A Escrava dos Dragões

O PRIMEIRO ATAQUE

Cheguei, cheguei. 

Vocês amam vingança? Eu amo.

E eu amo mulheres vingativas. Desproporcionais.

Então Lys/Lyta é assim.

Há limite para o perdão e para a tolerância.

Há horas em que devemos botas fogo no parquinho.

Tomem sua água e abracem alguém que amam, nunca sabemos o dia de amanhã. 

Fui!

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PDV Lyta

Anos se passaram. Anos desde que Lyta morreu. Anos desde que entreguei a Liam uma verdade amarga. Anos de preparação, treinamento e confecção. Trezentos mundos dominados, pouco mais de metade deles com raças capazes de lutar. Basta que eles tenham as armas certas. Não adianta armar os coelhos, nem a maioria dos arakokras. Mas Kitsunes, Elfos, Khajits e Kemonos são inimigos ferozes e eles odeiam profundamente os dragões, ainda que mantenham relações pacíficas. Os vários tipos de Ogros, Unicórnios, Nagas, Górgonas e Ninfas também irão guerrear, especialmente se souberem que há outros lutando e se puderem se comunicar entre si. E há os que convocarei para a Guerra. Algo que não posso fazer daqui.

Me viro para as armas que estou preparando, uma a uma. Feitas para matar dragões. Meu corpo é de onde tiro a matéria prima. Fatias das minhas unhas ornam lâminas. Pó das minhas asas alimentam bombas. Receitas alquímicas e instruções para magia escritas no idioma local de cada povo em cada mundo. Sorrio para minha imensa produção, os entregadores conjurados, à espera de ser liberados com suas entregas. Minha obra prima.

Meus cabelos agora são totalmente metálicos, dourados. Eu me tornei o que Gaius temia, tenho força para lutar. Athena e Cléstia me inspiram. Eu queria ter o dom de prever o futuro, mas não nasci com essa benção, nenhuma fada nasce. Me sento na mesa e inicio minha colheita. Há anos venho tirando o veneno que meu corpo produz. Uma preciosidade. O único veneno letal para dragões. Alguns vidros conservam meu tesouro, cada um destinado a um povo.

Finalizo a colheita do dia e me viro para o mais novo pergaminho que preparei. Destinado a Lucien. Um presente. Brisa. A mãe dos dois dragões que mataram Lyta, eu descobri o motivo de sua morte. Gaius e Aszalia, e o Conselho Ancião sabiam que não podiam confiar em todos os dragões para a missão de usar fadas como geradores de magia, então eles escolhem a dedo a Rainha que estará ao lado do dragão herdeiro. No caso de Heron, Brisa. No caso de Lance, Sariante. Ao contrário do que as duas lagartixas acreditam, não foi Heron que matou Brisa, ao menos não diretamente. O porco a amava, mas ela se tornou um problema para os Anciões, pois começou a agir por baixo dos panos, juntamente com rebeldes para derrubar o Conselho Ancião.

Brisa vinha de uma família poderosa, com excelentes relações e tino comercial impecável. Mas nenhum ancião entre eles e sua característica mais louvável é a honra, o que eles não previram que se tornaria um problema para seus planos. Gaius descobriu que ela estava envolvida com os rebeldes e percebeu que a intenção oculta dela era proibir a exploração da minha raça por dragões. Venina se provou uma segunda opção mais valiosa, embora tenha se revelado inútil para parir crias fortes, mantendo Liam, Lance e Lucien, exatamente nessa ordem, como os mais fortes candidatos ao trono. Desses, apenas Lance parece ser realmente válido. Sua crueldade comigo revelou aos Anciões que ele é o melhor para seus planos.

O que Lucian fará com essa informação? Com o conhecimento? Não me importa. Mas sei que ele contará ao Lance e isso será uma ruptura entre eles. Uma ruptura entre os três grandes herdeiros, que foram alimentados com as asas das minhas irmãs. Preparo o contingente de entregadores. É hora de sair dessa Biblioteca, hora de convocar aliados, fornecer armas, instruções. Olho a anoteção e as instruções deixadas no livro inicial da minha raça, adicionado por mim. Mesmo que eu seja capturada, a luta não terminará comigo.