• Capítulo Oito - Prefiro que seja você

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• ARIANA •
— Localização protegida.

Justin não havia hesitado em negar a minha proposta no momento em que eu a fiz, ele nem esperou por mais um argumento meu, apenas se levantou e me deixou sozinha no quarto. Passei o resto do dia ali sozinha, fui algumas vezes no banheiro — na qual uma delas aproveitei para tomar banho — e recebi a minha janta no quarto.

Será possível que ele tenha ficado bravo com o que eu ofereci a ele?

Ou talvez ele só não fosse atraído por mim o suficiente para fazer isso uma única vez?

Eu esperava de verdade que ele fosse topar porque eu me sentiria melhor com ele do com qualquer recruta aleatório que ele arrumasse para mim. Eu não conheço essas pessoas, eu só conheço ele, então por que aceitar alguém totalmente novo se ele poderia facilmente fazer isso por mim já que é tão importante que eu não seja virgem e que esse maldito Diu seja colocado em mim.

Mas não há como obriga-lo a fazer o que ele não quer, principalmente quando sou eu quem tem que obedecer as ordens aqui. Eu só espero que ele não esteja bravo e nem me puna por causa do que eu ofereci e que ele não arranje alguém babaca ou asqueroso principalmente.

A porta do meu quarto é aberta de forma abrupta e eu sinto meu coração acelerar quando sou trazida de volta a realidade, porque agora imagino que seja ao Justin acompanhado da pessoa que ele escolhe para tirar a minha virgindade, se é que existe uma ainda em mim.

— Justin? — A minha voz soa confusa quando noto ele sozinho, fechando a porta atrás de si.

— Já jantou? — Ele ignora a minha confusão.

— Sim e acabaram de levar o meu prato. — Eu conto a ele.

— Eu acabei de comer também. — Ele enfia suas mãos nos bolsos da sua calça parecendo desconcertado.

Primeira vez que eu vejo ele assim.

Justin parecia odiar quando eu fazia perguntas demais tanto que ele sequer respondia todas elas, mas como evitar perguntar a ele agora o que eu quero saber?

— O que você está fazendo aqui? — Eu perguntei, sem rodeios.

— Falou sério quando disse que não queria que um recruta tirasse a sua virgindade, se é que você tem uma? — Ele me olha nos olhos. — E que preferia que fosse eu.

— Por que quer saber? — Ergo a minha sobrancelha.

Não estou entendendo qual é a dele, saiu daqui parecendo bravo quando eu lhe ofereci isso e agora ele está aqui voltando nesse assunto.

— Porque estava no meu quarto analisando os novos recrutas e eu selecionei alguns que acho que podem fazer isso. — Ele se explica.

— Como pode ter certeza que algum deles vai querer transar comigo? — Questino.

— Acredite, eu sei que vão. — Ele ri.

— Como pode saber disso?

— Eu já te disse que você faz perguntas demais. — Ele balança a cabeça em tom de negação enquanto ri e caminha até a cadeira perto de mim e se senta na mesma. — A resposta para isso é bastante simples, você é bonita.

— Você me acha bonita? — Meu tom de voz soa mais surpreso do que espero.

— Acho. — Ele nem hesita. — E não sei porque está surpresa, você deveria saber disso.

— Eu te ofereci a oportunidade de transar comigo e você saiu daqui como se eu tivesse te ofendido. — Digo, confusa. — Não achei que me achasse bonita, na verdade achei que não me achava nem um pouco atraente, nem mesmo o suficiente para uma transa que não vai significar nada além de colocarem um Diu em mim.

— Não esperava que fosse escolher a mim. — Ele dá os ombros. — E a minha reação tem mais a ver com o meu trabalho e com o fato de eu ser o seu instrutor do que com a sua aparência, posso te garantir, porque ela é bastante agradável.

— Ainda sim, estava até agora procurando alguém para tirar a minha virgindade?

— Eu preciso de opções se você tiver me tirado das suas. — Ele ri. — O fato de você não me considerar mais parte disso, não muda o fato de que você ainda precisa fazer isso, com ou sem mim.

— Eu ainda prefiro que seja você. — Digo, abruptamente e ele sorri.

Agora há um sorriso estranho em seu rosto agora, um que eu ainda não havia visto e sequer sabia como interpretar, mas agora eu estava inquieta porque eu havia dito as palavras e ele sabia porque estava aqui.

Isso ia mesmo acontecer.

— Ótimo. — Ele não desvia os olhos dos meus. — Mas espero que tenha em sua cabeça que isso não vai mudar nada, eu vou continuar sendo o seu instrutor como sempre fui e não vou pegar leve porque transamos uma única vez.

Isso não era nenhuma novidade para mim.

— Tudo bem. — Digo, sem me importar.

— E amanhã você vai colocar o seu Diu.

— Tudo bem. — Respondo a mesma coisa, porque a real é que eu não sei o que dizer e estou nervosa pelo o que vai acontecer aqui.

— Você está nervosa? — Justin se levanta da cadeira e se senta na cama ao meu lado.

— Sim. — Sou sincera. — Não me lembro se já transei antes, mas garanto que fiquei bem surpresa quando você trocou de roupa na minha frente hoje.

Justin cai na gargalhada.

— Isso não teve graça. — Reviro os olhos. — Eu estava me afogando.

— E ainda sim sobrou tempo para prestar atenção em mim trocando de roupa? — Ele pergunta, parecendo estar se divertindo muito com a situação.

— Eu estava morrendo, mas não estava cega né. — Eu ri. — E você estava na minha frente, não tinha como não ver.

Nesse momento Justin se aproximou de mim devagar, seus olhos desceram até a minha boca e eu me inclinei para frente juntando nossos lábios em um beijo. Ele agarrou forte meu cabelo me trazendo mais para ele.

Não precisamos dizer nada, ele era o escolhido e sabia disso.

— Você quer que eu apague a luz? — Ele pergunta devagar, ainda tão perto de mim.

— Eu não sei. — Mordo meu lábio inferior, apreensiva. — Você que sabe.

— Então não, eu quero muito ver você. — Justin volta a me beijar enquanto começa a tirar a minha roupa.

Nessa altura do campeonato não importa se eu sou mesmo virgem ou não, porque não me lembro da minha antiga vida, então para todos os efeitos, essa é a minha primeira vez.

RUIN & RISEOnde histórias criam vida. Descubra agora