CAOS

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Ai gente, desculpa a demora. Eu queria tanto escrever mais rápido. Mas eu inventei de seguir o caminho mais longo (mas o mais gratificante para mim). 

Não fiquem bravos, pufavozim. 

Espero que gostem desse capítulo! Foi escrito com muito amor.

Tomem uma aguinha, achem um lugar confortável, e bora para a leitura!

Fui!

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PDV Lys

Acordo lentamente e levo longos segundos para entender que estou no chão. Alguns segundos até que meu cérebro traga de volta minhas últimas memórias e meu coração se acelere loucamente junto com minha respiração. Me levanto tão rápido que fico tonta, abraço minhas pernas e abaixo a cabeça, lutando pelo controle de minhas emoções e do meu corpo. Não sei quanto tempo levo para finalmente voltar a respirar novamente e baixar minha frequência cardíaca.

O que aconteceu? O que é a escuridão que vejo? Reflito por um tempo, mas decido que não há muito o que fazer. Eu controlo o que posso controlar, e lido com o que não consigo. Respiro fundo e me esforço para me levantar, encarar minha imagem no espelho. Descubro um medo que nunca senti em minhas entranhas, me sinto uma gelatina por dentro. Posso sentir o cheiro do meu próprio medo inundando nesse espaço. Respiro fundo várias vezes, desistindo no último segundo outras tantas vezes. Eu vi a escuridão me encarar e tentar sair pelo meu próprio rosto! Passo tempo demais perdida em minha própria mente até notar minhas mãos trêmulas.

Tomada por uma força de vontade reforçada, arranco o esparadrapo do meu medo e me encaro, fixando o olhar na escuridão que corta minha face. Nada mudou realmente. E ainda assim não me sinto nada aliviada. Desvio meu olhar o mais rápido que posso e saio do banheiro como quem corre do diabo. No meio da Biblioteca me sinto claustrofóbica. Eu amava esse lugar, mas agora, ele me sufoca, me angustia. Estar aqui parece tão errado, eu sinto o erro se acumulando a cada segundo. Cada célula do meu corpo me implora para cair fora daqui imediatamente. Ainda tento resistir, mas cada segundo torna mais insuportável minha luta para permanecer aqui. Sem pensar em nenhum plano, movida por uma força maior que eu, sigo para a porta, pronta para enfrentar meu destino e atravesso o portal sem hesitar.

Assim que saio começo a cair e me lembro que escapei em pleno voo. Gasto preciosos segundos apreciando a fornalha que criei nesse mundo enquanto equilibro meu voo.. Não contenho um sorriso satisfeito ao saber que esse lugar vai queimar inteiro até que nada além de rocha morta exista. Os dragões nos forçaram a fugir de casa, é hora deles perderem o lar. Enquanto aprecio meu trabalho vejo dragões iniciarem voo em minha direção e me lanço na direção oposta, rumo ao mar. Não percebo que meu voo foi muito mais rápido do que antes, pelo menos não até que eu alcance o mar em menos de dois minutos. Eu cobri uma distância de meia hora em dois minutos ou minhas lembranças do voo com os dragões me enganaram.

Não tenho tempo para pensar nisso, pois sei que os dragões virão na minha cola e sem pensar muito sigo voando para o oceano adentro, o mais rápido que eu consigo. No meio do voo, sinto a coleira voltar a me atacar, mas não sinto dor, apenas uma pressão na minha pele, como se o material ficasse me cutucando. Qual ordem os dois vermes deram? Me assusto com o metal dourado realizando rapidamente uma curva catenária, como se pegasse impulso para tentar me ferir. Para minha surpresa, não sinto dor, apenas um cutucão na minha testa. Reduzo a velocidade e encaro meu corpo confirmando que não é que a coleira não esteja me atacando, ela está, furiosamente. Mas há escuridão contendo os ataques dela, evitando que me fira. Escuridão que brota dos meus poros.

Meu coração imediatamente se enche de terror e toco meu rosto sentindo um desespero crescente e avassalador. A mesma escuridão que corta meu rosto está espalhada pela minha pele, eu a sinto nas minhas entranhas, se movimentando, espalhando. A lua crescente no céu limpo não consegue iluminar a escuridão que percorre minha carne e ainda assim, eu a vejo claramente. O que está acontecendo? Não percebo que estou voando erraticamente pelo céu até que ouço a voz de Siluan, cautelosamente parado no ar a uma distância segura de mim.

A Escrava dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora