pretendia, e sua memória da noite está nebulosa. E também o beijo, causado por taças de vinho e aquele jogo idiota. A olho com uma mistura de preocupação e diversão. Embora saiba que ela pode ser teimosa às vezes, isso parece pior do que o habitual. Pergunto-me se devo levar suas palavras ao pé da letra ou se ela está apenas tentando mexer comigo.