Someday

384 19 5
                                    

Como diabos nós fomos terminar desse jeito?

Por que nós não fomos capazes de ver os sinais que perdemos

E tentar "virar o jogo"?...

... Algum dia, de alguma forma

Vou fazer com que tudo fique bem, mas não agora

Eu sei que você está se perguntando quando...

(Someday - Nickelback)

➵➵➵➵➵➵

Uma última vez para o público?

Nunca de fato, era a última vez. Sempre teria mais um beijo. Outro sorriso. Uma foto a mais. Aquele teatro não teria fim. Ele sempre parecia tão sincero, mas eu sabia que não podia lhe dar esperanças de um futuro comigo. Eu mesma não entendia o que estava acontecendo. Os acontecimentos recentes não me permitiram pensar direito no que realmente sentia por ele. Tudo aconteceu tão rápido. Entramos na arena como inimigos, lutando cada um por sua própria sobrevivência, pelo menos era o que eu achava. Então, o jogo havia mudado, nos aliamos e em pouco tempo passei a lutar pela vida dele, tanto quanto lutava pela minha.

A ideia das amoras, foi totalmente impensada, uma loucura, um ato de desespero em meio a injustiça que estavam fazendo conosco. Eu havia lutado tanto para mantê-lo vivo, não era justo. Porém, era uma questão de justiça, não de amor, pelo menos não da minha parte. Foi só depois que, notei que ele não sabia de nada. Para ele era real. A verdade o magoou, eu sei, mas não havia o que fazer.

Ele me amava e tinha lutado por mim o tempo inteiro, tentando me manter viva, me protegendo. Os jogos foram uma confusão. Um espetáculo para o público. Já para mim, foi uma verdadeira batalha, onde não sabia o que era real; e o que não era. Apesar de tudo, ele não pareceu zangado quando segurou minha mão – o que na minha opinião foi pior – talvez não fosse certo. Ainda assim, segurei firme seus dedos entrelaçados aos meus, abominando o momento em que teria que soltá-lo.

Algumas semanas longe das câmeras e nossa relação não era nem de perto das melhores. Mas a visita inesperada do presidente, foi um lembrete, suficiente para que eu soubesse, que nosso romance não poderia acabar. Não quando os murmúrios nos distritos, não estavam agradando em nada o governo. Não quando, a população da Capital, ainda nos via como um lindo casal feliz. Eu não tinha mais escolha. Não quando as pessoas que amava, estavam em perigo, o show tinha que continuar.

Depois disso, veio a Turnê da Vitória e com ela as câmeras, e mais uma vez ele se mostrou uma pessoa melhor do que eu e me pediu – mesmo não merecendo – para sermos amigos. Disse a ele que não era muito boa com amigos, mas Peeta, como sempre, vê o melhor nas pessoas insistiu. Então, acabamos deixando nossas diferenças de lado. Isso foi bom, me ajudou bastante a lidar com o medo que vinha sentindo, desde o dia que o presidente Snow veio até minha casa e me disse para convencê-lo do meu amor por Peeta.

Tudo ocorreu rápido demais. Gale se sentia no fogo cruzado. Ele demostrara sentimentos e atitudes que nunca pensei, que existisse por trás de nossa amizade. Isso me incomodava e muito, pois, namoro, casamento e filhos estavam fora do padrão que eu tinha planejado em minha mente. Mas isso não durou por muito tempo.

A turnê foi suficiente para que, enfim, entendesse algo que Haymitch vinha tentando sutilmente me dizer. Eu não tinha mais escolha sobre minhas ações. Peeta e eu sempre seríamos fantoches na mão da Capital. Teríamos que ser sempre o casal perfeito. Nosso "amor" nunca poderia acabar. Um pedido de casamento em rede nacional, era o mínimo, e nem de longe convenceu o presidente Snow dos meus sentimentos pelo Peeta.

Preço do amanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora