O Baile

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Era por volta das 2 da manhã, Elizabeth ainda estava acordada fitando o teto, ela olha para a cama ao lado aonde Edith estava dormindo, ela suspira antes de se levantar e sair do quarto, os corredores eram longos e escuros, a luz da lua estava fraca, Elizabeth então para por um momento em frente a grande janela

-eu queria ao menos ter te conhecido - ela diz antes de botar a mão no rosto e começar a chorar - ah mamãe, eu queria tanto ter te conhecido - as pernas de Elizabeth vão se enfraquecendo enquanto ela chora até que ela esteja sentada no chão, as lágrimas descem lentamente de seu rosto enquanto ela olha pela janela

-eu sempre imaginava… imaginava que acordava de um pesadelo e você estaria viva, estaria lá para me consolar, por que esse mundo é tão cruel - ela diz entre soluços - eu não tenho a quem desabafar, ao menos… espero que ela me veja como alguém que ela pode contar - Elizabeth diz antes de olhar pra porta do quarto de Edith

-você pensa que ela te vê como uma amiga? - uma voz familiar soa pelo corredor escuro antes de uma névoa densa descer pelos corredores

-quem está ai - Elizabeth se levanta rapidamente

A voz misteriosa ri - quem mais seria - uma mão enorme acaricia o ombro de Elizabeth enquanto ri

Elizabeth rapidamente empurra a mão para longe enquanto corre pelo corredor enevoado, a risada vai ficando para trás enquanto ela consegue enxergar apenas o chão sobre seus pés até que ela chega no fim do corredor, havia apenas uma única porta, Elizabeth a abriu com força e a porta revelou uma escada, ela sem pensar duas vezes começa a descer rapidamente, a escada era de pedra e parecia ser bem antiga, a pedra estava gelada e acidentalmente Elizabeth tropeça

Ela começa a cair pela escada até que ela caísse em um tipo de piscina rasa, ela submerge da água ofegante, a água também estava gelada e ela não enxergava muito, ela passou as mãos pela parede até que encontrou algo com uma alavanca, ela a puxa para baixo e algo metálico faz barulho antes das lamparinas se ascenderem no teto, era um cômodo de pedra completamente alagado

A luz das lamparinas davam um tom alaranjado a sala, Elizabeth começa a andar um pouco manca por causa da queda, a água a qual ela andava tinha um tom avermelhado, ao fundo o som metálico continuava a bater até que ela virasse o cômodo e o som parar, a sala era anormalmente fria e agora com o silêncio repentino estava ainda pior, ela continuou a andar até que ela sente algo passar por seus pés fazendo Elizabeth pular para trás

Ela se levanta rapidamente e com um pouco de dificuldade ela avança o corredor mais rapidamente até chegar em outra escada de pedra, ela então começa a subir e sai da água, no fim da escada havia uma porta e pelas frestas dela tinha uma fraca luz em tom frio, Elizabeth lentamente abre a porta a fazendo ranger

Era como um frigorífico armazenado suas carnes, dos pacotes pendurados nos ganchos de ferro caiam gotas avermelhadas que escorriam até o ralo no centro da sala, o comodo tinha um cheiro forte de podre, Elizabeth tampou seu nariz com vontade de vomitar enquanto passava pelos sacos pendurados até que ela empurrou um saco um pouco mais velho e ele acabou se rasgando, um corpo humano em estado de decomposição caiu sobre os pés de Elizabeth

A mesma gritou de Pânico, ela correu empurrando os outros sacos até que conseguisse sair por uma porta no fim do cômodo que dava ao jardim, Elizabeth estava suando frio e então entendeu, as gotas que pingavam era sangue e oque a mulher bebia em a xícara também era sangue, Elizabeth sentiu seu estômago se embrulhar e correu para o banheiro, ela segurou até que chegasse no banheiro perto da cozinha, ela se ajoelhou em frente ao vaso e descarregou tudo, durante esse processo ela lembrou de outras coisas desagradáveis, ela lembrou do corpo aracnídeo de Amélia partido ao meio e de Rosier esmagando o crânio de Rosalyne

Com isso ela vomitou ainda mais e ficou ofegante, ela limpou a boca na pia ao lado e levantou sua cabeça lentamente para se olhar no espelho, seus cabelo estavam desgrenhados, seus olhos estavam fundos e ela estava com cara de cansada, ela saiu do banheiro e subiu as escadas pelo salão principal, ela passou pelos corredores agora sem a névoa e entrou no quarto, ela se deitou na cama ainda um pouco ofegante e se revirou na cama até dormir

Então em seus sonhos ela viu novamente aquela casa desbotada, ela se aproxima da porta da casa e ela abre, quando o interior ia se revelar ela foi acordada por Edith

-Eliza acorde, hoje é o dia do baile e eu preciso da sua ajuda, eu não sei oque vestir - ela diz enquanto balançava Elizabeth que acordava lentamente

-aah Edith? - ela murmura - claro que ajudo, do que precisa? - Elizabeth perguntou enquanto se levantava

-eu preciso me vestir igual a você - Edith respondeu rapidamente

-ah isso é fácil, venha cá - Elizabeth segura a mão de Edith e a leva até o guarda roupa - vejamos oque combina com você - Elizabeth diz enquanto passa a mão pelos vestidos

-eu quero algo bonito mas não tão pomposo - diz Edith

-bem… hum… meio que tudo aqui é pomposo - responde Elizabeth, ela passa a mão por um vestido vermelho que a lembra da noite anterior mas ela empurra essas lembranças para longe - aqui, esse vestido deve combina com você, ele é elegante e muito bonito

-realmente… eu não estou acostumada a me vestir assim - diz Edith antes de voltar a se guiada ao centro do quarto

-vamos botar o espartilho em você, se incline sobre a mesa Edith - diz Elizabeth antes de colocar o espartilho em Edith e começar a preparar a amarração

-Eliza, oque aconteceu com a sua mãe? - Edith pergunta

-ela foi assassinada - ela responde em tom seco antes de suspirar - eu não sei quem foi, e nem o porquê, a morte dela não faz sentido, primeiro tem o anagrama da casa Fernigill, me pergunto oque estava escrito se eu tivesse resolvido ele, mas eu sei como Rosalyne era excêntrica e tinha me enviado aquela carta só para me provocar, ainda assim… Rosier foi muito cruel… - Elizabeth termina de falar e puxa a corda do espartilho fazendo o torso de Edith se modelar em formato de ampulheta

-quem é toda essa gente? Quem é Rosalyne e oque é a casa Fernigill? - Edith pergunta

-bem, Rosalyne é a matriarca da casa Fernigill a qual é a mais prestigiada da aliança - explica Elizabeth

-a aliança? É algum tipo de grupo ditador que você participa? - Edith pergunta novamente

-não não - Elizabeth diz antes de rir - a aliança é oque chamamos pela união das quatro casas da nossa família, a casa Fernigill comandada por Rosalyne, a casa Laviolette que era comandada por Madeline, minha mãe, a casa LaChapelle comandada por mim, e por último a casa Everdown que é comandada por Mysti, ninguém sabe oque acontece naquela casa, e quem sabe nunca mais foi visto - Elizabeth explica - mesmo que a casa Fernigill seja a mais prestigiada, eu tenho medo e temo a casa Everdown

-você não conhece essa Mysti Everdown? - Edith pergunta

-talvez mais tarde Edith, temos que nos preparar para o baile se esqueceu? - diz Elizabeth enquanto entrega o vestido para Edith - vista o vestido que eu vou te ajudar com os acessórios

-então quando partimos para nosso próximo destino você promete me contar mais? - Edith diz claramente animada com as origens de Elizabeth

-claro que conto, mas por hora, vamos nos concentrar em nos arrumar - responde Elizabeth

Com isso Elizabeth ajuda Edith com os acessórios e as jóias, e assim que terminam de se arrumar elas descem juntas ate o salão de baile e dão início a folia da festa da madame, Edith logo é arrastada por sua mãe enquanto Elizabeth fica sentada junto das outras mulheres, mesmo sozinha, ela estava feliz de se sentir rica novamente e esquecer um pouco das estranhezas desse mundo

Redenção Das Almas: Queda Celestial Where stories live. Discover now