27. A luz se foi.

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AZRIEL'S POV

Deixo as lágrimas caírem sem me preocupar com todos meus amigos ali, observando Jade e tentando limpar o sangue do rosto pálido dela e seus ferimentos. Selina está na poltrona do meu lado, olhando para Jade com total apátia e descrença, enquanto Feyre com os olhos vermelhos e tristes se aproxima de mim.

- Não perca a esperança, Rhys está a ajudando agora. Por mais que o corte seja profundo, vamos acreditar que esse fio de vida que há nela... se torne forte e inquebrável.

Sinto minha boca paralisada, incapaz de articular uma palavra. Minha língua parece entorpecida, mas meu olhar é uma expressão angustiada. Rhys está diante dela, concentrado, com ambas as mãos sobre o corte profundo no peito de Jade. Ele tenta curá-la, desesperado para preservar a vida dela sem comprometer seu corpo frágil.

- Ele vai resolver isso, não vai? - Selina diz.

- Pode ser que sim! - a voz calma de Feyre da angústia, ainda mais.

- Fale a verdade, não minta ou omita a verdade só pra que isso não machuque Azriel ou eu. - Selina endurece a voz trêmula.

- Selina, provavelmente ela tenha adquirido esse corte com algum ferro enferrujado que Colin tenha achado ali nas masmorras e resolveu... atacar... e então ela o matou... com medo de que iria morrer

- Para com isso Feyre... - grito e me levanto da poltrona. - Para de falar como se ela já estivesse morta.

- Se acalme, ela só está explicando os fatos e isso é importante, a ferrugem pode ter realmente entrado no sangue dela e ... - Selina começa falar e me sinto tonto.

- Azriel, posso fazer um chá e .... - Elain se coloca na minha frente.

- Isso não vai resolver nada Elain! - grito e ela parece surpresa.

- Mas pode te acalmar,  vamos pra cozinha... - ela coloca as mãos no meu braço e luto contra a vontade de empurrar ela pra longe.

- Não quero chá nenhum caramba... me deixa em paz... - berro me sentindo em nervos e resolvo sair daquele quarto.

"Você devia parar de importunar o Azriel menina!" Selina comenta murmurando.

Caminho até o corredor e me encaminho para a varanda. Sento-me no chão, no canto da pilastra, e as lágrimas que reprimi finalmente encontram liberdade. Uma dor profunda aperta meu peito, e mesmo tentando massageá-lo com uma mão, a angústia persiste. A ideia de perder minha Jade, meu raio de sol, minha luz, é insuportável. Na solidão da varanda, permito-me chorar, buscando consolo nas sombras ao meu redor e sussurrando palavras de esperança para meu próprio coração, as lágrimas caem silenciosas, como gotas de dor e desespero.

Ainda envolto pelas sombras, tento encontrar algum consolo nas palavras sussurradas. "Ela vai ficar bem", dizem para mim, como se a repetição pudesse tornar a afirmação realidade. Exausto pelo dia intenso e repleto de conflitos, nem percebo quando o cansaço toma conta de mim, adormecendo ali mesmo.

" Azriel? Azriel acorde."... "Azriel? Irmão, acorde." Sinto um formigamento em todo meu corpo quando mãos me sacodem, tento abrir os olhos mas a luz é forte demais.

- Azriel, você não está nada bem, vem você tem que se alimentar.

Então, reconheço a voz de Cassian. Ele me levanta apenas com um braço e me ajuda andar pelo corredor, tudo que eu sentia era uma fraqueza absurda, como nunca senti. Meus olhos pareciam pesados e o resto do meu corpo era como uma nuvem, nem meus pés tocando o chão podia sentir, apago novamente.

LUCKY ONES - AzrielOù les histoires vivent. Découvrez maintenant