Edith

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-eu quero - Elizabeth murmurou quase sem forças - me tire daqui por favor

Elizabeth implora enquanto a criança continua a rir

-eu te ajudarei, com apenas uma condição, você tem que me ajudar antes - a mulher disse

-eu ajudo, só por favor me tire daqui, eu faço qualquer coisa - Elizabeth diz

-você tem que trazer três cristais da lua que estão espalhados pelo sanatório - a mulher diz antes de suspirar - a madre superiora tomou meus poderes e o botou nos cristais, por favor me ajude Elizabeth - a criança segura a mão de Elizabeth

-eu ajudarei, apenas por favor liberte meus pulsos dessas cordas, e me diga seu nome - Elizabeth diz olhando fundo nos olhos da menina

Com isso se sai um tipo de poeira preta das mãos da mulher e corta as cordas de Elizabeth

-meu nome é Edith - ela diz - eu tenho um mapa das terras de Santa Rosa, eu marquei a localização dos três cristais, você não pode demorar Elizabeth, eu estou morrendo

Edith entrega o mapa e então o corpo dela se desfaz em poeira e voa para fora do quarto, Elizabeth analisa o mapa, o sanatório era imenso, o primeiro cristal estava encrustado na ornamentação da fonte da entrada, o segundo estava no alto da torre noroeste e o terceiro e último cristal estava no crucifixo no escritório da madre superiora

-bem, se for para ajudar aquela garota e isso garantir que eu saia daqui então eu vou me arriscar - Elizabeth diz e guarda o mapa dentro de sua blusa

O primeiro cristal que ela iria pegar era o mais fácil, o que estava na fonte, porém ela sabia que o cristal não ia se soltar sozinho, então ela esperou até a hora do almoço e quando chegou a sua vez ela pegou duas colheres mantendo uma sobre a outra como se fosse uma só, ela escondeu uma colher em sua roupa e o outro ela usou para comer como os outros pacientes, assim que ela terminou de comer as enfermeiras levaram todos os pacientes de volta a seus quartos

Embora fosse chamado de quartos Elizabeth via como celas, tratando aqueles pacientes como animais de zoológico e assim ela foi trancafiada novamente a seu quarto, com a fraca luz do luar iluminando o quarto frio Elizabeth adormeceu

Pela manhã bem cedo as enfermeiras começaram a retirar os pacientes para o jardim para que tomassem um pouco de sol, Elizabeth rapidamente olhou em volta e avistou a fonte mas ela não poderia simplesmente tirar, ela foi próximos aos portões de entrada e se escondeu em meio as árvores e arbusto, quando a noite novamente caiu e as luzes foram apagadas, Elizabeth se esgueirou pelo escuro até que chegasse a fonte

Ela pegou a colher e assim passou o aço entre o pequeno espaço entre o cristal e a pedra da fonte, ela balançou a colher com força e assim a pedra se desprendeu, Elizabeth a segurou com delicadeza, ela era branca e semi transparente, o cristal tocava uma baixa música lenta e melancólica, o cristal reluzia a fraca luz da lua, ela guardou o cristal em seu bolso e assim ela correu de volta para seu quarto, ela guardou o cristal em uma fresta da parede e assim foi dormir

Assim ela acordou novamente na manhã seguinte, ela pensou por um breve momento como ela iria até o escritório pegar o segundo cristal até que ela se lembrou das palmadas que levou no primeiro dia no sanatório e se recorda da cela que havia no escritório que servia para manter os pacientes desobedientes sobre os olhos de Amélia

Porém ela não poderia ir sem um plano, nada poderia dar errado então ela se lembrou de uma técnica que seu pai havia a ensinado mas para isso ela precisaria da ajuda de Edith

-Edith? Você está aqui? - Elizabeth disse um pouco apreensiva até que a mesma poeira passou por debaixo da porta e assim a poeira se reforma em Edith

-eu preciso da sua ajuda com o segundo cristal, seu poder permite criar objetos? - Elizabeth pergunta

-bem, apenas objetos simples, nem com meu poder máximo eu consigo fazer um objeto tão grandioso, do que você precisa Elizabeth? - Edith responde

-Eu preciso de uma barra de metal, consegue reproduzir isso? - Elizabeth faz outra pergunta

-vou tentar - Edith diz e abre as mãos, a mesma poeira dessa vez mais escura gira em torno da garota antes de ir até a palma de suas mãos, Elizabeth nota que Edith estava suando para fazer uma simples barra de metal, as veias do braços da menina começam a saltar enquanto parecia que as paredes do quarto se repuxaram em direção a Edith, até que finalmente a fumaça se transforma no objeto e Edith cai no chão ofegante

Elizabeth rapidamente a segura - você está bem? Você está pálida - Elizabeth diz preocupada

-eu estou bem, eu preciso restaurar meu poder Elizabeth, sem ele eu deixarei de existir e me tornarei apenas pó… - ela diz em tom cansado

-eu vou conseguir Edith, eu só preciso da sua ajuda com apenas mais uma coisa, quando eu for presa no escritório da Amélia você tem que levar essa barra até mim, eu não posso levar ela comigo, você consegue? - Elizabeth pergunta

-eu consigo sim, eu levarei para você - Edith diz antes de tossir

-quando a diretora sair do escritório você me entrega a barra tudo bem? Agora descanse um pouco - Elizabeth diz e bota o corpo cansado de Edith sobre a cama de seu quarto

-agora é minha hora, eu vou fazer por nós - Elizabeth diz antes de se virar e sair do quarto deixando Edith descansar um pouco

Com a espera de um futuro melhor para ela e sua mais nova amiga, ela parte em direção a recepção para executar seu plano e ir atrás da segunda pedra, contudo Elizabeth não sabe os horrores que essa missão a aguarda, um futuro incerto que nem mesmo Rosier pode prever

Redenção Das Almas: Queda Celestial Where stories live. Discover now