𝙿𝚊𝚞𝚗𝚎𝚒𝚛𝚘 ( 𝚅𝚞𝚕𝚝𝚘 𝚗𝚊 𝙰́𝚐𝚞𝚊 ) 𝙿𝚊𝚛𝚝. 4

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Que calor do cão!! Parece que o sol decidiu nos abraçar com seu caloroso aperto e não quer nos deixar ir!! Hoje o dia tinha começado nublado, mas depois das 10 da manhã, o calorão tomou conta da cidade.

No momento eu estava lavando a louça do café, tava sozinho em casa pois mainha havia saído pra visitar uma amiga, e conhecendo ela, a conversa ia demorar muuito.

Mas eu tava de boa, fiquei feliz que mainha ia ter um tempinho pra ela... aproveitar que aquele traste não estava por perto.

Queria chamar o pessoal pra jogar vôlei, que nem aquele dia onde encontrei meu amigo marinho pela primeira vez.

Amigo... será que ele me considera um amigo também?

Enxuguei minhas mãos e desabei no sofá, primeira notificação do celular é clássica: Mensagem de bom dia de um monte de gente.

Conversei com Buco e marquei o dia do encontro pra amanhã, hoje tava muito quente. Dei bom dia pra mainha, perguntei se estava bem e a assegurei de que ficaria bem sozinho.

Depois de um tempo fiquei pensativo, não imaginava que esse tipo de cituação aconteceria comigo, agora eu tenho um amigo sereia que conseguiu, literalmente, espantar um monte de crocodilos só com sua presença.

Mas... pensando bem, se os crocodilos foram embora, o rio poderá ser aberto de novo e logo o pessoal poderá nadar, pescar e até andar de barco. Porém, se isso acontecer, é capaz de alguém topar de cara com Sampa acidentalmente, se assustar e contar as autoridades.

Talvez não acreditem de início... mas com certeza vão inspecionar o rio... e se o encontrarem.....

Ah! Não quero nem pensar nisso, o Sampinha é forte! Não se deixaria intimidar só por isso, mas... e se tiverem armas? Arpões? Facas?...

Pistolas....

Já decidi, vou visitar meu amigo mais tarde de novo. Quando a noite chegar e ninguém estiver por perto irei vê-lo, mas mainha vai chegar antes disso. Como é que eu vô lá sendo que eu prometi que iria ficar com ela, mesmo que me deixe sair de noite ainda sim fico triste em preocupa-la atoa, só por conta de minha curiosidade.

Maaass... Eu poderia vê-lo agora!! Não vai ter ninguém saindo de casa nesse calor, então é uma oportunidade até mainha chegar.

Fui pro meu quarto e decidi levar algumas coisas, poderia mostrar um pouco do meu mundo pra ele e aprender sobre ele também. Também levei meu caderno de rabiscos, gostava de desenhar mas não era um hobby muito interessante.

Sai de casa e tranquei a porta, corri até o local de encontro. Olhei pros lados e vi se não tinha ninguém, de vem em quando os guardas averiguam o lugar em busca de invasores. Mas esse invasor aqui é diferente!

Fui até onde a cerca estava caída e a pulei, me aproximei dos manguezais e fui descendo a pequena ladeira. Algumas plantas do local estavam bem secas, provavelmente resultado do calor infernal que parecia não ter fim. Ainda bem trouxe uma toalha no caso de mergulhar, quer dizer... se o Sampa deixar.

Cheguei perto do cais e para minha surpresa o vi nadando perto dele, parecia estar com algo na boca. Me aproximei, deixei minha mochila no chão e depois sentei, ele reparou minha presença e se aproximou. - Bom dia, flor do dia! - meu sorriso contrastava com seu olhar cansado.

Ele apoiou os braços na madeira e pude ver melhor, tinha um peixe em sua boca e olheiras abaixo dos olhos, seu sono devia estar desregulado. - Não dormiu direito? - ele assentiu devagar. Jogou o peixe no ar e depois o engoliu sem mastigar, o pequeno aquático tinha sumido em um piscar de olhos, acho que ele não tem refluxo.

𝙱𝚎𝚕𝚎𝚣𝚊𝚜 𝙿𝚛𝚘𝚏𝚞𝚗𝚍𝚊𝚜.... 𝚃𝚎𝚜𝚘𝚞𝚛𝚘𝚜 𝚁𝚊𝚛𝚘𝚜.Where stories live. Discover now