Tomorrow Will Be Kinder

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Nuvens negaras estão atrás de mim
Eu agora consigo vê-las a frente
Frequentemente eu pergunto porque tento
Esperando por um fim

A tristeza pesa meus ombros para baixo
E os problemas caçam minha mente
Mas eu sei que o presente não vai durar
E o amanhã será gentil

O amanhã será gentil
É verdade eu já o vi antes
Um brilhante dia vem no meu caminho
Sim, o amanhã será gentil

(Tomorrow Will Be Kinder – The Secret Sisters)

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Sinto cócegas em minhas bochechas. Em seguida, algo pequeno aperta meu nariz e ao abrir os olhos, vejo minha garotinha com os cabelos desgrenhados sorrindo.

— Bom dia, minha lindinha. Hoje você está completando seu primeiro aninho. – Sento sobre a cama e puxo-a para meus braços. A encho de beijos e a abraço com carinho. — Parabéns a você, meu anjinho. – Hope começa a tagarelar algo ininteligível e acabo por rir. — Onde está seu pai? – Ela olha em direção a porta e um cheiro delicioso invade minhas narinas. — Acho que o papai está aprontando algo. Vamos lá espiar?

Hope esboça algumas expressões faciais engraçadas. Isso me lembra muito o Peeta. Me troco rapidamente e antes de ir até o banheiro, coloco Hope de pé no chão, segurando na cama. Ela já começou a dar alguns passinhos, mas tem medo de andar sem que esteja segurando em algo. Deixo a porta aberta e enquanto faço minha higiene matinal fico observando-a e ela também me encara curiosa. Escovo meus cabelos rapidamente e os deixo solto. Pego Hope no colo e descemos até a cozinha.

Noto um vinco na testa de Peeta. Ele está concentrado no que faz e ao me aproximar mais, o vejo confeitando um bolo com glacê amarelo e rosa-claro. Hope nos denuncia dando alguns gritinhos e logo ele ergue o olhar, me fazendo paralisar por alguns segundos.

— Conseguiu acordar a mamãe, Hope! – Me coloco ao seu lado e ele acaba por me roubar um beijo rápido dos meus lábios. — Bom dia, pelo visto dormiu bem.

— Dormi bem sim, mas a Hope...

— Ela acordou às cinco, mais ou menos, daí desci e preparei uma mamadeira bem gostosa. Tomou tudo ainda sonolenta e acabou voltando a dormir, e a coloquei do seu lado e vim pra cozinha preparar um café da manhã especial.

Hope tem pouco mais que uma dúzia de dentinhos em sua boca. Ela já nem se amamenta mais em mim e confesso que sinto um pouco por isso. No entanto, foi preciso passar para a mamadeira, nossa garotinha estava irritada por conta da gengiva coçando. Minha mãe me deu algumas dicas e preparou alguns chás, que segundo ela, acalmaria um pouco o incomodo que tanto sentia.

— Hum... café da manhã especial. – Já sinto minha boca salivar. — E o que teremos padeiro?

— Pães de queijo, chocolate quente, morangos...

— Ai, que delícia, Peeta. – Minha voz soa um tanto estranha. Talvez a culpa seja do meu estômago vazio. — E esse bolo?

— É pra nossa filha, em comemoração de seu primeiro ano. – Ele sorri enquanto a pega do meu colo a erguendo no ar e, dando voltas e mais voltas pela cozinha com ela. É maravilhoso a forma como ele fica quando está em um momento com Hope. — Em casa, era um ritual meu pai fazer, um pequeno bolo em comemoração de algum ano meu ou dos meus irmãos. Já que não tínhamos o luxo de poder comer sempre que queríamos.

Sempre pensei que, quem morava no centro do distrito tinha mais privilégio, mas estava enganada. Peeta não podia usufruir dos benefícios da padaria. Ele mesmo já me confessou isso uma vez.

Preço do amanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora