What I've Done

200 15 3
                                    

Nesta despedida,

Não existe sangue,

Não existe álibi,

Porque eu estava fadado ao remorso da verdade,

Por trás de milhares de mentiras...

...O que eu fiz,

Eu vou enfrentar a mim mesmo,

Para apagar o que me tornei,

(What I've Done - Linkin Park)

➵ ➵ ➵ ➵ ➵ ➵


As horas seguintes são tranquilas. Toda a equipe ficou para o jantar. Ajudo minha mãe na preparação e avisamos a eles que nossa refeição, não é tão elaborada como na Capital. Eles parecem não se importar. É como se já esperassem por algo assim. Minha mãe que, vem tentando ao máximo uma melhor relação comigo, capricha no cardápio da noite.

Peeta chega pouco antes do jantar. Todo elegante, cheiroso e bem arrumado. Não que ele tenha o costume de andar malvestido, mas eu sei que hoje está vestido para nosso teatro. Além da sobremesa – devo admitir que estava espetacular – trouxe um buque de flores para mim e isso, claro, acabou emocionando nossos convidados. Depois da Turnê da Vitória somos quase profissionais em nosso pequeno teatro. Toques singelos, sorrisos "apaixonados" é como se, seu mundo girasse ao meu redor, enquanto estou ao lado dele. Ele puxa minha cadeira quando todos vão para sala de jantar e posso ver minha equipe sorrir quando senta ao meu lado. Durante o jantar ele, como sempre, é gentil com todos. Ainda assim, sempre demonstra uma atenção especial a mim.

Após a sobremesa, ofereço ajuda a minha mãe para organizar a cozinha. Ela me dispensa dizendo que tenho outros assuntos para resolver. Queria poder evitá-los, mas sei que não posso. Sendo assim, vou até a sala – agora organizada – e tento parecer interessada nos preparativos do casamento. Pela tradição, Peeta não pode ver nada referente aos vestidos de noiva até o grande dia. Mas nosso casamento não era um casamento qualquer. Se ele quiser, pode ver cada modelo que possivelmente, irei usar. Já que haverá um especial onde, todos os modelos que provei, serão mostrados a população de Panem que, aliás, irão votar no que usarei na cerimônia.

Sento no sofá de dois lugares, acompanhada por ele que, passa seus braços gentilmente em meu ombro com naturalidade. Effie me entrega o grande catálogo e sinceramente acho as decorações escandalosas demais. Tudo muito colorido e cheio de brilho, algumas parecem ofuscar minha vista.

— Gostou de alguma decoração? – Peeta pergunta bem próximo a mim.

— Quer que eu seja sincera? – Parece que estamos segredando algo.

Logo à nossa frente, a equipe se mostra apreensiva enquanto tomam chá.

— É claro que eu quero que seja sincera. Francamente, penso que você deveria escolher isso. Não que eu não queira, mas tem que ser seu gosto e não o meu. – Mesmo nas pequenas coisas ele tenta fazer o que eu quero. Sempre me coloca no topo de suas prioridades.

Nesses momentos fico na dúvida se ele está realmente atuando, o que duvido muito que seja atuação. Independente disso, a verdade é que, não quero fazer nada disso sozinha.

— Não gostei de nenhum. – Ouço alguns murmúrios, mas não ligo. — Nada disso tem a ver com nossas personalidades. Não parece em nada conosco.

Preço do amanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora