Ciúmes

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Ninguém curará, ninguém aliviará minha dor
No meu travesseiro, sem paz, sonho com coisas ruins
Nem mesmo o último voo, nem mesmo o fim do mundo
Meu destino está amaldiçoado
Essa alma não tem lar, essa alma não tem melodia
Džanum – Teya Dora

Capítulo Cinquenta – Ciúmes

Caminhava “tranquilamente” na rua, até o presente momento estava claro para um fim de tarde, assim que acabou meu trabalho de meio período, resolvi fazer algo diferente para que pudesse relaxar. Me apresentava com tantos pensamentos dentro do meu cérebro, acredito que não seria surpresa para ninguém, se o meu sistema nervoso rompesse e eu enlouquecesse completamente.

Depois de anteontem, tive que ter muitaaaa paciência com o Haruchiyo... Mas eu não julgo, já é até normal, sempre conseguimos chegar ao fim de uma discussão ou apenas adiamos o fim de uma briga. Eu sei que o mesmo não vai deixar passar aquele dia que ligou para mim e o Takemichi atendeu sem querer, ele vai juntar tudo.... e depois surtará, do jeito que eu sou surtarei junto.

Um alongamento ou algum tipo de yoga podem ajudar minha ansiedade, não dormi essa madrugada com as batidas do meu coração descompassadas, estava tão agitado que chegava doer nas batidas, muitos pensamentos prejudicavam também a minha cabeça e não conseguia um silêncio mentalmente, além de não sentir fome com tanta frequência.

Me sinto tãoo cansada.

Parei em uma parte do parque que era aberta que possuía muito verde, próximo a uma pereira, algo me chamou atenção, observei uma única pera bonita na árvore.

Coloquei a minha bolsa no chão, encostando-a no tronco. Fruta de graça, hehe.

Só de olhar acreditava que poderia arrancá-la do galho, pois a pera estava até baixa para o meu tamanho, estiquei meu braço vendo a fruta brilhar, mas não consegui, me estiquei na ponta do pé, flexionando meu dedão, mesmo assim faltava três centímetros para pegar.

Tenho sorte não, nem pra uma fruta grátis.

Senti uma presença atrás de mim, uma mão passando em cima da minha cabeça e pegando a minha fruta.

Olhei para trás desconfiada e assustada.

- Assustou a garota. – Disse Rindou. – Sabia que você era feio, mas tanto é novidade, irmão. – Acabei rindo da piada e encarei o Haitani mais velho que jogou a pera para o alto e pegou em milésimos.

Eles nunca mudam. Pior que me acostumei com os mesmos, acho que até gosto do jeito estranho deles.

- Continuam os mesmos de sempre. – Falei sorrindo gentil.

- Já você... parece uma caixinha de surpresas. – Disse Ran dando uma piscadela. – E qual é desse cabelo?

- Já faz uns três meses que pintei. – Expliquei. – Pensando bem faz um tempinho que não nos vimos. – Declarei.

Platinada e com os fios curtos, era um pouco estranho no começo, mas já me acostumei.

- Ficou bom, S/n. – Declarou o irmão mais novo, fiquei com vergonha.

- Sim. Você ficou a cara do Izana. – Falou Ran, o fitei sorrindo falso. Tocar no nome do Izana me deixa um pouco deslocada. – A diferença é que você é uma gatinha. – Soltou esticando a pera para mim, era a fruta que eu estava tentando pegar, mas quem tirou da árvore foi Ran.

- Mas o que fazem por aqui? – Perguntei pronta pra pegar a pera que Ran estava me oferecendo.

- Vimos você passar pela gente, mas não nos viu. – Admitiu o Rindou.

O sentido da vida é mais pra trás (Imagine Sanzu)Where stories live. Discover now